T H E P A R T Y

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  Fico encarando o celular depois de salvar seu número, pensando "Será que mando mensagem, ou ligo? Vou parecer muito desesperada se ligar agora dizendo que vou a essa festa? Eu vou a essa festa?" Meu Deus, sei que estou mais nervosa por um menino bonito ter me passado seu número e ter flertado comigo do que com uma festa. Depois de hoje, agora, para ser mais honesta, eu mereço uma festa, apesar de nunca ter sido muito forte com bebidas, bastam umas poucas doses para eu já estar criando coragem e fazendo coisas sem sentido algum, é um completo terror, porém, sinto falta da falta de juízo que a bebida proporciona.

Desde que iniciei meu relacionamento com Tyler ele foi cortando a bebida de mim, aos poucos, sem que eu percebesse, e quando dei por mim eu já nem bebia vinho nas confraternizações em família. E aqui estou, pensando nele de novo, droga! Mesmo que o sentimento não seja o mesmo, nem de longe para ser sincera, não consigo não pensar nele, ou chorar quando ouço sua voz e vejo nossas fotos. Acho que era mais pelo fato dele ter sido por um tempo a única coisa constante na minha vida, era todos os dias, quase o dia inteiro que passávamos juntos, e agora, aqui estou eu, sem ele a todo segundo que passa, é estranho e de certa forma novo, mas é libertador, e quanto mais tempo passa, vejo que tomei a decisão certa. Agora chega de pensar nele, vou viver sem olhar para trás.

Pego meu celular e resolvo que vou mandar mensagem, certeza que eu travaria na ligação só de imaginar aquele sorriso sacana do outro lado da ligação.

*Hey, Luke. Aqui é a Maddy*

Pareço aquelas adolescentes conversando com um garoto pela primeira vez. Chega a ser hilário. Cerca de um minuto depois meu celular vibra, e na tela notifica a resposta de Luke, rápido.

*Salvei, gata. ;) Vai ir hoje para a festa?*

*Vou. Mas não sei como chegar. Você me leva?*

Luke parece ser legal, e a presença dele vai diferenciar um pouco as coisas, e também posso conhecer pessoas novas, não posso focar só na Sam, e também acho que ela nem quer tanto uma amizade. Logo minha tela clareia novamente.

*Claro. Me fala o número do seu quarto que passo aí às 20h.*

*52B*

Tudo certo, tenho 4 horas para ficar pronta ainda, tenho tempo de sobra. Resolvo que vou pintar as unhas. Escolho a cor; nós pés uma francesinha, nas mãos um nude claro, ficou ótimo, bem meio termo.
Estou terminando de limpar os borrados das mãos quando a porta se abre e Samantha entra.

— Oi Sam. — ela me olha com um olhar de indagação, e um sorriso sem graça— Ah, desculpa. Você se importa que eu te chame de Sam?

— Não, não.. não é isso, é que só minha família me chama assim, ninguém nunca me chamou. Mas para ser sincera gosto mais de Sam, então tudo bem. — ela dá um sorriso simpático e posso sentir a verdade em seu tom. Retribuo o sorriso.— Então, posso te chamar de Ma?— dou uma risada.

— Para que se sinta igual, ninguém nunca me chamou assim também. — dou um sorriso— as pessoas costumam me chamar de Maddy, até mesmo na minha família.

— Maddy... É melhor esse mesmo!— rimos. Ela é tão fofa. Sei que não posso chamá-la para beber qualquer dia. Mesmo sem perguntar a ela, sei que não iria, ela tem um ar tão inocente, nem me lembro de quando eu era assim. Passamos as próximas horas conversando sobre as aulas e sobre como o campus é maior do que esperávamos.

Sam disse que sempre foi criada de uma maneira rígida, ela não usou a palavra rígida, mas eu acho. Sempre teve que estudar, feriados ou férias, sempre revisando. Sempre sendo a primeira da sala, oradora da turma. Fez aulas de piano, de inglês. É realmente perfeita. Ela disse que ela mesma com o tempo foi se adaptando com a rotina e quis estudar sempre. E não foi de surpresa nenhuma para mim quando ela disse que passou em 1° lugar em literatura sem tanto esforço. Passamos tanto tempo falando dela que nem consegui falar de mim, me sinto um tanto aliviada por isso.

CHANGESOnde histórias criam vida. Descubra agora