Capítulo 3

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-Eu já disse que não vou nessa merda... – Resmunguei, sentindo Kath me puxar pelo braço. – Katherine...

-Você tem que aproveitar que sua mãe viajou, duvido que seu pai vai falar alguma coisa...

-Tem razão, eu apoio... – Papai disse encostando-se no portal do meu quarto. Ele tinha um saco de pipoca em mão. – Eu estou de plantão hoje, então vou voltar só amanhã à noite... – Soltei o ar pesadamente pela boca e me levantei, cedendo à pressão. – Tenha menos juízo, amo vocês...

-Tchau pai... – Sorri, vendo-o piscar e sair em direção às escadas.

-Tá vendo? Até seu pai te acha certinha demais. – Kath me abraçou pela cintura. Inclinei meu corpo levemente para trás, para que eu pudesse olha-la no rosto. – Vamos, vai ser divertido...

-Eu não gosto de festas... – Suspirei, vendo-a rolar os olhos. – Mas... Eu vou, se ficar chato eu venho embora.

-Combinado. – Deu-me uma piscadela.

-Eu nem tenho roupa para isso...

-Eu trouxe para você. – Sorriu.






-Eu estou ridícula com essa roupa. – Reclamei ao sair do banheiro, vendo Kath modelar seus cachos no espelho. Ela havia feito uma maquiagem em mim, com coisas que eu não costumava usar. Havia me trago uma calça verde militar e uma blusa preta transparente, juntamente à um sutiã de renda preto. Dei um nó na lateral da blusa, deixando-a mais justa ao corpo.

-Meu Deus Alana. – Ela me mediu e começou a bater palmas. – Se você não fosse minha irmã eu te pegaria de jeito, garota. – Deu-me uma piscadela. Rolei os olhos e comecei a rir. Meu tênis repousava ao lado da cama, suspirei ao pensar em como aquilo doeria, por mais confortável que era. Me sentei na cama e peguei um deles, aproximando-o do meu pé. – Isso que ela faz com você é maldade. – Apontou para meu pé. – É surreal te fazer treinar até seu pé sangrar.

-Kath... – Disse colocando-o em um dos meus pés. – Por favor...

-Se seu irmão ver isso, você já sabe né?

-Sei, então você não fala nada. – Respirei fundo e calcei o outro tênis, vendo-a caminhar até o cabide em que seu vestido estava pendurado. – É normal...

-Não é não, e você sabe disso. – Ela puxou o vestido de paetê do cabide e caminhou até mim, virando-se de costas. – Desabotoa meu sutiã.

-Eu escuto muito isso... – Brinquei, vendo-a rir e se virar. Kath jogou o sutiã ao meu lado na cama e se virou para o espelho.

-Meus peitos cresceram... – Virou a cabeça de lado e se mediu no espelho. Rolei os olhos e me estiquei para pega meu telefone em cima da cama.

-Você sabe que eu tenho vizinhos de janela e meu irmão está aqui, além da porta estar aberta...

-Eu daria tranquilamente para seu irmão. – Fiz uma careta, vendo-a vestir o vestido. Ele era solto em seu corpo e as lantejoulas que o compunham eram pretas brilhantes. – Você acha que ele também é gay?

-Eu não sou gay. – James apareceu na porta e se escorou. – E você deveria fechar a porta quando for trocar de roupa...

-James... – O repreendi.

-Então prontas? – Me ignorou. Pude vê-lo tirar o celular do bolso da calça e começar a digitar algo.

-Estamos. – Me levantei de uma vez, sentindo cada centímetro do meu pé arder.

Eu odeio você. - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora