18 - Eloah Calvazzara

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Eu estava vivendo num universo alternativo onde eu era normal, sem traumas ou feridas e estava completamente apaixonada.

Eu mesma não me reconhecia. Para o Sexo eu realmente não estava pronta. Mas, pela primeira vez eu me sentia pronta para amar.

Eu me sentia pronta para seguir em frente. Como nunca estive antes e se a pouco mais de um mês, me dissessem que o motivo dessa minha mudança, seria Ângelo Palumbo. Eu riria da cara do indivíduo. Isso se não desse uns tapas.

Mas aqui estava eu. Com ele, de olhos fechados para o pedido que fiz. Foi um momento intenso, um que eu não achei que poderia acontecer, que eu estava temerosa, mas curiosa para explorar mais do que tinha visto e sentido no corpo do Ângelo.

Eu o queria, mais do que conseguia admitir para mim mesma.

Foi difícil me segurar e pedir que me tomasse de uma vez. Mas tinham limites que eu ainda não queria ultrapassar. Como por exemplo: não tínhamos planos de fazer qualquer coisa na cabana, que dirá, sexo. Eu não tomo nenhum contraceptivo, e por mais que Ângelo pudesse andar com camisinha, não era assim que eu queria. Queria senti-lo por inteiro, sem plástico nenhum atrapalhando.

A sensação da língua deslizando em minha boceta. Eu queria isso de novo, queria muitas outras coisas. Mas queria ser responsável também.

Minhas perguntas mais cedo tinham um fundamento. E se isso não der certo, apenas quem vai sofrer as consequências serei eu. Chega de crianças sofrendo no mundo. Tanto eu quanto Ângelo somos prova que algumas crianças deveriam ser planejadas. Não importava o que Ângelo dizia quanto ao planejamento. Há coisas que tem como controlar e iria.

Eu saí do banho antes de Ângelo, o coitado já devia estar cansado de manter os olhos fechados. Eu quis assim para sanar minha curiosidade e para deixar no ar o mistério. E era verdade, eu tinha mesmo vergonha do meu corpo.

Não por achar feio. Mas por ser meu. Era um modo egoísta de pensar, mas era como me sentia.

Cheguei na sala de toalha e me sequei, coloquei minha camiseta e a calcinha. Mas parei por aí, não coloquei a calça. Afinal, Ângelo já havia explorado todo meu corpo mesmo e estava realmente calor aqui dentro. Não queria arriscar abrir a janela e entrar algum bicho ou desligar a lareira e ficarmos com frio, o jeito ia ser dormirmos sem qualquer coberta.

Ângelo voltou vestido com sua cueca box e se deitou do meu lado. Eu tinha pegado algumas almofadas no sofá para apoiar a cabeça e já estava quase adormecendo.

Ele colou seu corpo ao meu e senti um beijo em meu rosto e ombro.

Não demorou muito para que eu estivesse dormindo profundamente.

***

Acordei com a luz do sol entrando pela janela. E me movi devagar para não acordar o Ângelo que parecia dormir pesado. Eu sorri, pensando que aquilo pudesse ser por minha causa, sabendo que ele tinha dificuldade para dormir. Mas se ele era como eu e as preocupações e tristeza tiravam seu sono e o fato dele dormir bem, era por estar comigo. Isso aumentava bastante meu entusiasmo.

Deixei um beijo em seu rosto. Eu nunca pensei que seria uma namorada carinhosa. Mas eu não sei, parecia certo ter esse cuidado com ele.

Me levantei devagar e preparei um café forte. Apesar de a comida ali estar escassa, café tinha, e era da melhor marca e mais gostoso. Achei alguns pães no frigobar e preparei algumas torradas com manteiga. Coloquei no forninho e esperei ficar pronto. Depois coloquei tudo num prato e apoiei numa bandeja.

Apoiei a bandeja no tapete ao meu lado e depois acariciei o corpo de Ângelo. Ele se mexeu um pouco, então beijei seu braço, depois sei peito e então beijei seus lábios.

Vinho e confusões COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora