Capítulo 7

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"Novo dia, novas oportunidades".

Hoje acordei com este pensamento. Não sei porquê. Talvez seja por causa da conversa que tive com a minha mãe no outro dia. Ou talvez esteja para me aparecer uma nova oportunidade, um novo emprego, um novo amor. Quem sabe...

Olho para o telemóvel e percebo que já estou atrasada para o trabalho. Corro até à casa de banho, tomo um banho rápido, visto-me e vou comer alguma coisa para sair o mais rápido possível.

O dia de trabalho foi normal, fiz todas as minhas tarefas e estava a sair quando me aparece alguém à frente, a interromper o meu caminho. Vou a responder à mensagem da Rebeca, que me pergunta se a posso ajudar quando chegar a casa, e paro. Continuo a escrever à espera que a outra pessoa me saia da frente, mas isso não acontece. Estou mesmo para responder quando levanto o rosto e vejo essa mesma outra pessoa a olhar para mim fixamente e sorri. É o Santiago. Apercebo-me que quase ia fazendo asneira por causa do meu "feitio especial".

– Estás muito concentrada... Quem é o sortudo? – pergunta, ao olhar na direção do telemóvel.

– Não é nada disso que estás a pensar, é a minha irmã. Mas isso não te diz respeito. O que é que estás aqui a fazer?

– Tive alta do hospital e decidi vir aqui ver como estavam as coisas, talvez adiantar uns trabalhos.

– Estás doido? Ainda ontem foste parar ao hospital e já aqui estás? Devias ir para casa.

– Eu estou ótimo e se pude sair do hospital, posso vir para aqui – responde com um ar meio convencido.

– Tu é que sabes... Agora deixa-me passar que eu estou com pressa – digo.

– O caminho é todo teu!

– Obrigada – respondo e saio dali rapidamente.

Quando me sento tento acalmar-me. Ele deixa-me sempre assim, nervosa. Tenho vontade de disparar, mas não posso, ele é filho dos donos da empresa onde trabalho e tenho de me aguentar firme. Ligo o carro e estou para arrancar quando recebo uma mensagem. Decido ir ver de quem é antes de arrancar. Para minha grande admiração, é do Santiago: "Se eu não te pedir a opinião, não a dês, por favor. Já tenho pessoas a mais a mandar na minha vida". Aquilo foi como uma chapada. Eu só estava a tentar ajudar... Ainda pondero responder-lhe, mas prefiro ficar calada, para não arranjar confusão. E depois ainda dizem que vale a pena ser simpática. Não estou a ver onde...

Para piorar ainda mais o meu dia, chego a casa e deparo-me com a Rebeca deitada na cama a chorar.

– Então, Beca, que se passa?

– Nada... – responde ela, virando-se de costas para mim e limpando as lágrimas.

– Sabes que a mana está aqui para o que for preciso, não sabes?

– Isto dói tanto, mana – diz ela, desta vez abraçando-se a mim com toda a força.

Estou muito preocupada, mas é melhor não dizer nada. Ela falará quando se sentir preparada.

Que dia. Só quero ir dormir, para que acabe mais rápido, e esperar que o amanhã corra melhor.

Bem, uma esperança que acaba assim que chego ao trabalho. Olho para a escala e fico perplexa. Tenho de ir limpar o escritório do Santiago, depois de ele ter deixado bem claro que não queria que eu o fizesse. Ainda por cima estava um nome riscado e o meu por cima.

– Só a mim – sussurro para mim mesma.

– A falar sozinha? – pergunta o Marcos, que aparece do nada atrás de mim.

Amar em Pecado (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora