Written Weekend (Chaelisa)

Happy Birthday

Tenho um pouco de medo: medo ainda de me entregar pois o próximo instante é o desconhecido.

-Clarice Lispector

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ROSEANNE PARK

Um campo com flores, uma mesa de madeira, céu azul e vestidos leves. A mesa estava posta, todo tipo de fruta, suco e alguns bolos, mas o que mais chamou atenção foi ela. Apesar de querer muito saber o significado daquilo e como iria continuar, seu "despertador interno" a fez acordar. Olhou no celular na mesinha de madeira ao lado da cama. 6 da manhã.

É sempre assim.

Não perdeu tempo. Sabia que não dormiria mais. Sentou-se na cama e tentou clarear a mente, esperando todos os seus sentidos voltarem, o que não demorou muito. Seguiu até o banheiro, onde realizou sua breve rotina, trocou o pijama por um shorts e uma regata solta, indo até a cozinha para começar a preparar tudo que planejou para o dia.

Era aniversário de Lalisa.

Amava aquela data muito mais do que qualquer outra no ano por que era o dia em que ela tinha nascido. Desde que conhecera Lalisa, não conseguia mais imaginar sua vida sem ela. Em todos seus pensamentos ela estava presente, tudo que planejava fazer era com ela e sempre pensava em como seria sua vida se não a tivesse conhecido.

Me sentiria vazia se ela não estivesse comigo.

E por isso amava aquela data. Sabia que a tailandesa não fazia tanta questão do aniversário, geralmente só dormia o dia todo e se arrumava pra cortar um bolo com a família a noite ou comer alguma porcaria com as meninas, mas esse ano seria diferente. Esse ano teria apenas Rosé ali, e, como a perfeccionista que era, já tinha tudo planejado.

Peimrio, obviamente, café na cama. Não demorou para acender o fogão e separar as panelas que sabia que usaria. Separou os ovos, as frutas, pão e conferiu se tinha leite gelado, concluindo que sim e ligando sua playlist.

Não muito mais do que meia hora depois, a bandeja de madeira foi colocada no balcão da cozinha, já com um recipiente pequeno em vidro com um pouco de água no canto, colocando os pratinhos com omelete, frutas, torradas e alguns pães. Quando tudo estava pronto, adicionou um copo de suco de laranja e rumou até a parte da frente da casa, colhendo duas flores amarelas e colocando-as no vidro.

Às sete e meia em ponto, entrava no quarto onde Lisa ainda ressonava com a cabeça amassada contra o travesseiro e a boca aberta. Rosé jurou ter visto um pouco de baba, mas deixou passar e repousou a bandeja na mesinha do lado de Lalisa, sentando-se na beirada da cama e a chacoalhando-a pelo ombro. Vendo que não teve resposta, pulou o corpo da mais nova e deitou-se de frente e próxima à ela, levou a mão até a franja bagunçada e afastou-a, depositando o primeiro beijo singelo ali. O próximo foi na pálpebra fechada, o seguinte, na bochecha e o último no canto da boca. Observou com um sorriso os lábios tão bonitos da outra fazer o mesmo que o seu.

Roseanne amava mimar Lalisa. Sempre amou. Desde que se entendia por gente, pedia para os pais uma irmã mais nova para que pudesse cuidar e brincar, mas nunca deram isso a ela. E então, Lisa apareceu em sua vida. Não queria nunca perder aquilo que elas tinham, prezava a amizade e fraternidade das duas acima de qualquer coisa em sua vida, e faria de tudo para continuar assim.

A fim de realmente acordar a outra, levou a mão até a cintura da mais nova e iniciou uma série de cócegas, o que, obviamente, resultou numa Lalisa acordando assustada ao mesmo tempo em que ela tentava tirar as mãos da outra de si, aos limites do que os sentidos adormecidos lhe permitiam.