Capítulo 98

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Danaë's P.O.V.

Ele sai da minha beira, sem dizer mais nada. Ele sobe as escadas deixando-me presa ao meu pensamento. Não o vejo o resto do dia. Sei que está fechado no escritório, mas não sai de lá. Depois de adormecer Sammy, deito-a no seu berço, ao lado da cama de casal, e deito-me na cama.

Tento manter-me acordada o máximo de tempo possível. Quero ver Alex a entrar. Quero que Alex se deite ao meu lado e que resolvamos as coisas.

Quando a porta é aberta, ele nem olha para a cama. Ele caminha até à casa de banho e tranca-se la dentro. Ouço a água no chuveiro e mais uma vez tenho de ser paciente.

Ele finalmente sai da casa de banho, com as suas calças de pijama e vai até Samantha. Dá-lhe um beijo na testa e junta-se a mim na cama, afastando-se na grande cama.

"Alex, eu-"

"Eu quero dormir." - ele conta e vira-se de costas para mim.

O tempo vai passando e o sono desaparece por completo. A respiração de Alex revela-me que ele está a dormir. Saio lentamente da cama. Sammy também está a dormir e passo de leve o meu indicador pela cana do seu nariz.

Saio do quarto e desço as escadas, até à cozinha. Pego num copo e em leite do frigorifico. Sento-me num dos bancos altos contra a ilha da cozinha a beber o meu leite. Sobre a mesa, existe uma revista da Vogue, na qual eu pego e começo a folhar pelas páginas.

Ouço um barulho atrás de mim e como reflexo, pego na revista e atiro-a contra o que ouvi, ao mesmo tempo que olho.

"Merda!" - Alexander pega na revista antes que esta lhe acerte.

"Desculpa." - peço - "Eu não sabia que eras tu."

"Porque é que saíste da cama?" - ele pergunta e caminha até à ilha, pousando a revista.

"Não tenho sono." - conto

"Vais voltar?" - ele coça a parte de trás da cabeça, despenteando ainda mais o seu cabelo.

"Sim." - admito

"Ok." - ele assente com a cabeça e caminha para fora da cozinha. Nem dez segundos depois, ele volta. - "Podes vir agora? Quero dormir e torna-se complicado sem ti."

Ele parece envergonhado, mas é uma mistura estranha com o chateado. Eu assinto-lhe com a cabeça e deixo tudo sobre a ilha, levantando-me da cadeira e juntando-me a ele. Ele vira-se e eu agarro-me ao seu braço. Espero que ele se afaste, mas não o faz. Ele deixa-me ficar agarrada à sua pele.

"Ainda te queres casar comigo?" - a pergunta sai, antes que a possa ponderar. Está à frente da porta do quarto quando ele para e se vira para mim.

"Que pergunta é essa?" - ele pergunta-me

"Apenas quero ter a certeza de que o que fiz não mudou a tua opinião."

Ele coloca-se à minha frente e sou obrigada a soltar o seu corpo. Uma das suas mãos vai até à sua anca e a outra esfrega-lhe a cara.

"Nada mudou, Danaë." - ele encara-me - "Claro que me quero casar contigo, mas também quero saber das coisas. Viste o que aconteceu quando fui a Londres? Foi um bicho de sete cabeças, não temos de passar por isso de novo. E magoaste-me. Era algo que eu gostaria de saber."

"Desculpa." - abraço-o e envolvo os meus braços à volta do seu pescoço.

"Tu sabes que eu te perdoo tudo." - ele revela, embrulhando os seus braços à minha volta.

"Mas ainda estás chateado?"

"Sim, um pouco." - ele admite

"E não me podes perdoar?" - afasto a minha cabeça do seu corpo, mantendo os meus braços à volta do seu pescoço. - "Eu acho que me portei bem hoje, principalmente quando me meti de joelhos na casa de banho."

O SucedimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora