Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo.
-Clarice Lispector
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Resistência. Essa foi a primeira coisa que sentiu quando começou a recobrar a consciência depois de uma noite cheia. Suas mãos estavam presas para cima por algo gelado, sem possibilidade alguma de movimento dos braços. Mas o que aconteceu a seguir a deixou assustada consigo mesma. Um gemido escapou de sua boca ao mesmo tempo em que seu quadril se erguia contra algo macio e úmido, que pouco tempo depois, ao conseguir se situar e abrir os olhos, descobriu ser Roseanne.
Park Chaeyoung.
A chupando.
E pelo que conseguiu enxergar...
Às 9 da manhã.
Parece que ela realmente manteve a promessa da noite passada e Lalisa com certeza não contestaria nada.
Quando a consciência completa lhe atingiu, a vontade de agarrar a cabeça da mulher que mantinha contato visual consigo surgiu, fazendo-a puxar as correntes e revirar os olhos ao sentir a outra chupando mais forte seu ponto se prazer. Sentia as algemas machucando seus pulsos, o fato de estar daquele jeito, tão submissa e controlada, não a agradava de todo, mas ao mesmo tempo poderia ficar ali para o resto da vida, pois era ela quem a deixava naquela situação. Faria qualquer coisa com ela.
A pressão foi ficando mais forte e a mais velha alterava a língua em passadas rápidas com os lábios agarrando todo aquele nervo, além do dedo enterrado em seu interior, tornando a cominação quase impossível de se aguentar, principalmente para alguém que literalmente acabara de acordar e recobrava os sentidos aos poucos. Quando se deu por si, os pés já estavam apoiados no colchão, ajudando no impulso para subir o quadril num orgasmo forte, intenso e avassalador enquanto o trabalho lá embaixo ainda não tivesse se encerrado. O grito que soltou foi tão alto, que se tivesse prestado atenção à sua volta, ouviria os pássaros levantando voo nas árvores próximas. No fundo de sua consciência sentia pena dos bichinhos, tendo reagido daquela forma algumas vezes.
"Bom dia" Rosé subiu o corpo deixando um rastro de beijos e parando na boca entreaberta, depositando um selinho acompanhado de puxão em seu lábio o inferior na boca que buscava ar, o peito subia e descia rapidamente, fazendo seus mamilos eriçados agora tocarem a pele quente de Chaeyoung. Mesmo assim, sentindo a dor no pulso, em busca de ar e se recuperando de um orgasmo, sorriu e olhou dentro dos olhos castanhos de Rosé, esperando que ela visse toda a explosão de sentimentos que a fazia sentir de uma vez só, sussurrando de volta como pôde, um 'bom dia' sôfrego.
As mãos subiram até as suas e liberaram-na das correntes, acariciando cada um de seus pulsos, puxando as mãos até sua boca e deixando beijos em todo o lugar que foi marcado por elas.
"Preparei o café. Você vai comer?"
E é claro que foram, depois de várias provocações que não deram em nada.
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Depois de comerem, assistirem alguns desenhos bobinhos e passarem uma manhã- e início de tarde- fazendo absolutamente nada, somente aproveitando a companhia uma da outra e usando o colo como almofada, decidiram que pulariam o almoço por um simples motivo:
Preguiça.
Chaeyoung não queria cozinhar e simplesmente abominava o fato de pensar em Lalisa cozinhando em sua cozinha. Não estava nem um pouco pronta para ver sua casinha-refúgio no meio do nada se tornar um grande amontoado de cinzas na mata.
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Written Weekend (Chaelisa)
RomanceLalisa Manoban é uma escritora fracassada que precisa lançar um livro totalmente diferente do que escreve para salvar sua carreira e não imagina que Park Chaeyoung, sua amiga de longa data e uma renomada advogada seria sua salvação.