Capítulo 11

334 36 1
                                    

Alexander's P.O.V.

Encosto a minha cabeça ao banco e bato com os dedos no volante. Olho para o meu pulso direito e vejo que são cinco e um quarto. Ligo-lhe.

"Estou?" - a voz dela está estranha

"Onde é que tu estás."

"Oh, a Valentina deu-me tr-"

"Estás a chorar?" - desaperto o meu cinto

"Não. Estou um pouco constipada."

"Eu vou aí a cima."

"Não! Eu estou a descer agora. Dá dois minutos e estou aí." - ela avisa e termina a chamada.

Espero por ela, impacientemente. Os seus dois minutos são longos. Farto-me e desligo o carro. Quando vou para abrir a porta, para sair, ela entra no carro. Olho para ela, mas ela não faz o mesmo. Ela esconde a sua cara dentro seu casaco e mete o cinto.

"O que é que aconteceu?" - viro-me para ela

"Nada." - ela murmura

"Amor..." - toco-lhe na perna e ela começa a chorar. - "O que é que aconteceu?"

"O meu pai..." 

"Não..." - tiro-lhe o cinto e abro-lhe o casaco.

Puxo-a para o meu colo e ela esconde a sua cabeça entre o meu pescoço e o meu ombro.

"Tens de falar sobre isso com o Maverick amanhã." - digo-lhe e ela levanta a cabeça, olhando-me.

"Como é que sabes que vou estar com ele amanhã?" - ela funga

Merda.

"Porque... tu disseste."

"Oh." - ela responde, limpando as lágrimas.

Por pouco. 

Eu beijo os seus lábios e ela retribui. É curto, mas acalma-a. 

"Levas-me lá amanhã?" - ela pergunta

"Claro que sim." - afasto o seu cabelo da frente da cara.

"Podemos passar em minha casa para ir buscar roupa?" - ela soluça

"Sim, amor. Vamos."

O meu coração parece do tamanho de uma bola de golf. Está tão apertado. Quero beija-la até que ela se esqueça de tudo. Quero que toda a gente desaparece, menos eu e ela. 

Ela sai do meu colo e senta-se no banco ao meu lado. Coloca o cinto e eu faço o mesmo. Assim que meto o carro a andar, pego na sua mão, sobre a sua perna, e entrelaço os nossos dedos. Ela parece distraída durante a viagem, olhando para o lado de fora.

"Queres falar?" - o trânsito para-nos. 

Ela olha-me e abana a cabeça.

"Vamos ficar aqui durante um pouco." - aponto para o trânsito à nossa frente.

"Se eles mataram o meu pai... eles não têm limites." - ela vira a cara para mim

"O que é que queres dizer com isso."

"Não sei. Eles podem fazer mal ao Dean. Ou a mim.  Ou a minha mãe." 

O pensamento de alguém fazer mal à Danaë desperta-me. Se alguém a tocar com o caralho de um dedo, está morto! 

"Ninguém te vai fazer mal." - garanto-lhe, apertando a sua mão na minha. 

"Tu não sabes."

"Garanto-te que sei."

Ela observa os carros parados à nossa frente. Ela está incomodada com algo.

"Sabes que me podes contar tudo." - digo-lhe

"Sim." - ela assente

"Então, o que é que se passa?"

"Já te contei." - ela mexe-se no banco

"Não me contaste tudo."

"Eu quero descansar um pouco, pode ser?" - ela encosta a cabeça à janela

"Claro."

Ela olha-me e abana a cabeça.

"Tu és muito bom para mim." - ela fala

As vezes que eu já ouvi isso e cada vez sei menos como reagir. Não gosto quando o diz. Não daquela maneira, pelo menos.

Depois de um certo tempo ela volta a abrir os olhos. Avançamos pouco, ou quase nada. Ela não dormiu. Esteve apenas de olhos fechados. Quando os volta a fechar, aperta a minha mão.

"Quando te disse para ires embora, na Grécia... pensei que ficasses na mesma." - ouço-a e miro-a de imediato.

A sua relevação faz-me tremer. Olho para ela e tento perceber se está a falar a sério.

"Tu mandaste-me embora." - falo, fazendo-a abrir os olhos e encarar-me.

"Eu sei, mas tu tinhas dito que não ias desistir e eu pensei que ficasses num hotel e viesses ter comigo. Eu esperei por ti no dia seguinte."

Imagino Danaë, no sofá, à espera que eu aparecesse. Eu fui o maior idiota por não insistir. Porque estava lá o outro. O outro cegou-me. O outro tirou-me de mim.

"Desculpa, eu pen-"

"Desculpa?" - ela solta uma gargalhada grande

"Sim."

"Porque é que tu estás a pedir desculpa?" - ela levanta a cabeça e mira-me.

O trânsito move-se e eu conduzo mais um pouco.

"Porque tu estavas à minha espera."

"Não podias adivinhar. Eu é que te mandei embora. Eu é que devia pedir desculpa."

Dou o pisca para sair da autoestrada, finalmente. 

"Podemos esquecer um pouco isso? Falamos disso quando estiver menos fresco."

"Sim." - ela concorda

Eu estaciono o carro perto do seu prédio e ambos saímos do carro. Pego na sua mão, voltando a entrelaça-la na minha. A sua vizinha está à porta e lança-me um olhar... estranho.

"Boa tarde, senhora Scarlett." - Danaë sorri-lhe

"Boa tarde, Danaë." - a velha sorri-lhe de volta - "Boa tarde." - ela diz-me

"Boa tarde." - respondo

Danaë abre a porta de sua casa e o namorado da sua amiga está a sair da casa-de-banho apenas com uma tolha à volta da cintura.

Mas que-

"Hey, Diego." - ela não está incomodada.

Ele é que parece ficar ao me ver. Ele segura a toalha e olha-me.

"Sim?" - pergunto

"Olá." - ele fala

[Fim do capítulo]

Redes Sociais:

Instagram: monicag.costa

Snapchat: moniiquiinha

Twitter: MonicaGabrieIa

Tumblr: moons-wonderland

Copyright © 2018 All Rights Reserved by MoonGabriela

O SucedimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora