Capítulo 11

1.2K 130 47
                                    


-Não enche meu saco... – Disse com os braços cruzados, observando James resmungar. – Você pega a droga do meu carro emprestado e ainda está achando ruim de ter que sair da sua socialzinha para me buscar? – Desci do carro de uma vez, batendo a porta em seguida. – Vai a merda... E é a ultima vez que você pega a droga do meu carro, escuta o que eu estou te falando. – Dei um passo para trás assim que James arrancou, cantando pneus. – Babaca do caralho.

Caminhei apressadamente em direção à entrada, carregando desajeitadamente minha bolsa do ballet. Assim que coloquei a chave na maçaneta, percebi que a porta estava destrancada. Meus pais costumavam trabalhar no sábado até tarde, James estava no treino do futebol e eu sempre ficava até as sete no ballet. Adentrei a sala, observando peças de roupas jogadas no chão. Rolei os olhos e uma feição de nojo havia sido instalada em meu semblante.

-Mãe? – Disse consideravelmente alto, sem resposta. Balancei a cabeça negativamente e comecei a subir as escadas, achando um vestido roxo e uma camisa social.  – Pai?






-Vai vadias, não poupam esses joelhos para os jogadores... – Disse aos berros, observando as líderes de torcida suadas. Elas desciam e subiam as arquibancadas de madeira no campo interno. – Vocês parecem lesmas, vai... – Berrei novamente, cruzando as braços abaixo do peito. – Minha avó fazia melhor, suas putas.

-Você parece o Hitler de mini saia. – Serena sentou, completamente esbaforida. – O que aconteceu com você hoje?

-Não deixei você sentar. – Rosnei, tendo a garrafa de proteico em mãos. Me aproximei violentamente. – Levanta essa bunda gorda dai e começa a subir... AGORA. – Ela engoliu em seco e assentiu, voltando a subir. Meu coração estava disparado, eu sentia cada centímetro do meu corpo doer.

-Alo? – Uma voz familiar soou atrás de mim, fazendo-me virar lentamente. – A treinadora disse que é você quem faz os testes para lideres de torcida. – Eva disse lentamente, cruzando os braços abaixo dos seios. Apitei, vendo-a se assustar e cambalear para trás.

-Descansar. – Gritei, ouvindo grunhidos ao fundo. – Não temos vagas. – Lhe dei as costas, observando os corpos suados e cansados das garotas jogadas pelo chão.

-Ei, você precisa pelo menos fazer um teste. A equipe tem que votar, eu sei como funciona... – Parei abruptamente. – Não esquece que eu era a capitã. – Eu podia sentir o sorrisinho convencido em seu rosto. Me virei de uma vez, indo em sua direção.

-Cala boca e me escuta bem sua vadia pretensiosa. – Me aproximei, olhando-a nos olhos. – Se você quer entrar no inferno, prazer... Eu sou a porra do capeta. – Eva engoliu em seco e piscou algumas vezes. – Vou fazer cada segundo da sua estadia nessa droga de escola um verdadeiro purgatório, você vai se arrepender de ter nascido... – Ela deu um passo para trás, intimidada. – Você acha mesmo que fotos nuas vai me fazer recuar? – Neguei com a cabeça. – Quer a droga do teste?

-Isso... – Disse baixo, tentando manter a pose.

-Ótimo. – Eu disse com um sorriso vencedor nos lábios. Cruzei os braços e dei um passo para trás. – Você tem três dias para organizar uma apresentação em dupla...

-Apesar de saber sua resposta, vou dar o meu melhor.

-Acho que você tem que dar muito mais do que essa merda. – Dei de ombros e olhei por cima do mesmo, observando minha equipe tensa nos observando. – Vamos começar o ensaio. – Voltei a encara-la. – Que é apenas para a equipe, então... – Abanei a mão, como se a enxotasse dali.

Eu odeio você. - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora