Capítulo 4

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Seus lábios estavam entre meios seios, cobertos apenas pelo sutiã. Me ajeitei em seu colo, sentindo-a entrelaçar os dedos em meu cabelo e puxar sem delicadeza minha cabeça para trás. Soltei o ar pesadamente pela boca, sentindo cada centímetro do meu corpo queimar. Tess soltou meu cabelo e me puxou, pairando sua delicada mão em meu rosto, para beija-la novamente. Entrelacei meus dedos em seus fios acobreados, sentindo-os macios ao toque. Um ruidoso barulho soou. A porta do quarto em que estávamos se abriu de uma vez, fazendo-me interromper o beijo para ver o que estava acontecendo. Tudo parecia acontecer em câmera lenta, como se meu cérebro lutasse para entender a situação. Billie estava parada na porta nos encarando, como se tivesse em choque. Seus olhos analisavam cuidadosamente a situação, sua boca abriu e se fechou diversas vezes.

-O que? – Soei rude, vendo-a engolir em seco e dar um passo para dentro do quarto. Era como se ela tivesse sido puxada para uma realidade paralela.

-Seu irmão... – Balancei a cabeça negativamente, ainda sem acreditar no que estava acontecendo. – Acho que você precisa leva-lo para casa...

-Que merda o James tem? – Senti a mão de Tess sair do meu cabelo e pairar em minha cintura. – Se ele estiver bêbado demais, pede para tomar água que daqui a pouco passa... Eu estou ocupada agora, não sei se conseguiu perceber.

-Ele não está bem... – Ela disse mais alto, como se fosse óbvio. Sai de cima da garota e me abaixei para pegar minha blusa, sem questão de ser cuidadosa. Tess fez o mesmo, eu podia ver a vermelhidão em suas maçãs do rosto. Talvez fosse pelo que estávamos prestes a fazer ou pela vergonha de ser interrompida. – Ele está do lado de fora, na grama... Não demora.

-Já estou indo. – Vesti a blusa rapidamente, sem me preocupar em amarra-la. Cocei a cabeça e procurei meu tênis no chão do quarto, vendo-o próximo à porta. Billie já havia saído. – Me desculpa... Eu... – Suspirei, sem saber o que dizer. – Eu preciso cuidar dele...

-Tá tudo bem, nós temos todo o tempo do mundo. – Pude vê-la morder o lábio inferior e caminhar em minha direção. – Pego seu número com o Liam...

-Perfeito. – Lhe lancei um ultimo sorriso, antes de sair em disparada para o andar de baixo.

Pude ver um aglomerado de pessoas. As empurrei, para chegar no centro do alvoroço. Pude ver James caído no chão, ao lado de outro rapaz. Ambos estavam com hematomas visíveis no rosto. Meu irmão virou de lado, pude ouvi-lo xingar e socar o chão. Me ajoelhei ao seu lado e segurei em seus ombros com certa força, ouvindo-o gemer de dor.

-O que aconteceu? – Pude vê-lo cuspir sangue e sentar-se rapidamente, com dificuldade, causando-lhe tontura. Apoiei suas costas, para que ele não caísse de novo. – Vamos para casa...

-Vou matar esse imbecil... – Disse tentando se levantar, obviamente em vão. Era como ter um filho rebelde.

-Chega James... Vamos embora. – Disse firme. Me levantei, com certa dificuldade, e o ajudei por fim. – Onde a Kath está?

-Estou aqui... – Ela estava apoiada em Billie, tão bêbada quanto James. Suspirei, pensando em como a noite seria longa.

-Vamos, segura em mim... – Disse para James, que o fez reclamando.






-Aqui... – Billie me estendeu a caixa de primeiros socorros do meu pai. – Você está bem dude?

-Aquele imbecil... – Rosno, cerrando as mãos em punhos. – Eu juro que vou matar ele...

-Para de ser babaca, do jeito que você está fiquei surpresa que conseguiu acertar um soco... – Pude ver a careta que meu irmão reproduziu, claramente contrariado. – O que ele fez? – Abri a caixa e peguei uma gaze, embebendo-a com a água oxigenada. Pude ouvi-lo xingar assim que a coloquei no machucado em seu rosto.

Eu odeio você. - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora