Capítulo 25

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P.O.V MARIA LUIZA

Está tudo uma bagunça.

Minha mente.

Meu quarto.

E a minha mala.

- Não vai querer ajuda, mesmo? - BMO pergunta da porta do meu quarto.

Solto algumas blusas que estava segurando para guardar e caminho até ele, agarrando seu pescoço.

Meu irmão permitiu nosso namoro. BMO veio até a mansão, conversou com todos. Menos com o Crusher, que voltou para seu AP e não quis nem olhar mais na minha cara. E isso não me incomodava.

Ou, talvez um pouco.

Mas BMO é minha força. Meu alicerce.

Estávamos tão bem. E isso era tão bom.

Quase nunca brigávamos e sempre saíamos juntos.

Ele me dava flores, mas o importante não era os presentes. E sim, o jeito que ele me respeitava.

Repetimos algumas vezes aquela noite. Sabe? Aquela lá. E é incrível como em todas ele me respeita. Algumas noites ele vem pra cá, fazemos a noite de cinema.

Um dia veio ele e a Lari, que ficou mexida com GS. Já mandei aquela piranha aquietar o cu, porque pensa em alguém sem noção. Larissa.

- Malu? - ouço a voz do meu irmão e solto do meu namorado. É. Namorado.

- Oi. - digo um pouco seca.

Nossa relação havia esfriado um pouco. Discutimos muito até chegarmos onde estamos hoje. Depois de 1 mês de toda a confusão.

Descobrimos que Lara havia pedido ajuda a Bianca para impedir minha viagem, mas tudo deu certo quando a secretária assumiu que aceitou quando a capeta da Bianca pediu meus documentos. Tudo por um acordo idiota por dinheiro.

Mas mesmo assim, meu irmão e eu estamos brigados. Eu pedi perdão por tê-lo culpado, mas ainda não aceita minha viagem.

E a Lara tá lá, sumida. Ela e a Bianca. Ninguém sabe, ninguém viu. Meu irmão queria processar por conta do ocorrido. Mas eu nem dei bola. Queria deixar pra lá.

Pelo menos aceitou meu namoro. Até porque BMO vai comigo pra Las Vegas. Vamos ficar na casa da Loud que o Ph tem. Larissa vai junto comigo, aliás, está no meu banheiro tomando banho nesse exato segundo.

Só estou fechando minha mala e vamos pro aeroporto.

O tempo passa rápido demais em certas situações. E em outras, demora demais.

BMO desceu com duas malas minhas pra sala, sendo acompanhado do meu irmão e fechei a porta, quando ouvi o chuveiro sendo desligado.

- Nervosa? - Lari aparece com uma toalha na cabeça e de calcinha e sutiã.

- Talvez. E tá gostosa, hein? - rio e ela me acompanha.

- A gente tem que aproveitar muito. E aprender inglês.

- Amiga, mas a escola que vamos é brasileira. Só tá em outro país mesmo. Sei lá, essas fita. - digo passando rímel.

- Ih, tá igual o seu namorado. Essas fita. Tá bom, ô maloqueira. - debochou vestindo sua roupa.

- Não enche! - digo brincando e dou um tapa na sua mão.

- Tudo pronto? - pergunta tirando a toalha da cuca.

Eu apenas suspiro e saímos do quarto. Antes observo tudo. Algumas prateleiras vazias, a cama arrumada, coisa que nunca acontecia.

Dou um sorriso triste e saio. Aqui havia se tornado meu lar em pouco tempo, e era tão bom viver com meu irmão. Mesmo a gente estando brigado.

Ele pode ser chato, mas é tudo que tenho. E eu o amo.

Desço com Larissa para a entrada da casa, onde vejo eles. Voltan, Bak, Gs.

Antes, eu havia passado na cozinha para me despedir das tias. Que me deram um pedaço do melhor bolo que já comi na vida. E sem contar que eu estava com um desejo enorme de comer bolo.

- Vou sentir saudade. - Voltan diz me abraçando.

A maioria teria que ficar por conta das lives. Então nos despedimos.

- Eu também. Cuida bem do Bak, meu fotógrafo favorito. - a abraço de volta.

- Eu que cuido dela. Minha loirinha. - ele diz a olhando com cara de bobo e me abraça. - Se cuida, lá, baixinha.

Apenas assenti em resposta. Eu amo tanto esse casal.

- Ah, eu apareço lá qualquer dia pra te trollar. - GS diz me pegando no colo e me girando no ar.

- Vai nessa, locão. - digo rindo.

- Eu odeio isso. - Babi diz com o nariz vermelho, saindo do lado do Coringa.

- Ah, coelhinha. - rio e a abraço.

Não derramei uma lágrima.

Não sou de chorar.

Mas não sou feita de ferro, tento parecer. Mas não sou.

Foi só entrar no banco de trás do carro, entre BMO e Larissa e me derramei em lágrimas.

Era a primeira vez que chorava na frente de ambos. Eu sentia um vazio. Faltava alguém, não sei.

Foi quando olhei o visor do meu celular.

Minha mãe estava me ligando. Pela quarta vez.

Não atendo. Desligo o toque.

Ela sabia, Mob contou, obviamente.

Mas não era ela que faltava.

O caminho todo fui pensando em coisas aleatórias. E quando desci no aeroporto olhei o céu. Era noite, estava um pouco frio. E o céu, estrelado. Muito estrelado.

Havia uma estrela destacada.

Ela brilhava mais.

Era meu pai.

- Tá orgulhoso. - meu irmão diz me abraçando.

- De nós dois. - digo o olhando.

- Eu também tô orgulhoso de você. E eu te amo. - disse e meus olhos encheram de lágrimas de novo.

- Porra, não quero chorar mais. - digo bufando e ele ri.

- Bora, rapaziada. - Coringa diz. Ele veio dirigindo.

Entramos no aeroporto. Eu, Larissa e BMO fizemos o check in e estamos esperando.

Decido ir ao banheiro por sentir um mal estar na barriga, uma dor, uma cólica, não sei. Um desconforto. Uma sensação ruim.

- Eu vou com você. - Larissa coloca a bolsa de lado.

- Não, é rapidinho. - sorrio fraco.

- Então eu te acompanho. - BMO diz e recebe um olhar pesado do meu irmão. - E fico do lado de fora, cunhado, relaxa.

- Não precisa. Tá tudo bem. Só quero mijar, merda. - resmungo e saio.

Caminho com nervosismo, vejo que estou suando e começo a ficar preocupada com isso. Não sei o que está acontecendo.

Entro no banheiro e nada sai de mim.

Então, eu saio do banheiro.

E ouço aquela voz.

De novo, aquelas mãos.

Tudo estava se repetindo e eu não suportaria isso de novo.

The Sister | LoudOnde histórias criam vida. Descubra agora