"Uma rotina agitada"
Capítulo 09
Narração por: Frisk
Depois de nos encontrarmos com Muffet, continuamos nosso caminho entre as lojas. Enfim, depois de pouco tempo caminhando, chegamos a um armazem, cheio de aparelhos.
As estantes estavam cheias de máquinas, haviam de limpeza, de higiene, de cozinha, e entre outros.
O estabelecemento parecia novo, tudo estava arrumado, brilhando, as paredes decoradas com um papel de parede verde claro, de alguma maneira, acalmavam o local.
Andei pelos corredores, analisando os produtos das prateleiras, e sorri ao ver o aparelho que precisava.
Era algo simples, que limpava rapidamente qualquer sujeira, na maioria das superfícies. Era realmente impressionante.
Notando que aparentemente eu não precisaria de mais nada, me dirigi ao caixa, onde atendentes robóticos eram monitorados por um homem alto, que — por algum motivo — usava óculos escuros e parecia me encarar. Talvez fosse só impressão.
O robô passou meu produto e eu o paguei calmamente. Flowey e Sans pareciam analisar a situação. Tudo deveria parecer novo.
Infelizmente, como eu tinha crescido a minha vida inteira nesse ambiente cheio de tecnologias avançadas, essas situações não me surpreendiam.
— Isso foi rápido. — murmurou Flowey, parecendo aliviado pela agilidade na qual estávamos fazendo as compras.
— Por enquanto — disse. — Comprar roupas é muito mais complicado. Agora vamos, agora que por aqui tem uma loja... — antes que eu pudesse terminar de falar, deparei-me com a vitrine de uma pequena floricultura.
Flores douradas. Sempre me pareceram tão familiares, de alguma maneira, antes mesmo de sonhar com Flowey. Meu avô sempre as amou, dizia que eram as favoritas de minha vó.
"Acordei" de meu transe ao ouvir uma voz me chamar.
— Frisk? — Sans me chamou, preocupado. — Você está aqui parada a um bom tempo, não vamos para a loja?
— Ah, sim, vamos. — sorri. — Eu só estava pensando, sinto muito.
Continuamos caminhando, em silêncio, até que Flowey se pronunciou.
— Você gosta delas? — perguntou.
— Delas? — questionei, confusa.
— As flores.
— Ah. — suspirei, novamente parando de andar. — Meu avô sempre me dizia que eram as favoritas da minha vó. Nunca a conheci, mas deve ter sido uma mulher incrível. Meu vô sempre amou elogiá-la.
Flowey e Sans me analisavam chocados, parecendo estar processando os dados, mas fracassando.
Talvez pensassem em o quão fracassada eu sou por ter estado sempre tão solitária, antes apenas tendo meu avô, que agora estava morto. Talvez pensassem porque isso importava, eu não sabia. Mas toda as vezes que via aquelas flores de perto, analisando-as, e depois deixando que memórias me invadissem, eu sentia como se pudesse ficar chorando para sempre.
Respirei fundo, tentando controlar minhas emoções e permanecer firme.
— Acho melhor voltarmos a andar, eu estou nos atrasando. — disse, e continuamos a caminhar.
Sem muita demora, chegamos à loja. As vitrines mostravam as roupas em tendência, tanto femininas, masculinas, ou unissex. As paredes lilás do local, juntamente com a decoração, de alguma maneira, passavam um ar importante.
Um imenso corredor se estendia à frente, com roupas unissex no início da loja, e em seguida tornando roupas femininas na direita e masculinas na esquerda. No final do corredor, haviam o caixa e os provadores.
— Eu não esperava que lojas como essas fossem tão grandes. — comentou Sans.
— Não são. — respondi, calma. — Essa aqui é a maior que conheço, aqui com certeza vamos encontrar as roupas perfeitas para você! Pode escolher o que quiser.
Deixei com que Sans escolhesse o que quisesse e pedi para que ele ficasse com Flowey enquanto eu iria no lado de roupas femininas ver se eu me interessaria por algo.
Observei as peças de roupa em silêncio, nenhuma delas parecia boa para mim, o que fez-me sentir um pouco frustrada. Logo, um robô se aproximou de mim.
— Bom dia. — disse a voz feminina e robótica, que era calma, como a voz de uma assistente do Google, eu diria. — O que está procurando?
Pensei em minha resposta por um instante, e então respondi:
— Um vestido, mas nada muito formal, um vestido o mais casual possível. — a robô sorriu para mim, em seguida pegando minha mão e guiando-me para uma seção de roupas mais afastadas.
— Aqui nós temos vestidos casuais, e mais a frente, vestidos formais, mas como você disse não se interessar por formalidades no momento, vamos ficar por aqui. — disse. — Eu vou deixar você escolher uma peça, e depois eu lhe encontro no caixa.
— Tudo bem. — sorri.
Me afastei da robô e comecei a procurar por algo que fosse de meu interesse, até que encontrei um vestido azul escuro, que me pareceu lindo. Peguei o mesmo e caminhei até o provador, porém me encontrando com Flowey e Sans durante o percurso.
— SEU IDIOTA! — a flor berrou. — É DIFÍCIL ESCOLHER A PORCARIA DA ROUPA!?
— Por favor, podem falar mais baixo? — a robô se aproximou, ainda com seu sorriso amigável. — Essa é uma loja de respeito, onde não há bagunça.
— Okay, okay, tanto faz. — Flowey murmurou. — Eu vou calar a minha boca então.
— O que foi? — perguntei, confusa.
— Esse merda não consegue escolher nada! — resmungou.
— Flowey, pare com isso. — o repreendi. — Sans, precisa de ajuda?
— Eu... — ele parecia extremamente confuso, parecia achar algumas coisas familiares, e eu percebi que precisava de ajuda.
— Olhe. — eu chamei sua atenção ao estalar os dedos. — O que acha de um casaco? Combina com você.
Ele arregalou os olhos, parecia concordar, mas eu não entendi o porquê da surpresa.
— Sim, eu acho. — Sans olhou para um casaco azul e o pegou. — Posso pegar esse?
— Mas é claro! Deixe-me ver... — rapidamente vi se a roupa era do seu número, e após ter a confirmação disso, sorri. — Eu só vou provar uma roupa que achei interessante e então poderemos ir à confeitaria da Muffet, okay?
— Okay. — murmuraram, e eu me afastei, bem humorada.
Apesar de Sans e Flowey não se darem muito bem, eu estava DETERMINADA a ajudar essa amizade.
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CYBERTALE
FanfictionFrisk era uma garota especial. Desde pequena, ela sempre fora uma criança extremamente inteligente. Ao terminar a escola aos 16 anos, Frisk começa a trabalhar no desenvolvimento de robôs, que já estavam extremamente evoluídos e eram vistos em locai...