+18
"Ela é filha do fogo..
Primeiro ela te queima, depois ela te beija, e é assim que você morre amor. É quem carrega o verão nos fios de cabelo, é quem recebeu o beijo do sol, é alma que transborda luz."
Já se perdeu algumas vezes no caminho, mas q...
Parte de mim entende a tua partida Outra parte morre de saudades.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Encaro o relógio de parede sem parar.
Liguei pro pessoal da agência e disse que iria atrasar um pouco. Penteio rápido meus cabelos sentada no sofá, vendo a chuva cair lá fora. Clima daqui do Rio é bem louco, do nada começou a cair maior temporal.
Olhei as mensagens de novo e não tem nenhuma nova, droga. Após uns minutos o interfone tocou alto, meu coração acelerou e corri pra atender.
— Felipe, aqui na portaria.. — Pode subir. — Ok.
Ele estava subindo e deixei a porta aberta. Me sentei no sofá novamente e o aguardei entrar, os trovões e relâmpagos me dão pequenos sustos a cada minuto.
— Oi.. — sua voz abafada ecoou por toda casa.
Tirou o seu casaco preto e pendurou atrás da porta. Bagunçou os cabelos tirando os últimos resquícios de água.
— Oi — sorri de leve — Se molhou muito né ? Vou pegar uma toalha.
Peguei a primeira toalha que eu vi pendurada no banheiro. Entreguei pra ele, que murmurou um agradecimento.
— Eaí, tudo bem?
— Mais ou menos.. e você?
— Tô seguindo..— voltei a me sentar.
O silêncio era inevitável, não conseguia olhá-lo de frente, não conseguia encara-lo.
— Senti sua falta.. — sua voz rouca acabava comigo, sentia calafrios.
Nem os livros, nem os terapeutas, nem nada explica tudo que se move aqui dentro quando você me olha.
— Eu também.— respondi sem medir as palavras.
Ele se sentou próximo a mim e eu afastei um pouco. Meus músculos contraíram todas ás vezes que ele se aproximava.
— O que foi fazer comigo, hein? — murmurou.
— Não sei.. eu que te pergunto. — sorri fraco.
— Preciso te contar uma coisa. — desviou rápido o olhar, mudando de assunto.
— Que coisa?
Ele encarou o chão por uns instantes. Tentando dar uma pausa e refletir sobre o que iria dizer.
— Cecília..
— O que tem ela?
— Tá grávida. — falou tão baixo que quase não pude escutar.
— Quê? — sussurrei boquiaberta.
Aquelas palavras tinha sido pior que qualquer outra coisa que ele poderia dizer. Meus olhos se encheram d'água instantaneamente, não conseguir controlar as emoções.