Capítulo 1

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↜Slytherin part.2. Capítulo 01↝.

Lucida estava deitada de costas, respirando com esforço como se tivesse corrido. Acordara de
um sonho vívido, apertando o rosto com as mãos. Seu peito, coração,  ardia sob seus dedos como se alguém tivesse comprimido sua pele com um arame em brasa.
Ela se sentou, uma das mãos ainda no coração, a outra estendida no escuro à procura dos óculos que começará a usar e que deixara na mesa de cabeceira. Ela os colocou e o quarto entrou em foco, iluminado por uma luz fraca e enevoada vinda de um lampião de rua fora da janela.
Lucida tornou a passar os dedos pela pele. Continuava dolorida. Ela acendeu o abajur ao seu lado, saiu da cama, atravessou o quarto, abriu o guarda-roupa e espiou no espelho que havia do lado interno da porta. Uma menina magricela de catorze anos olhou para ela, um dos olhos muito verde e outro muito azul, e intrigados sob os cabelos ruivos em desalinho. Examinou com mais atenção a
cicatriz que se formava entro o ombro e a clavícula acima do peito, por debaixo da alcinha do pijama. Parecia uma cicatriz normal, tirando o fato de que nunca estiveram ali antes e estava ardendo.
Lucida tentou se lembrar do que estivera sonhando antes de acordar. Parecera tão real...havia duas pessoas que ela conhecia e uma que não conhecia... ela se concentrou, enrugando a testa, tentando se lembrar... Veio à sua mente a imagem pouco nítida de um quarto escuro... havia uma cobra em cima de um tapete diante da lareira... um homenzinho chamado Pedro, de apelido Rabicho... e uma voz
aguda e fria... a voz de Lorde Voldemort. Só de pensar, Lucida teve a sensação de que uma pedra de gelo estava descendo para o seu estômago...

Fechou os olhos com força e tentou se lembrar que aparência tinha Voldemort, mas foi impossível... tudo que ela sabia era que, no momento em que a poltrona girara, vira o que
estava sentado nela, sentira um espasmo de horror que a acordara... ou fora a dor no coração?
E quem era o velho? Porque sem dúvida havia um velho; Lucida o vira cair no chão. Tudo estava ficando confuso; a garota levou as mãos ao rosto tampando a visão do quarto em que estava, tentando reter a imagem daquele outro mal iluminado, mas era o mesmo que tentar segurar água com as mãos; os detalhes agora desapareciam com a mesma rapidez com que ela tentava retê-los... Voldemort e Rabicho estiveram conversando sobre alguém que haviam matado, embora Katherina não conseguisse lembrar o nome... e estiveram planejando matar mais
alguém... ela e Harry... Lucida tirou as mãos do rosto, abriu os olhos e contemplou o quarto a toda a volta como se esperasse ver alguma coisa diferente ali. Como era de esperar, havia uma quantidade extraordinária de coisas diferentes em seu quarto.

Havia um malão de madeira aberto ao pé da cama, deixando à mostra um caldeirão, uma vassoura, vestes negras e vários livros de feitiços.
Rolos de pergaminho atulhavam a sua escrivaninha. No chão ao lado de sua cama havia um livro aberto; ela o estivera lendo antes de adormecer na véspera. As ilustrações do livro se mexiam. Homens com vestes laranja-vivo voavam em vassouras e entravam e saíam do seu campo de visão, jogando uma bola vermelha.
Ela foi até o livro, apanhou-o e assistiu a um dos bruxos marcar um gol espetacular enfiando a bola por um aro a quinze metros de altura. Então ela fechou o livro. Nem mesmo o quadribol, na opinião de Lucida, o melhor esporte do mundo, conseguiria distraí-la naquele momento. Ela repôs o livro Voando com os Cannons sobre a mesa de cabeceira, dirigiu-se à janela e afastou as cortinas para olhar a rua lá embaixo.
A rua dos Alfeneiros tinha o aspecto exato que uma rua de subúrbio respeitável deveria ter nas primeiras horas de um sábado. Todas as cortinas estavam fechadas. Até onde Lucida pôde ver no escuro, não havia um único ser vivo à vista, nem mesmo um gato, mas havia uma cortina aberta, a do quarto do Harry Potter, ela tentou adivinhar oque poderia ter acontecido para ele também está acordado.
Contudo... contudo... Lucida voltou inquieta para a cama e se sentou, passando mais uma vez um dedo pela cicatriz que se formou. Não era a dor que a incomodava; Lucida não era estranha à dor e aos ferimentos. Uma vez perdera todos os ossos do braço direito e sentira a dor de recuperá-los em uma noite. O mesmo braço fora perfurado pela presa venenosa de uma cobra, pouco tempo depois. Ainda no ano anterior, ela despencara quinze metros da vassoura em que voava. Estava acostumada com acidentes e ferimentos incomuns; eram inevitáveis quando se
frequentava a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e se tinha um pendor para atrair confusões.
Não, a coisa que estava incomodando Lucdia era que da última vez que sua coração doera, fora porque Voldemort tinha andado por perto... mas o bruxo não poderia estar ali, naquela hora... a ideia de Voldemort estar rondando a rua dos Alfeneiros era absurda, impossível...
Lucida parou para escutar com atenção o silêncio à sua volta. Estaria esperando ouvir o rangido de um degrau, o farfalhar de uma capa? Então teve um leve sobressalto, sua gata acabara de soltar um tremendo miado no quarto.
Lucida deu em si mesma uma sacudidela imaginária; estava sendo burra; não havia mais ninguém em casa exceto o pai Alexander e a mãe Amélia, e era evidente que eles ainda
dormiam, embalados por sonhos tranquilos e indolores.
Seu pai era trouxa (não era bruxos),
sua mãe explicou as longas ausências de Lucida nos últimos três anos dizendo a todos que a garota estudava no Colégio interno para meninas. Lucida nunca pudera
fazer confidências a eles, nem contar nada de sua vida no mundo da magia. A simples ideia de procurá-los quando acordassem para falar que seu coração estava doendo e que estava preocupada com Voldemort era ridícula, a idéia de dá preocupação aos pais era ridícula.
No entanto, era por causa de Voldemort que Lucida viera morar com os eles e que seu nome tornou a ser Katherina, para início de conversa. Se não fosse por aquele bruxo, Lucida não teria a dor no coração. Se não fosse por Voldemort, a garota ainda teria os pais biológicos...Lucida tinha dois anos de idade na noite em que Voldemort? há um século o bruxo das trevas mais poderoso do mundo, um bruxo que fora adquirindo poder continuamente durante onze
anos, tinha chegado a sua casa e matado sua mãe. Depois, Voldemort brandira sua varinha contra Lucida; executara o feitiço que havia liquidado muitos bruxos adultos durante sua ascensão ao poder, e, inacreditavelmente, o feitiço não produzira efeito. Em vez de matar a
garotinha, o feitiço se voltara contra o bruxo. Ela sobrevivera sem algum machucado, mas Voldemort fora reduzido a uma coisa quase sem vida.
Despojado de seus poderes, a vida quase extinta, ele fugira; o terror em que a comunidade secreta de bruxos vivera tanto tempo se dissipou, os seguidores de Voldemort debandaram, e Lucida Anseris virou lenda, e Harry Potter se tornou famoso.
Lucida tivera um choque de bom tamanho ao descobrir, que era bruxa; Ela chegara a Hogwarts e deparara com cabeças que se viravam e cochichos que a seguiam aonde fosse. Mas agora já se acostumara com isso. No fim deste verão, ela iria começar o seu quarto ano em Hogwarts; e já estava contando os dias para regressar ao castelo.
Mas faltavam ainda quinze dias para as aulas recomeçarem e faltavam doze dias para o seu aniversário. Lucida tornou a examinar o quarto, desanimada, e seus olhos pousaram nas cartas que seus amigos lhe mandaram. Que será que diriam se lhes escrevesse para contar que o coração estava doendo e que logo acima se encontrava uma cicatriz igual a de Harry?
Na mesma hora a voz de Hermione Granger penetrou sua cabeça, aguda e cheia de pânico.

↜sℓyτнєriท ↯Harry Potter↝ 『2』Onde histórias criam vida. Descubra agora