𝗡𝗢𝗔𝗛 𝗨𝗥𝗥𝗘𝗔, 𝗜𝗠𝗔𝗚𝗜𝗡𝗘𝗦 & 𝗣𝗥𝗘𝗙𝗘𝗥𝗘𝗡𝗖𝗘𝗦.

↷ 𝘀𝗰𝗵𝗼𝗼𝗹 𝘄𝗼𝗿𝗸. [parte ii]

resumo; continuação do capítulo anterior, você vai a casa de noah fazer um trabalho escolar com ele, onde acontece algo surpreendente.
gênero; fluff.
palavras; 0,7k.

- Por que você nunca aceita quando perde? - Pergunto, ao vê-lo reiniciar o jogo outra vez.

Eu nunca me imaginei estar na sala da casa do garoto que eu mais odiava. Quer dizer, pensava odiar. Na verdade, nem eu mesma sei. O tempo que passamos jogando eu me vi dando risada e conversando com ele, como pessoais normais, sem brigas ou indiretas. Mas ainda assim, eu preferi manter distância, me sentando em uma ponta do sofá e ele na outra.

Eu estava me segurando para não perturbar e começar a fazer minhas piadas provocativas como sempre fazia, porque no fundo eu preferi ficar desse jeito com ele, como colegas.

- Primeiro, eu estou te deixando ganhar. E segundo, quem fez esse bolo? Porque eu definitivamente quero mais. - Urrea perguntou, levando outro pedaço do bolo a boca. Ele tinha começado a comer desde que eu havia chegado e realmente parecia ter gostado.

- A minha mãe que fez. Ela sempre faz e infelizmente me obrigou a trazer um pedaço. - Digo, revirando os olhos.

- Que triste, por um momento eu pensei que você tinha feito isso para me agradar. - Noah fingiu limpar uma lágrima em seu rosto.

- Eu nunca perderia meu tempo fazendo algo por você, nem se preocupe. - Afirmo. - Mas e então, o que a gente faz com o trabalho? Não podemos ficar a tarde inteira brincando. - Balanço o controle na minha mão.

- A gente diz que perdeu. - Balançou os ombros. - Ou que seu cachorro acabou devorando e que não tinha como pegar do estômago dele.

- Eu não tenho cachorro. - Dou uma risada e ele me acompanha, deitando a cabeça para trás. - Acho que te aturei esse tempo todo atoa, nem fizemos o que era planejado.

Um silêncio se instalou no ar. Noah ficou me encarando um tempo, o que estranhamente me deixou sem saber o que fazer ou falar para cortar o clima.

- Você realmente veio apenas para fazer o trabalho? - De repente, ele perguntou.

- Tá falando sério? - Perguntei de volta, sem acreditar no que ele tinha dito. A sua expressão fechada demonstrou que realmente ele estava falando com seriedade. - E por que mais eu viria?

- Eu não sei, é por isso que perguntei. - Rebateu, retirando a vasilha do colo a colocando no chão e se arrastou para mais perto de mim. - Você por acaso veio com outras intenções na cabeça?

Me mantive paralisada, apenas o observando. Talvez ele tivesse percebido as olhadas nada discretas que eu dei no seu abdômen desnudo. Ou quando me peguei encarando os seus lábios e desejando tê-los nos meus, como estou fazendo nesse momento.

Eu não acredito que deixei o sentimento de raiva ir embora tão rápido.

- Definitivamente não. - Digo, com a maior certeza em voz. - E você, por acaso tem intenções comigo? - Repito suas palavras, erguendo uma sobrancelha.

- Sim.

Sua afirmação sem rodeios me pegou de surpresa. O esperei dar risada e dizer que estava brincando, mas ele permaneceu me olhando nos olhos.

- E quais seriam elas? - Permito que a curiosidade fale mais alto do que meu consciente dizendo que eu seria mais uma.

Noah quebrou o pouco de espaço que ainda nos separava
Com uma mão, Noah tirou o cabelo do meu rosto, colocando por trás da minha orelha. Meus olhos se recusavam a piscar. Eu estava atenta a cada gesto dele, sentindo meu coração acelerar com a minha expectativa.

Eu o queria, não dava mais para negar. E ele parecia saber muito bem disso, desde que me viu chegar.

- Eu definitivamente não sei como existe uma garota tão perfeita que nem você. - Noah roçou os seus lábios com carinho nos meus, antes de nos selar em um beijo.

Era tudo tão estranho, mas eu só consegui retribuir e fechar os olhos, aproveitando a sensação boa que ele me causava. O jeito que nossas linguas se movimentavam em sincronia, me fez perceber que esses lábios eram perfeitos para os meus. O beijo deve ter durado bem mais do que eu percebi, porque logo precisei me afastar por falta de ar.
Acho que todos os dias que eu sempre quis fazer isso. Eu sempre o quis.

Esses lábios eram perfeitos para os meus.

- Merda, isso foi tão estranho. - Mantenho a nossa proximidade e suspiro, enconstando a minha testa na dele.

- Definitivamente. - Deu uma risada anasalada, fazendo um carinho no meu rosto. - Você quer de novo?

Assenti, unindo outra vez os meus lábios nos dele.

Realmente isso foi uma surpresa.