Capítulo 95

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A pequena começa a chorar no meu colo e eu começo a entrar em pânico. Eu abano-a, tentando acalmá-la.

"Com calma, Danaë." - Alex ri-se - "É apenas um bebé. Tudo com calma." - a sua mão toca-me no braço - "Ela vai chorar imenso, é o que eles fazem."

"Eu sei, mas... eu nunca fiz isto antes." - admito, sabendo que ele também nunca foi pai. 

"Nem eu." - ele lê-me a mente - "Vamos aprendendo juntos." - ele beija-me a testa 

Eu amo-o tanto. 

"Samantha Luna Raymond, bem-vinda ao mundo. Tu ainda não sabes, mas vais ser muito amada. A mamã e o papá vão te amar para sempre. Tenhas a idade que tiveres, serás para sempre esta pequena que tenho nos meus braços. Aconteça o que acontecer, a mamã e o papá estarão lá para ti. Estaremos sempre do teu lado, por muito que estejas errada. Iremos ensinar-te que o mundo não é um mar de rosas, mas iremos fazer de tudo para que penses que essas palavras façam apenas parte de um ditado. Não te prometo que não te iremos ralhar, porque se te portares mal, é bem provável que eu te ralhe. Eu serei a má da fita, o papá vai ser um coração mole no que toca a ti, não duvides disso. Tudo o que iremos fazer, será para o teu bem. Porque te vamos amar para sempre." - sussurro-lhe as palavras quando me encontro sozinha com ela no quarto. Alex foi buscar algo para comer e a pequena está adormecida nos meus braços.

Como é que é possível amar alguém de uma maneira tão intensa mesmo antes de a conhecer? Eu não conseguia, nem consigo, responder a essa pergunta. Amei a Sammy quando estava na minha barriga e no momento onde a ouvi chorar, o meu amor aumentou. Ela é uma prova viva do meu amor para com o Alex. Ela é uma prova viva do amor do Alex para comigo. 

Dizem que o amor não se mostra, sente-se, mas ao olhar para Samantha, eu sei, que se pode mostrar o amor. Porque eu sei que Sammy nasceu para mostrar ao mundo que no século em que vivemos, ainda existe amor verdadeiro. Ainda existe o amor que nos faz tremer e nos faz suar. Ainda existe o amor que faz com que duas pessoas não possam viver uma sem a outra. 

A Samantha é apenas uma pequena prova do amor gigantesco que Alex e eu partilhamos um com o outro. 

Porque ele não é apenas um rapaz por quem me apaixonei. Ele é a minha alma-gêmea.

Alexander's P.O.V.

Danaë faz uma careta quando dá de mamar à nossa filha. Tem-lo feito sempre que lhe dar de mamar. Ilda diz que a várias mães, dar de mamar, dói. Ela nota que estou a olhar para ela, e levanta o olhar. Finge-me um sorriso e mostro-lhe um sincero. Estou bastante orgulhoso dela. Acredito que trazer uma criança ao mundo não seja fácil, mas esta mulher... surpreende-me todos os dias. 

Graças a ela, sou pai. E de todas as maneiras que pensei que me iria sentir, nunca dessas maneiras chegou sequer perto do que senti quando ouvi o choro da minha filha pela primeira vez. Foi como se tivesse acabado de perceber que a minha vida ira começar do zero. Como se a partir de agora fosse apenas corações e flores. Uma vida nova, apenas de felicidade. É o que pretendo dar à Samantha. À minha filha.

Meu deus, sou pai!

"Se a doutora já disse que posso ir para casa, porque é que ainda tenho de estar aqui?" - a minha noiva pergunta, quando a nossa filha acaba de mamar. 

"Já vais embora, Danaë." - Ilda sorri - "Assim que a menina arrotar, podem-se preparar para ir embora." - ela explica

"Vai-te vesir." - aproximo-me dela e tento pegar em Sammy ao colo, mas ela aperta a bebé mais para o seu corpo.

"Eu posso esperar que ela arrote." - ela olha-me um pouco ofendida

Estes últimos dias, desde que Samantha nasceu, Danaë tem-se mostrado muito protetora e...bem, muito preocupada. Sempre que alguém pega em Sammy ela arregala os olhos, e fica com eles arregalados até a bebé ser devolvida. 

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