Epílogo-Parte 2

25.6K 1.5K 357
                                    

Haviam se passado quatro meses desde que fui parar nas mãos do homem que me sequestrou.
Sim, é coisa de gente louca, e sim eu fui vítima da síndrome de Estocolmo, mas por Deus, se qualquer um estivesse a dois centímetros daquele homem, seria impossível não sentir um formigamento lá em baixo. E se alguem me contasse a alguns meses atrás  eu nao acreditaria  que esse homem me teria de uma maneira que nenhum outro teve.
Ele é o homem mais durão, arrogante, bipolar, gostoso, calma Samantha, deixa eu voltar a focar só nas imperfeições. E aqueles olhos, cinzas, como um metal frio e afiado, capazes cortar minha própria alma quando ele me olha, mas ao mesmo tempo me causa uma sensação gostosa, me dando calafrios e despertando os desejos mais insanos que nem mesmo eu sabia que se escondiam dentro de mim.

Estava com saudades de visitar o túmulo de minha mãe, e foi aí que disse pra ele que iria até o cemitério matar um pouquinho das saudades da memória dela. Ele não gostou da ideia no começo, mas reconsiderou meu pedido. Mal sabia eu, que em parte ele estava certo em não querer deixar eu sair, por que foi quando fui sequestrada outra vez, sim, você deve estar pensando: como uma pessoa pode ser tão azarada? Eu também não sei, só sei que agora estou nas mãos de outro psicótico, só que esse é pior, três vezes mais bipolar e sinistro.

— Então, você é a garotinha que está servindo de diversão e brinquedinho do Ferroccini?
Ferroccini?! Então era esse o sobrenome dele, durante 120 dias eu convivi com o homem e sequer tinha trocado cinco palavras comigo sobre a vida dele, o que já estava me deixando subindo nas paredes de curiosidade.
O olho com a melhor cara de nojo que consigo fazer e não o respondo.

— Já entendi, você se faz de durona!

— Fala logo por que que eu virei fantoche de mafioso, por que essa brincadeira de me sequestrar já tá me cansando!

— O gato não comeu sua língua enfim. E é nervosinha, mas comigo voce vai ter abaixar a bola, não sou o frouxo do Ferraccini.

Seu hálito quente se faz presente em meu rosto, e apesar do calafrio que me rendeu isso, não viro a cara, nem desvio meu olhar dele, seus olhos, ao contrário dos de Ferraccini, eram escuros, em um preto vazio, não aqueles vazios de solidão, mas um vazio sombrio, mas não deixei que isso me abalasse.

— Eu não sei que joguinho maluco e doentio você está fazendo, mas eu não vou abaixar minha cabeça para você,  estou cansada dessa merda, vocês acham que por que as outras pessoas levam uma vida normal, podem fazer da nossa vida um grande parquinho de diversões assombrado, mas adivinha? Eu não tenho medo de palhaços assassinos.

Meu sangue esquentou e se eu estivesse em sã consciência nunca falaria nada disso, mas não posso demonstrar medo, não mais.

Então ele se endireita e ouço sua risada diabólica, zombando da minha cara.

— Você não passa de uma vadiazinha que acha que pode me intimidar, você faz ideia de quem eu sou garota? Das coisas que sou capaz de fazer?

— Ah eu sei, sei muito bem, você é um maldito miserável, igual ao Ferraccini, que não consegue nada a não ser na violência, uma pessoa desprezível!

Então sinto meu rosto arder, e o barulho estridente do tapa que o maldito deferiu em meu rosto, agora queima como o inferno, e sinto o gosto de sangue na minha boca.

— Agora você pensará duas vezes antes de falar de mim.

O olho com toda raiva que estou sentindo, e posso jurar que nunca senti tanta raiva de uma pessoa. O cretino pega um celular que está no seu bolso, então disca um número e alguém atende do outro lado.

Então um dos seus homens vem e coloca a mordaça novamente em minha boca.

— Olá, velho amigo!
Ele fala e coloca a chamada no viva voz, e de longe eu reconheceria aquela voz.

Senhor Sequestrador (Concluído- Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora