Prólogo

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LIVRO ESCRITO EM CONJUNTO COM A 

A névoa gelada cobria as ruas desertas de forma que ninguém poderia se atentar para as duas figuras encapuzadas que surgiram no meio do beco sujo.

– Espere! Ciça, espere! - Falou uma das figuras estendendo o braço tentando impedir a outra de seguir em direção às ruas. - Narcisa... escute...- Tentou novamente, mas a primeira apenas se desvencilhou dela.

– Vá embora, Bella!

– Você precisa me escutar!

– Já escutei bastante. E já tomei minha decisão. Agora me deixe em paz!

Narcisa Malfoy apenas ignorou a irmã mais velha enquanto andava pelos becos e ruas ladeadas por casas e galpões abandonados. As janelas quebradas ou bloqueadas por grossas vigas de madeira barata.

– Recebemos ordens para não discutir o plano com ninguém. Isto é traição...

Narcisa apenas parou abruptamente, seus olhos azuis queimavam em ira quando ela apontou sua varinha para a própria irmã e afirmou com a voz controlada e fria.

– Não há nada que eu não faça para proteger meu filho! – Sussurrou e dando as costas para a outra voltou ao seu caminho apressada, pouco se importando se Bella a seguiria ou não, desde que ela não tentasse mais impedi-la Narcisa não se importava. Ela se aprofundava no labirinto de casa e sua irmã ainda a perseguia, mas mantinha uma distância segura, depois da ameaça.

Quando a bruxa finalmente encontrou a casa que queria bateu à porta, ignorando os xingamentos que Bela resmungava baixinho ao seu lado. Poucos segundos depois um homem com longos cabelos pretos divididos ao meio e olhos igualmente escuros abriu a porta.

– Narcisa! Que surpresa agradável!

– Severo, posso falar com você? É urgente. – Falou, ela num sussurro tenso.

– Mas é claro. - Respondeu, prontamente recuando para deixá-la entrar. E quando viu a irmã que a acompanhava fez uma careta desgostoso.

– Snape.

– Bellatriz.

Estavam numa pequena sala de visitas, as paredes eram inteiramente cobertas de livros, a maioria com capas de couro preto ou castanho; um sofá puído, uma poltrona velha e uma mesa gasta. O lugar tinha um ar abandonado, e foi por saber que o encontraria ali sozinho que Narcisa decidira visitar o amigo de infância.

Snape indicou o sofá a Narcisa que antes de sentar despiu-se da capa escura, dobrando-a cuidadosamente como se isso fosse a única coisa que a impedisse de irromper em lágrimas, se sentou olhando para as mãos tremulas que cruzara no colo. Bellatriz por sua vez apenas ficou em pé encostada numa das estantes com a cara emburrada e os braços cruzados mostrando todo seu descontentamento de estar ali.

– Então, em que posso lhe ser útil? – perguntou Snape, sentando-se na poltrona e propositalmente ignorando a outra irmã.

– Estamos sozinhos? – perguntou Narcisa em voz baixa.

– Claro que sim.

– Severo, me desculpe vir aqui dessa maneira, mas precisava ver você. Acho que é o único que pode me ajudar... Sei que não devia estar aqui, recebi ordens para não comentar nada com ninguém, mas...

– Então deveria segurar sua língua! – Ralhou Bellatriz. – Principalmente na frente dele!

Narcisa deixou escapar um soluço seco e cobriu o rosto com as mãos. Snape apenas descansou o copo de vinho que tinha servido para ele e as visitas na mesa e lançou um sorriso debochado para o rosto zangado de Bellatriz. Entretanto a loira estava tão perdida em seu próprio desespero que não prestou a mínima atenção ao interrogatório e acusações que a irmã fazia ao outro bruxo.

Com amor, Draco - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora