7 Palmos para Liberdade (Concluída)

III - Finalmente Livre

Laura

Num único suspiro voltei a vida, era apertado e sufocante, mais havia o suficiente de gás para que eu aguenta-se mais 20 minutos, eu estava confiante, finalmente eu ia ter uma vida digna de um verdadeiro ser humano, sem regras absurdas, sem fronteiras, sem dias improdutivos e sem fiscalização exageradas.

Nesse momento começou a se passar em minha mente o que realmente eu queria fugir era: De uma vida em rascunhos e com o pouco de tempo que eu tenho (Já que eu tenho só mais quatro meses de vida) não daria pra ter uns últimos momentos verdadeiramente visível. Sei que essa foi a melhor escolha.

Finalmente chegaram, meus amigos, que, estão, iriam me tirar desse buraco e me levantar para uma nova vida. Ouvi duas batidas na madeira e então soube, era a hora, num estalo a tampa foi removida, acostumei meus olhos a luz das lâmpadas que envolviam o caixão, e então vi meus fiéis escoteiros sorrindo e me dando as boas vindas para uma bela vida nova, sem regras.

Ajudei os meninos a recolocar toda a terra de volta e quase fomos pegos saindo do cemitério. Eu tinha comprado passagens de ônibus pra São Paulo então seguimos para a rodoviária, chegando lá procurei um banheiro e troquei de roupa e fiz uma maquiagem bronzeada, tomei meus remédios e um pra enjôo. Já estávamos acomodados e o ônibus finalmente estava saindo. Eu estava irradiando felicidade.

- Laura tem certeza que quer fazer isso, você não vai se cansar? - Perguntou Antônio atrás de nós.

- Claro que não, eu fui cuidadosa, eu estou descansada e não vou voltar atrás.

- Se quiser desistir ainda da tempo bebezão. - Zombou Henrique ao meu lado.

- Claro que não. Só estou preocupado. Ao contrário de você, mané!

- Dá pra parar. Não quero duas crianças discutindo atrás de mim. Se continuar pode ficar em casa. - Briguei.

- Ta bom, desculpa. - Disseram juntos.

Pra evitar me aborrecer peguei meu celular e os fones, botei meu playlist pra "dormir" e logo adormeci.