Capítulo 20

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"Não." - abano a cabeça - "Não vou sair de qualquer maneira."

Ele volta para trás e quando se reaproxima de mim, tem uma toalha na mão. Solto um riso alto, quando ele se mete de joelhos ao meu lado e se baixa para me sacudir o cabelo. 

"Alex!" - riu-me, tenta afasta-lo de mim.

Ele puxa-me para si e eu apoio-me nas suas coxas e inclino a cabeça para a frente, deixando-o sacudir o meu cabelo com a toalha. 

"Melhor." - ele para e eu levanto a cabeça, deixando-lhe um beijo nos lábios.

"Obrigado."

"É sempre um prazer tomar conta de ti." - ele sai da cama, com a toalha. 

Ele acaba por se juntar a mim, debaixo dos cobertores, e puxa-me para si. Eu pego no comando da televisão e ligo-a. Fico a mudar os canais durante, o que parecem, horas. Até que finalmente paro no canal em que está a dar Grey's Anatomy. Nunca irei perdoar eles terem morto o Derek. 

Viro-me de barriga para cima, para ver melhor a televisão, que está demasiado alta, e Alex puxa-me mais um pouco para si. Quando olho para ele, está de olhos fechados. É raro vê-lo a dormir. Normalmente eu adormeço primeiro e acordo depois dele. 

Ele respira com calma. Parece tão tranquilo. Quem olhar para ele agora nem diz que ele é o herdeiro de uma fortuna maior que... sei lá. Maior que muita coisa. Este homem tem dinheiro para comprar os Estados Unidos da América e nem é Americano. 

Como é que eu tive a sorte de o encontrar? De me encontrar ao seu lado. De namorar com ele. De o amar. De ele me amar. Ele ama-me! Eu acredito nele! Ele ama-me! Sim! Eu confio nele!

"Alex!" - grito, sem querer, assustando-o. 

Ele abre os olhos de repente e olha à volta.

"O que é que se passa?" - o seu olhar cai em mim

"Eu amo-te!" - viro-me para ele

"Eu também te amo, amor." - ele puxa-me para si, beija-me a testa e volta a fechar os olhos.

Quase lhe respondo que sei, mas vou esperar pelo seu aniversario. Afinal, é um grande passo na nossa relação. Era nisto que estávamos a trabalhar. Se calhar eu sempre confiei nele, mas nunca o soube porque estava cega pelo facto de não querer confiar em ninguém. 

"Confiança, disse? Tem problemas em confiar?" - doutor Cooper pergunta-me

"Sim. Desde pequena."

"Porquê?"

"Por experiências. Nunca deixei que alguém se aproximasse de mim ao ponto de poder confiar. A não ser que essa pessoa aparecesse na minha vida quando eu era pequena."

"Falemos do seu namorado. Já me disse que o ama, mas sendo assim.... não confia nele."

"Eu quero confiar nele. Quero mesmo."

"Se calhar já confia e não sabe, Danaë. Pense bem, ao amar alguém, você está a dar-se de corpo e alma. E espera o mesmo da outra pessoa. Espera que essa pessoa lhe diga que a ama. Que a quer."

"Sim." - concordo

"Se você se entregou de corpo e alma a ele, se lhe deu o seu coração, como é que pode dizer que não confia nele?"

As palavras do doutor Cooper passa-me pela mente e percebo a logica dele. Eu entreguei-me a Alex. Quer dizer, eu disse que o amava, apresentei-o à minha família, aceitei morar com ele... 

O SucedimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora