Capítulo 6 O desepero de Suzana

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Apesar de ter seu ferimento curado por um Arcanjo, o corpo de Suzana ainda estava tomado por terríveis dores, o que transformava cada passo da jovem em um martírio. Mas, na verdade aquele golpe de espada havia sido mais eficiente e causado mais danos ao corpo de Aziel que quase fora desintegrado por completo. Gabriel sabia muito bem o que estava fazendo, seu alvo principal nunca fora Suzana, apesar de saber que a morte dela evitaria muitos problemas. Mas de qualquer forma a marca feita por Aziel no corpo de Suzana de alguma maneira a manteria segura contra Gabriel, pelo menos por enquanto. Aquele ousado e proibido plano havia dado ao Querubim e a garota certa vantagem sobre os Arcanjos. Mas a que preço? Preço que Aziel sabia muito bem, por isso cada vez mais era importante a ele chegar ao novo Eden.

- Como foi que escapamos daquele cara? - Gritou Suzana, ainda aterrorizada - Az... Você está me ouvindo? - Gritou novamente ainda tomada pelo desespero - Você ainda está aí, não é?

- Sim, estou - respondeu Aziel, um tanto que angustiado.

- O que foi Az? Alguma coisa me diz que você não está nada bem. Espero que eu esteja errada.

- Ainda estou bem debilitado - confessou Aziel - mas apesar de tudo tivemos muita sorte em sairmos vivos desse encontro.

- Sorte? - Questinou Suzana, tentando entender como ser transpassada por uma espada em chamas poderia ser comparado com algum tipo de sorte.

- E você não imagina o tamanho dela - respondeu Aziel - Arcanjos são os Anjos mais poderosos do criador - continuou - o próprio Gabriel é conhecido como a força de Deus - ouve uma pausa e certo tremor - sozinho eu não teria a menor chance.

- Se esse cara é tão poderoso assim o que o vez mudar de ideia e poupar minha vida? - Perguntou Suzana curiosa.

- Foi a marca - explicou Aziel, e sua voz ecoou em tom de culpa.

Involuntariamente Suzana levou as mãos a baixo dos seios e tocou por cima da camiseta o local onde o misterioso símbolo enoquino fora gravado em sua pele.

- O que tem de tão especial nesse símbolo que impediu um ser tão poderoso de terminar sua missão? - Perguntou, ainda com as mãos sobre a marca.

- Essa é a mesma marca que o criador usou para marcar Caim, logo após este ter assassinado seu irmão Abel - explicou Aziel - essa é uma marca de proteção, uma proteção do próprio criador que proíbe que quem a possua seja ferido por qualquer outra criatura sob a pena de ser vingado sete vezes.

- Então os caras mais poderosos do universo são superticiosos? - ironizou Suzana, esquecedo por alguns segundos a terrivel dor que assolava seu corpo.

- Antes de tudo - sussurrou Aziel. - Espero e desejo profundamente que você entenda, que essa marca de maneira alguma simboliza algo simples.
Para o seu conhecimento - continuou - nem todas as pessoas seriam capazes de suportar tal tradição mística mantida em segredo por séculos. Na verdade somente os descendentes daquele para quem foi criado esse simbolo suportaria portá-lo e sobreviver, o que para uns seriam uma dádiva. Mas, para outros nada mais do que uma eterna maldição.

- Porquê voces anjos são tão complicados? - reclamou Suzana, que se mantinha seguindo em frente por aquilo que já não mais parecia um caminho normal para meros mortais.

- Não vejo complicação alguma em tudo o que falei, Suzana - disse Aziel - apenas não mais posso manter oculta de você a verdade.

- E qual é essa verdade?

- A única verdade é a qual você descende de Caim - respondeu Aziel, como se tivesse se livrado de um enorme fardo.

Suzana sem entender ou negando para si mesma querer entender gargalhou.

- Você está me dizendo que sou descendente do primeiro assassino?

- Desse mundo, sim! - completou Aziel.

- Como assim? - questionou Suzana. - Está querendo me dizer que existe outros mundos? Além desse tal lugar chamado Genedan e o seu tão cobiçado novo Eden?

- Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas - sussurrou Aziel. Mas Suzana não o entendeu.

- Cara, isso não responde o que te perguntei - esbravejou a garota - mas também não me importa mais... Estou cansada de andar... Estou cansada de ser atacada por super heróis enviados pelo próprio Deus - Suzana gargalhou, talvez pelo nervosismo da situação - estou cansada de ter você na minha cabeça... E quer saber? Talvez esteja cansada de ser descendente desse maldito Caim sem saber o que merda isso significa - a garota gritou em um desabafo que poderia ser ouvido a quilômetros, mas não foi ouvido por ninguém, pois estavam sozinhos naquela lugar que humanos normais não encontrariam por mais que procurassem.

Suzana havia andado tanto sobre o controle de Aziel que ela mesmo não percebera que já não se encontrava no plano mortal a qual nascera. Ela estava além, além desse mundo. Apesar de que para ela, tudo ainda continuava exatamente igual ao mundo no qual ela viveu até aquela noite.

E após um breve silêncio, a mente de Suzana que já estava cansada, confusa e com raiva despertou em total fúria e foi nesse momento que ela criou coragem de fazer a pergunta que estava remoendo em sua cabeça.

- Me diga a verdade... - respirou profundamente - essa tal marca... - suspirou - no que ela me transforma?

- Em um alvo - respondeu Aziel.

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