capítulo sete: a força de um (incrível) rabo de cavalo

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se alguém por um segundo achou  que eu não ia arrumar aquela merda  de final da quarta temporada, estava muito errado.

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Keith! — A voz estridente de Matt o alcançou assim que ele desceu da nave Galra que ele havia usado na batalha.

Keith levantou o olhar, um pouco confuso, enquanto Matt vinha andando em sua direção com passos rápidos. Os outros Paladinos estavam logo a frente, em uma discussão improvisada sobre a batalha e a inesperada ajuda de Lotor.

— Keith, porra, Keith! — Matt exclamou novamente, parecendo perturbado. Ele parou na frente de Keith, colocando as mãos em seus ombros e avaliando o estado de seu trage das Lâminas de Marmora. — Você está bem? — O tom de sua voz deixa Keith alarmado. É o mesmo tom que ele se lembra de seu pai usar quando ele se machucava no deserto, que Adam usava sempre que ele e Shiro chegavam em casa tarde; uma mistura de repreensão e carinho que fazia deu coração se contorcer.

— Sim, Matt, eu ’to bem. — Keith tenta parecer firme, com as mãos imóveis ao lado de seu corpo. Matt observa seu rosto de perto, procurando qualquer indício de mentira. Ele parece satisfeito depois de alguns segundos, suspirando e se inclinando para a frente, dando um abraço confuso.

— Eu fiquei com tanto medo, Keith. — Matt murmura, retirando uma das mãos de seu ombro e a movendo mais para baixo, passando pelas costas de Keith e o puxando para mais perto. Ele suspira também, um pouco rígido pelo contato de Matt, mas se deixa relaxar no abraço, passando os braços ao redor do quadril de Matt, dando um aperto confortável. — Eu achei que você fosse... você sabe.

    Os ombros de Keith ficam tensos. As memórias da batalha, decisões desesperadas, o quão perto ele ficou de nunca mais ver nenhum de seus amigos ou seu irmão. Isso era guerra, ele sempre soube, mas o período passado treinando com Kolivan e as Lâminas o ajudou a perceber a gravidade de tudo. Aqui, no Castelo dos Leões, eles não tinham realmente que viver os efeitos do Império de Zarkon. Eles apenas treinavam, faziam exercícios chatos de união e, se algo desse errado, eles só precisavam entrar em seus Leões quase indestrutíveis e lutar.  Se algo desse muito errado, eles tinham as cápsulas de cura para resolver tudo. Não era exatamente uma vida boa, mas não era nada comparado ao que outras pessoas estavam passando.

    Com a Lâmina de Marmora, Keith viu várias pessoas morrerem, sofrerem de verdade. Ele foi em missões onde sua vida dependia apenas de si mesmo, onde um mínimo erro o levaria a uma morte brutal. Ele treinou diariamente com pessoas que ele sabia que poderia não ver na próxima manhã. Ele conseguiu cicatrizes de lutas mais difíceis, que aumentaram sua resistência, o ensinaram a confiar nos próprios instintos para sobreviver. Ele provou os efeitos da guerra, a dor de saber que sua vida era nada em comparação a todo o universo. Depois de tantas missões na Lâmina, sempre sobre o aviso de só poder obter conhecimento ou morte, Keith sobreviveu.

— Eu ia fazer o que fosse preciso. — Keith diz, com a voz firme. Dói falar isso, reconhecer que por mais que ele quisesse viver para voltar a Terra, ele poderia a qualquer momento desistir de tudo para essa guerra. Foi o que ele fez mais cedo, certo? Por mais que os Holt fossem os gênios da matemática, Keith não precisou fazer conta alguma para entender que Voltron, a força rebelde que lutava ao lado deles, valiam muito mais que sua própria vida. Voltron era a única esperança do universo de acabar com essa Guerra, assim como as pessoas que Keith mais amava no universo. Morrer por eles parecia mais que certo.

   Matt fez um barulho ferido, apertando mais as mãos nas costas de Keith, como se precisasse se apoiar.

— Eu sei. — Sua voz é baixa o suficiente para que Keith quase não ouça.

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