PRÓLOGO

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Eu estava bem.

Não! Na verdade eu estava tão ótima que não conseguia lembrar se já havia estado assim alguma vez. Nenhum cálculo matemático, nem os próprios criadores da matemática podiam explicar ou sequer numerar o que eu estava sentindo. A mesma coisa em relação aos escritores. Não existiam palavras no mundo para descrever aquilo.

Pois é! Aquilo é uma coisa muito estranha de se estar sentindo.

-Como se sente? – Perguntou Anthony ao meu lado.

Meus lábios se curvaram em um sorriso para aquela pergunta.

-Sabe, eu dizia para mim mesma, há dois segundos, o quanto estou maravilhosa.

Os olhos dele, de um azul tão profundo como as águas do pacifico, agora imperceptíveis por causa da má iluminação, me encaram com algo que muito parecia arrependimento.

-Eu não quis machucar você. Não queria mesmo. Mas...

Minha mão vagou no mesmo instante para os cabelos dele, meus dedos se entrelaçando nos fios negros enquanto a carícia o silenciava.

-Acalme sua mente, Stiveblack. Estou bem. O desconforto foi só no começo, mas eu adorei tudo depois. Cada momento.

-Eu amo você, Maddison. Quero que saiba disso. – Anthony fechou os olhos. Uma sombra de dor passando pelas suas feições. – Não importa o que todos dizem. Não importa o que a droga dos nossos pais pensam. Eu amo você tanto que sinto que posso morrer a qualquer instante.

Estremeci com o comentário mórbido, e sem querer, acabei puxando com um pouco de força as suas mechas negras.

-Não diga isso. Vamos ter muito tempo ainda.

-Não vai dizer que me ama também? – Ele perguntou, ignorando meu comentário anterior e colocando aquele sorriso arrogante que eu tanto admirava no seu rosto. – Sei que está maluquinha para dizer.

-Você sabe como me sinto a respeito disso. Eu não acredito em amor, mas tenho muita afeição por você. Tenho mesmo.

O sorriso aumentou mais ainda.

-A quem esta querendo convencer? A mim ou você?

Enterrei meu rosto no seu peito quente e inspirei seu cheiro viciante e agradável.

-Você, é claro! Não preciso me convencer de nada.

-Não? – E de um segundo para o outro eu estava debaixo dele novamente. Suas mãos estavam entrelaçadas com a minha, acima da minha cabeça, enquanto seu corpo prendia o meu sobre o pano. Os raios prateados da lua incidiram sobre ele, reluzindo em sua pele branca um brilho meio prateado, os olhos e os cabelos estavam com o mesmo tom. Seu sorriso era lindo, mesmo não totalmente iluminado. Afinal já era madrugada, e a única luz que entrava naquele galpão abandonado era a do satélite brilhante lá fora. – Tenho certeza que a ouvi dizer algo semelhante quando eu estava dentro de você. Quer que eu te mostre novamente?

-Tem alguém muito arrogante aqui, hein.

Ele sorriu, enquanto seus lábios distribuíam beijos pelo meu pescoço.

-Não foi isso que a fez se apaixonar por mim? Que a fez escolher o garoto mau em vez de um bom? Deus sabe que eu não mereço você.

-E Deus sabe que você não e mau. Eu vejo a bondade aí dentro, Anthony. Nunca erro nisso.

Ele pareceu ficar tenso por um instante, antes de continuar o que estava fazendo.

-E a que adjetivo me classificaria, senhorita Maddison? – Sua boca vagou pelo meu esterno, chegando bem perto do meu seio. Isso acendeu algo em mim. – Porque bondoso me parece uma qualidade enfadonha demais para minha pessoa.

MADDISONOnde histórias criam vida. Descubra agora