Capítulo 32

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↜Slytherin part.2. Capítulo 32↝.

Lucida sentiu que caía chapada no chão; seu rosto comprimiu a grama, cujo cheiro invadiu suas narinas. Ela fechara os olhos enquanto a Chave de Portal a transportava, e os mantinha
fechados até aquele momento. Não se mexeu. Todo o ar parecia ter sido expulso dos seus pulmões; sua cabeça rodava tanto que ela sentia o chão balançar sob seu corpo como se fosse o convés de um navio. Para se firmar, apertou com mais força as duas coisas que continuava a segurar, a asa lisa e fria da Taça Tribruxo e o corpo de Cedrico. Tinha a sensação de que ia deslizar para a escuridão que se formava na periferia do seu cérebro se largasse qualquer das duas. O choque e a exaustão a mantiveram no chão, inspirando o cheiro de grama, esperando... esperando que alguém fizesse alguma coisa... que alguma coisa acontecesse... e, todo o tempo,
sua cicatriz ardia surdamente em seu peito...

Uma enxurrada de sons o ensurdeceu e confundiu, havia vozes por toda parte, passos, gritos... ela continuou onde estava, o rosto contraído contra o barulho, como se aquilo fosse um pesadelo que ia passar...

Então duas mãos o agarraram com uma certa violência e a viraram de barriga para cima.

– Lucida! Lucida!

A garota abriu os olhos.

Estava olhando para o céu estrelado e Alvo Dumbledore se debruçava sobre ela. As sombras escuras das pessoas que se aglomeravam ao seu redor se aproximavam; Lucida sentiu o chão sob sua cabeça vibrar com a aproximação dos seus passos.

Ela voltara ao exterior do labirinto. Via as arquibancadas no alto, os vultos das pessoas que se movimentavam nelas, as estrelas no céu.

Lucida largou a Taça, mas segurou Cedrico mais junto dela e com mais força. Ergueu a mão livre e agarrou o pulso de Dumbledore, enquanto o rosto do bruxo saía de foco e tornava a entrar.

– Ele voltou – sussurrou Lucida. – Ele voltou. Voldemort.

– Que está acontecendo? Que está acontecendo?

O rosto de Cornélio Fudge apareceu invertido sobre Lucida; parecia pálido e perplexo.

– Meu Deus, Diggory! – murmurou. – Dumbledore, ele está morto!

Essas palavras foram repetidas, as sombras que se comprimiam ao redor deles as exclamaram para as mais próximas... depois outras as gritaram, guincharam, para a noite

“Ele está morto!”, “Ele está morto!”, “Cedrico Diggory! Morto!”.

– Lucida, solte-o – ela ouviu Fudge dizer, e sentiu dedos que tentavam forçar os seus a se abrirem para soltar o corpo inerte de Cedrico, mas Lucida resistiu.

Então o rosto de Dumbledore, que continuava borrado e difuso, se aproximou.

– Lucida, você não pode mais ajudá-lo. Terminou. Solte-o.

– A culpa foi minha - chorou a menina - Ele me queria, não queria o Cedrico -ela chorava descontroladamente e abraçava o corpo do garoto - Ced queria que eu o trouxesse de volta – murmurou Lucida, pareceu-lhe importante explicar isso. – Ele queria que eu o trouxesse de volta para os pais...

– Certo, Lucida... agora solte-o...

- Não... ele me queria, não era pra Cedrico ter morrido... A culpa foi minha... - disse Lucida atordoada - A culpa foi minha... eu não consegui salva-lo... eu deveria ter salvado ele... A culpa foi minha...

Dumbledore se curvou e, com uma força extraordinária para um homem tão velho e magro, ergueu Lucida do chão e a pôs de pé. Lucida oscilou. Seu peito e sua cabeça latejavam com força. Sua perna machucada não queria mais sustentar o seu peso. As pessoas aglomeradas ao redor se acotovelavam, tentando chegar mais próximo, empurrando sombriamente

↜sℓyτнєriท ↯Harry Potter↝ 『2』Onde histórias criam vida. Descubra agora