Chalé

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- Você não vem Sam?

Meu melhor amigo pergunta da cozinha do chalé que o cara que se diz ser meu pai construiu, o qual estamos estreiando.

- Estou indo Nate!- respondo em alto e bom som descendo a escada que leva ao quarto que escolhi ficar.

- Eai Nate, cadê as cervejas?- Dean pergunta entrando na cozinha.

- Estão no free.. uoou, olha como ela tá sexy!

Dean e Nate param para me observar descer as escadas com meu maiô vermelho que tem uma fenda na frente até um pouco á cima do umbigo.

- Aí eu sei, obrigada!- Respondo com ar de superioridade.

- Tá gostosa em Sam!

- Agora parem de babar vocês dois, já estou ficando constrangida!

Dito isso, os dois pegam suas cervejas e caminhamos até a piscina, onde o resto do pessoal está. Vejo ao longe Brithany dando em cima de Daniel.

- Quem foi que convidou ela mesmo?

Pergunto para o meu amigo que agora observa a cena junto a mim.

- Acho que ninguém Sam, esqueceu que você só disse pra todo mundo que ia fazer a festa de formatura no novo chalé do seu pai? E bom, notícia de festa se espalha bem rápido!

- Hey, eu só falei para algumas pessoas, só os mais próximos, não achei que iria vir a escola inteira!

Ele ri sarcástico e dá um gole em sua cerveja.

- De qualquer forma, é bom pra mim, tá cheio de garota aqui pra eu pegar!

- Bom pra você mesmo, já eu tenho que ficar olhando a Bethany se esfregar no Dan!

- Por que é que você não chega nele logo? Fica aí se torturando, toma uma atitude, não aguento mais ficar ouvindo esses seus dramas.

- Haha, engraçado! O Dan nunca olha pra mim, e só nos falamos umas, deixa eu ver...- finjo estar contando nos dedos- três vezes!

- Isso é por que você vive se esquivando dele!

- Hey, eu não me esquivo dele!

- Ata, e aquela vez que ele ia te pedir ajuda com matemática e você saiu correndo igual doida?

- Cala boca Nate, ninguém te perguntou!

- Só tô dizendo que se você não der o primeiro passo ele não vai adivinhar, nós homens somos um pouco lerdos as vezes.

Rio de sua conclusão e fito mais uma vez Dan, que agora está caminhando em direção a cozinha. Penso um pouco no que Nate disse e resolvo que vou dar o primeiro passo agora, afinal, daqui uns dias iremos pra faculdade e não quero ficar com arrependimentos de não ter feito algo.

Digo ao Nate que preciso ver uma coisa e saio em direção a cozinha. Vejo que Dan está de costas, pegando ponche no jarro. E que costas, ele está sem camisa, então é uma bela visão.

- O..oi Dan!- Minha voz sai falha como se estivesse engasgada e minha vontade é de sair correndo de tanta vergonha.

Ele se vira pra mim e dá um sorriso, e que sorriso!

- Samantha!

- Ahm, o que está achando do chalé?

- Da hora, seu pai fez um bom trabalho!- ele fala e eu acho que estou ficando louca quando vejo ele me olhar de cima em baixo e bebe um pouco de sua bebida.

- Ah, que bom que gostou!

- Você ia pegar um pouco?- pergunta apontando para o jarro com ponche.

- Ah, não, eu não bebo!

- Como assim, você não bebe?

- É, eu não curto beber!

- É que ela não tem estômago pra isso, não é Samanthinha?- A voz de Bethany se faz presente no ambiente.

- Eu não gosto mesmo!- digo firme.

- Eai amorzinho, vamos pro quarto?

- Obrigada Bethany, mas quero curtir a festa!- ele responde tirando o braço dela de cima de seu ombro.

Ela olha pra mim com cara de poucos amigos e se vira pra ele.

- Vamos ver se vai mudar de idéia agora!

Dito isso, ela agarra seu pescoço e começa beija-lo, um nó se forma em minha garganta e cerro os punhos para conter minha raiva, sabendo que depois vão ficar hematomas nas palmas de minhas mãos.

Pego uma toalha que está em cima do sofá e saio do local imediatamente, sou uma covarde por não revidar e fugir todas as vezes.
Estou em um local onde não se encontra quase ninguém, só um casal se pegando a uns dez metros, quando olho para a estrada vejo um carro parado.

Limpo um lágrima que havia escapado e caminho em direção ao veículo, sinto um calafrio e abraço a mim mesma puxando a toalha com intensão de me cobrir mais. Eu não acredito que meu pai mandou um de seus seguranças pra me vigiar, confirmei minhas suspeitas lendo a placa do carro.

Assim que estou ao lado da porta do motorista, aproximo meu rosto do vidro para enxergar melhor o lado de dentro. Fico surpresa ao ver que o motorista está com sua cabeça apoiada no volante, o idiota deve ter pegado no sono.

- Hey- grito batendo no vidro.- eu já te vi idiota, pode voltar e falar pro meu pai que a filhinha dele sobrevive sem a merda do segurança dele.

Espero alguns segundos e nenhuma movimentação. Abro a maçaneta e está destrancada, patético! E como eu imaginava, lá estava o segurança do meu pai.

- Você tá surdo?- pergunto o empurrando para trás pelo ombro. Foi questão de milésimos de segundos para meu cérebro processar o que havia acontecido ali.

Eu assisto documentários de assassinatos e serial killers o suficiente  para saber que esse cara havia sido degolado e não tinha acontecido dentro do carro, pois não havia vestígios de sangue a não ser em seu corte que pegava de fora a fora em seu pescoço.

Minha primeira reação foi ficar em choque, meu coração acelerou em uma velocidade paralela ao meu estado físico. Mas em um piscar de olhos saio do transe e minha voz sai em um grito desesperado.

- AAAHH! SOCORRO!

Ao tentar me virar para buscar ajuda sou impedida por braços que rodeiam meus ombros e mãos que levam algo até minha boca e meu nariz, tudo que vejo após isso é um vulto preto!

Continua...

Senhor Sequestrador (Concluído- Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora