Era tarde quando Benjamin finalmente chegou em casa, após passar o dia todo com Joe, Lucy, Rami e encontrado com Allen e Gwilym no parque de diversões. Felizmente tinha conseguido convencer a todos que tinham que ir na montanha russa primeira e pagaria pra ver novamente todas as vezes que o Mazzello quase o infartou ao berrar desesperadamente. Nunca passava as tardes de sexta fora de casa e essa tinha sido uma completa novidade, estar na rua a essa hora o dava uma sensação boa, relembrava de quando caminhava a noite com sua cadelinha.
Parou na frente da porta, relembrando todo o caminho que fez com Joe.
Após passarem o resto do dia naquele parque, decidiram por fim encerrar aquele passeio juntos, apenas os dois. Estavam caminhando, lado a lado, até a casa de Joe, que até então era um lugar desconhecido pelo loiro. Em meio a leve brisa noturna, sob a iluminação de alguns postes de luz que haviam na rua, seguiam seu destino.
Suas mãos estavam unidas, mas nenhum dos dois queria tocar no assunto primeiro. Ben sentiu que aquilo era dever dele, afinal, foi ele quem começou a fugir de Joe primeiro.
— Eu gostei…
— Gostou de hoje? Eu também gostei, sua prima é legal. — Riu. — Não sei como Lucy e Rami não acabaram se matando no meio do caminho.
— Eu gostei da gente. — Disse, agora completando. — No meu quarto.
O ruivo entendeu o que ele quis dizer, o loiro abaixou o olhar, sentindo suas bochechas queimarem. Estava mais tímido que o normal.
— Também gostei disso, Rapunzel.
Ben o empurrou de leve com o corpo, rindo do apelido idiota. Não conseguia mentir, gostava das provocações dele. Tanto quanto sentia que gostava dele também, mas ainda não conseguia dizer isso. Não com todas as palavras.
Quando chegaram a casa do Ruivo, ficaram enrolando um pouco, e Mazzello quase o convenceu a entrar um pouco, mas estava ficando tarde, e ele ainda teria que andar até em casa. Se despediram com um beijo, mas não um beijo quente, como costumavam dar, mas sim um beijo carinhoso. Ben seguiu seu caminho, após Joe finalmente entrar. Estava sentindo-se radiante. Uma felicidade tão boa que nem se preocupava que ela poderia acabar em instantes.
Entrou em casa, trancando a porta logo depois, estava tudo escuro então logo estranhou, afinal, sua mãe costumava estar em casa naquele horário. Acendeu as luzes e começou a procurar por ela, talvez estivesse num cômodo mais distante ou com a porta fechada.
— Mãe?
Foi procurando pelos cômodos enquanto a chamava, sem obter nenhuma resposta.
— Você está aí?
Foi até a cozinha, e estava como haviam deixado depois do café da manhã, por exceção de apenas uma coisa, um pequeno bilhete, colado na porta da geladeira. Ben tranquilizou-se no mesmo instante, andou até lá e pegou o bilhete. Então deveria estar tudo bem, talvez ela estivesse apenas na casa de algum parente ou amiga, ou então estivesse trabalhando até tarde.
Mas não era bem assim.
Na primeira linha da nota, já sentiu seu nervosismo voltar, continuou, mal conseguia terminar pois suas mãos estavam tremendo mais do que nunca. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
Jogou papel pra longe, e sentou-se no chão, encostando na geladeira.
Ela havia ido embora
E não pretendia voltar.
(…)
Era madrugada quando o telefone tocou, naquele horário, provavelmente deixariam tocar, mas após a insistência, Brian finalmente se levantou para atender enquanto Roger apenas resmungou algumas palavras incompreensíveis. Calçou as pantufas e passou pela porta do quarto, sempre teve um sono leve, mas com a idade, sua força de vontade para levantar estava diminuindo.
Desceu as escadas e se dirigiu até o telefone, o atendendo ainda com uma sonolência. Mas o que ouviu do outro lado da linha logo o fez acordar. Olhou para a escada, vendo Gwilym descer, preocupado. Respirou fundo e olhou novamente para o filho, afastando o telefone da orelha.
— Chama o Roger pra mim, Gwil. Por favor.
O rapaz no mesmo instante concordou. Subindo com pressa escada a cima, atrás de seu padrasto. Seu pai parecia preocupado e nunca havia o visto daquela maneira.
Alguns minutos depois, Roger desceu, Brian já havia desligado o telefone. Parou ao pé da escada, olhando confuso para o marido, ainda se sentia sonolento e não fazia ideia do que estava acontecendo.
— Pega seu casaco e as chaves, ligaram da delegacia. — Suspirou. — É sobre ele.
No mesmo instante, entendeu do que se tratava e correu para fazer o que Brian havia acabado de dizer. Iria até lá.
(…)
Acordou sentindo sua cabeça latejar um pouco de dor, a claridade da lâmpada estava o incomodando, o mundo ao seu redor foi aos poucos tomando forma e as coisas pareciam estar voltando ao normal com seus sentidos. Olhou ao redor e não era apenas sua cabeça que doía, seu corpo também. Levantou seu corpo, sentando-se na espécie de banco de pedra. Olhou ao redor, confuso, precisou analisar o ambiente mais de uma vez para finalmente entender onde estava, se levantou apressado, batendo nas grades.
— Ei!
Gritou, e então uma pessoa se aproximou de onde ele estava, era uma mulher loira de olhos azuis. Uma policial.
— É, o garoto acordou, Paul! — Ela gritou pra seja lá quem fosse Paul. E o tal Paul de fato apareceu.
Se afastou da grade, encarando os dois adultos.
— O garotinho enfezado se acalmou? — Ele fez desdém da cara de irritado que o loiro mantia.
— Por que eu to aqui?
— Depredação de patrimônio público, utilização de bebidas alcoólicas. — Foi listando. — Eu poderia te ferrar muito com isso.
— Prenter. — Mary o repreendeu de leve e ele a encarou. — É só um garoto, não sabia o que tava fazendo.
Ele respirou fundo, contrariado. Mary estava um cargo acima do dele, então teria que ouvi-la mesmo que discorda-se da opinião dela.
— Certo, garoto...
— Ben. — o interrompeu.
— Foda-se o seu nome. — Levou uma cotovelada da Loira. — Ei!
— Deixa que eu resolvo isso, sai!
E assim ele fez. Mary suspirou, balançando de leve a cabeça. Ela olhou para o Garoto a sua frente.
— Me desculpa por ele, é um babaca. — Pegpu seu próprio telefone. — Tem o número de algum dos seus responsáveis? Eles precisam vir aqui para que eu possa te liberar.
— Então eu não vou ser preso?
Se sentiu mais aliviado.
— Considere isso como um favor, e não se meta mais em encrenca, mocinho.
Mary sorriu, e Ben acabou fazendo o mesmo. Pegou o aparelho e digitou o número da casa de seu pai, e desejou profundamente que aquele número não estivesse errado. Não confiava nele, claro, mas sabia que só com a ajuda dele poderia sair daquele lugar.
— Obrigada por colaborar. Vou ligar para….
— Roger Taylor. — Completou. — É o nome do meu pai.
— Certo.
Ela saiu, o deixando mais uma vez sozinho.***
gente desculpa a demora
tava tendo dificuldade em continuar e quando finalmente consegui, minha internet parou de funcionar.
espero q gostem anjinhos 💖😔
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Night Mime • Hardzello
FanfictionBen descarrega todas as suas emoções e frustrações em seus sonhos até conhecer Joe, ou melhor, reencontrar Joe. E então tudo muda.