Capítulo 96

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"Foi contigo que eu falei." - o meu avô aponta, sorrindo. Danaë assente com a cabeça e morde o lábio inferior.

"Obrigado por ter vindo."

O quê?

"Vem cá." - o meu avô, sendo mais alto de Danaë, abraça-a com facilidade. Ela aceita o abraço e pisca-me o olho.

"Estava tudo combinado?" - pergunto quando o abraço deles termina.

"A visita do senh-"

"Hey!" - o meu avô interrompe-a

"A visita do teu avô, sim. A festa não. Vai apresentar a Sammy ao teu avô, eu vou levar a mala lá a cima." - ela não me dá tempo de responder. Pega na mala e desaparece, com Ava atrás.

"Venha conhecer a Samantha." - empurro Jackson da frente da cadeirinha e baixo-me, para pegar na minha filha ao colo.

"Vê, Willy. A tua prima." - Audrey abana o seu filho no seu colo.

Zoey passa por trás de Audrey a correr e sobe as escadas. Tento perceber o que se está a passar, mas não entendo.

"É tão linda. Diz-me que tem o teu último nome, em último." - ouço a minha mãe

"Tem." - respondo, ainda a olhar para as escadas. - "Samantha Luna Raymond."

"Ah! Que lindo." - sinto a minha mãe a tirar-me a minha filha dos braços e deixo-a.

"Uhm... eu vou lá cima. Eu venho já." - apresso-me para as escadas - "Cuidado com ela!" - viro-me e quase grito - "Um choro vindo dela e são todos atirados para fora de casa!"

Eles riem-se como se eu estivesse a fazer uma piada qualquer. Não estou. Estou a falar a sério.

Eu corro até ao quarto e abro a porta de relance. O olhar das três cai em mim. Ninguém está a chorar, pelo contrário, estão todas a sorrir.

"Está tudo bem?" - pergunto

Porque caralho é que estão no meu quarto? Devia ser a minha pergunta. A Danaë sabe o quão limitado sou sobre quem entra no nosso quarto.

"Sim." - a minha noiva responde e assente com a cabeça - "Tu estás bem? A Samantha?" - ela começa a ficar alarmada.

"Está lá em baixo. Não te preocupes."

"Estamos a ter uma conversa de raparigas." - Zoey informa, querendo que eu saia.

Só de pensar que já fodi aquela gaja, sinto-me enjoado. Só de pensar que fodi qualquer gaja, que não fosse a Danaë, dá-me náuseas, na verdade. Por outro lado, não ficaria virgem até a conhecer. Pelo amor de deus, foram vinte e oito anos. Significaria que iria ter de perder os treze anos de sexo que tive, antes de a conhecer. No entanto, a Danaë foi a melhor de todas. Por diversas razões, mas a principal é porque a amo. Porque não o fazemos por favor, mas sim porque todos os sentimentos que são envolvidos. Pela intimidade que é ter os nossos corpos despidos, a mexerem-se um contra o outro. A suarem enquanto juramos amor eterno, sem mesmo ter de abrir a boca.

"Alex?" - Danaë chama-me, despertando-me do meu pensamento.

"Sim?" - abano a cabeça, tentando afastar as coisas porcas que lhe quero fazer agora. Ela acabou de dar à luz uma criança, eu devia esperar. Foda-se, se devia!

"Podes sair? Queremos falar de ti." - ela está a corar

"Oh." - conversa de miúdas. Entendi. - "Claro." - saio do quarto

Quando volto, estão todos na sala, menos Audrey que está a passa com um bolo. Ela para, paraque eu a possa alcançar.

"Quem faz anos?"

O SucedimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora