LIVRO ESCRITO EM CONJUNTO COM A
Wiltshire, Inglaterra.
Domingo, 03 de Agosto de 1997.
Hermione Jane Granger,
Essa é uma das únicas cartas que nunca tive a coragem de entregar.
Não sou quem você pensas. Na verdade nem mesmo eu sei quem eu sou, pelo menos não mais. Vivi minha vida toda acreditando numa mentira, me orgulhando de algo que nem mesmo era e servindo aqueles que propagavam essa mentira.
Sei que não tenho o direito de escrever-lhe, mas não me resta muito tempo, hoje tive a certeza disso. Estou condenado desde o maldito dia que Lúcio Malfoy decidiu servir aquele monstro, decidiu lutar em sua guerra e me arrastou para essa desgraça. Voldemort é uma doença que consumiu minha casa e pretende consumir o mundo mágico. A certeza me veio essa tarde quando numa das terríveis reuniões com seus comensais o vi assassinar a Sra. Burbage.
Eu o vi humilhar meu pai, mas suponho que não devia chamá-lo assim, já que não sou realmente filho de Lúcio Malfoy, entretanto ele ainda é o homem que me criou. Vi o Lorde das Trevas rir da minha família pelo casamento de minha prima Tonks com o Professor Lupin, ele chamou de humilhação a mistura de sangue. E eu teria concordado com ele se ainda tivesse meus 16 anos, mesmo estando aterrorizado com a presença dele teria concordado.
Ele me perguntou se eu cuidaria dos filhotes e eu quis ser forte, quis ter a coragem de dizer que sim, que cuidaria de meus primos, independente de quem eles fossem filhos porque eles eram família. Mas eu não tive a sua coragem, não tive a força que caracteriza tanto a sua casa. Vocês leões se orgulham tanto do vermelho e dourado que vestem e pela primeira vez entendi porque a prata é concedida aos segundos.
"Muitas das nossas árvores genealógicas mais tradicionais, com o tempo, se tornaram bichadas." Foram as palavras dele. "Vocês precisam podar as suas, para mantê-las saudáveis. Cortar fora as partes que ameaçam a saúde do resto.", "Vamos extirpar o câncer que nos infecta até restarem apenas os que têm o sangue verdadeiramente puro." e foi aí que soube que meus dias estavam contados.
Entenda, Hermione por mais que me orgulhasse dos Malfoy serem uma das famílias de sangue puro mais antigas da Inglaterra descobri que eu não sou um Malfoy e muito menos tenho o sangue puro. Sou fruto de um caso fora do casamento, um escândalo e um segredo por si só, mas o que me condena não é ser um bastardo mas sim filho de um Veela. Sou na verdade um meio-sangue e sei disso desde o meus aniversario de 17 anos quando recebi minha herança mágica.
Não me resta muito tempo, sei que ele irá descobrir mais cedo ou mais tarde e me matará, mas preciso lhe dizer...
* * *
Os prisioneiros trombaram uns contra os outros ao aparatarem em uma estradinha rural. Hermione estava assustada, seu plano de azarar Harry não tinha funcionado e preocupava-se com o estado de Ron que ainda se encolhia pela dor do soco que levou tentando afastar os sequestradores dela.
Estavam na frente de portões com grades de ferro forjado à frente do que lhe pareceu uma longa ameia. Ela sentiu o medo gelar suas veias. E se Voldemort estivesse ali? Um dos sequestradores andou até os portões e esperou o ferro torcer-se, desenrolando as curvas e caracóis e formando uma cara apavorante, que falou com uma voz metálica: "Informe o seu objetivo".
– Prendemos Potter! – rugiu Greyback, triunfante. – Capturamos Harry Potter!
E não foi preciso mais nenhuma palavra do lobisomem para portões se abriram.
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Com amor, Draco - Livro 1
FanfictionLIVRO ESCRITO EM CONJUNTO COM A @Fantasminha98 Draco se descobriu como a maior mentira que a família Malfoy já escondeu. E agora esse era seu segredo também, pois se um dia a verdade viesse à tona tudo que ele mais amava podia ser arrancado dele. En...