Já fazia um mês que recebi o diagnóstico e comecei com o tratamento "preparando para morte", como eu chamo. Meus pai não me deixam sair de casa, passo dia no quarto, deitada e muito entediada. Raramente Antônio e Henrique vem me visitar, ficam falando sobre o colégio e como todos sentem saudade e tal. Incrível que eu era invisível até ganhar um prazo de validade.
Um dia resolvi escrever o que queria fazer caso tivesse a oportunidade de continuar vivendo.
1. Conhecer um lugar incrível;
2. Relaxar e esquecer por um* dia que vou morrer;
3. Me apaixonar e me casar;
4. Ter minha primeira vez;
5. Não temer a morte;
6. Viajar;
7. Morrer na hora certa.
Fiquei analisando a lista por um bom tempo até que uma ideia me ocorreu. Chamei meus melhores amigos para contar meu plano e procurei na internet formas de executa-lo.
Quando Antônio e Henrique chegaram já tinha tudo armado.
- Eu vou forjar minha morte. - Disse na lata.
- Mas você já vai morrer. Pra que faze isso duas vezes. - Adoro o modo como tratam minha doença. Como uma piada de mal gosto.
- Eu sei, mas eu não quero passar meu últimos dias deitada numa cama tomando remédio pra prolongar esse sofrimento, quero viver, quero morrer sabendo que minha vida valeu a pena. No ultimo mês eu vou ser um vegetal e vai ser tarde demais.
- Mas e se o tumor romper antes da hora? Eu sei muito bem o que você quer fazer e é perigoso! - Disse Henrique.
- Se romper vou morrer feliz e livre.
- E como vai se fingir de morta? Mesmo essa ideia sendo uma loucura! - Dessa vez foi Antônio.
- Descobri uma substância que diminui meu sinais vitais, e parece que não tenho pulsação e nem respiro mais. Em questão a IML eu deixo uma carta de último pedido para que não mexam em meu corpo, como já tenho uma doença terminal não tem por que procurar a causa.
- Mais como você vai sair do caixão? - pegunta Antônio.
- Por isso preciso de você, vão ter que me desenterrar.
- E se formos pegos? - Pegunta Henrique.
- Façam de madrugada, sei que no cemitério só tem um vigia nesse horário, teremos que ver se ele é esperto.
- Laura tem certeza que vai dar certo? - Antônio pergunta.
- Tem que dar, na pior das hipóteses eu morro antes da hora. Só temos que ser inteligentes. Amanhã vou abrir uma conta com outro nome e passar meu dinheiro da faculdade pra lá, assim teremos como nos virar e fazer o cronograma do plano. Vou ser meticulosa!
- E você, não pensou em como pode ser difícil andar por ai fraca como está, sua cara está péssima. - Antônio novamente.
- Disso eu cuido depois que sair do caixão. Vou deixar um estoque dos meus remédios com vocês e assim posso sobreviver durante nossa aventura. E ai, vão me ajudar? - Eu sabia que iriam. Mas é legal fazer um drama. Aliás os dois vivem brigando por mim, tinha que me aproveitar dessa situação.
- Sim - Disseram juntos.
Assim comecei a planejar minha "Morte"!
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7 Palmos para Liberdade (Concluída)
Krótkie OpowiadaniaLaura descobre que está no estágio final de aneurisma e que não resta muito tempo, sua família decide manter ela em casa para que tenha um fim confortável, mas Laura encena a própria morte junto de seus dois melhores amigos, para que possa fugir e r...