Capítulo 90

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Ouço gritos vindos de Olivia e Paisley, assim como de Audrey. Henry manda Paisley afastar-me da beira dele e nem sequer me consigo mexer para longe. Eu tento segurar a sua mão, mas Olivia passa para trás de mim, puxando-me o braço. Audrey deita o seu filho, num pequeno berço que tem na sala, e pega no telemóvel, avisando que vai chamar uma ambulância. 

"Ele está apenas inconsciente. Está tudo bem." - Henry garante. 

Jackson e Logan deitam Alex no sofá, e Jackson dá-lhe alguns estalos na cara. Henry manda-o parar pouco depois. 

"Tu," - Henry vira-se para mim - "Mantém a calma, está tudo bem." - ele aponta para a minha barriga - "Garanto-te que está tudo bem."

"Eu vou tirar o Willy daqui." - Audrey avisa 

Se eu estivesse em mim, eu iria estar a perguntar se Willy foi a melhor alcunha que ela arranjou para o seu filho, mas neste momento, eu estou-me a lixar para a alcunha da criança. 

"Olivia." - Henry olha para a sua ex-mulher, que de repente me está a segurar pelo braço e me está a puxar consigo para um dos quartos. O seu suponho, sei que é onde a minha mãe estava. 

"Porque é que eu não posso estar com o Alex?" - tento sair do quarto, mas ela impede-me, ao meter-se à minha frente.

"Tens de manter a calma, pode ser? Pensa na minha neta, por favor. Tu estás claramente a entrar em pânico. Acredita no Henry quando ele te diz que está tudo bem. Ele não mente. Eu sei disso, tive quatro filhos com aquele homem." - ela aponta para a cama e ambas caminhamos até lá, sentando-nos. - "Respira fundo." 

Faço o que ela me mandar, várias vezes. Vezes a mais até. Ficamos fechadas dentro do quarto durante o que parece uma eternidade. É Jackson que vem ter connosco para avisar que Alex já acordou e que os paramédicos o estão a assistir. Mal o deixo acabar de falar. Eu corro logo de volto para a sala e os olhos de Alex caem em mim. Os seus lábios mexem-se e consigo ver que me está a dizer que está bem. 

Um dos paramédicos está a tirar-lhe a tensão e eu aproximo-me deles, para saber o que têm a dizer.

"O que é que aconteceu?" - pergunto e o olhar o paramédico sobe para mim. 

"É capaz de ter sido apenas uma quebra de tensão, como o próprio o disse, mas parece-me bastante cansado." - ele entrega a máquina ao seu ajudante e levanta-se. - "Se calhar uns exames eram bem-vindos."

"Eu estou b-"

"Claro. Ele vai fazer os exames. Dá para os fazer no hospital?" - corto a palavra a Alex

"Se nos acompanhar, sim. Serão feitos de imediato." - ele explica

"Perfeito!" 

"Eu tenho vinte e nove anos, acho que sei se preciso ou não de fazer exames. Foi uma quebra de tensão, eu estou bem." - Alex levanta-se e quase cai para trás, mas é apanhado por Henry.

"Eu vou com ele. Vocês fiquem a comer e não se preocupem." - Henry avisa e encara-me - "São apenas exames."

Eu assinto com a cabeça e não discuto com ele, por muito que eu preferisse que fosse eu a ir.

"Eu não vou." - Alex abana a cabeça

"Vais." - Henry pega no seu filho, gentilmente, pelo braço e sai com os paramédicos de casa. Consigo ouvir Alex a resmungar com o pai ao sair, mas este ignora-o com uma pinta. 

Durante o almoço, todos parecem esquecer-se do que aconteceu, enquanto eu apenas desejo que o Alex entre pela porta e me abrace, garantindo-me que foi apenas um susto. Que não comeu que chegue ao pequeno almoço ou que estava tonto. 

O SucedimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora