Capítulo 4 - O Primeiro Cavaleiro

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Nicolas respirou fundo, tudo aquilo caíra como uma bomba sobre ele. Se perguntava como a imagem de sua vida perfeita, na qual ele tomava café ao lado de seus pais todas as manhãs enquanto assistia desenhos esperando a hora de ir para a escola sem muitas preocupações, havia sido manchada com sangue, guerras e 12 cavaleiros os quais ele nunca havia nem sequer ouvido falar.

― Se eu devo encontrar os 12 e passar pelo teste de cada um, qual é o seu?

Ela o dirigiu um sorriso como quem já esperava por essa pergunta, e caminhou em sua direção

― Para ter o meu reconhecimento, Nicolas, você precisará encontrar algo que lhe pertence e fora tomado de ti a muito tempo atrás, quando ainda era o poderoso Rei de Camelot.

― Se eu perdi a tanto tempo, nem deve existir mais. Por que eu deveria procurar por isso?

Helena estendeu sua mão em direção, tirou a pequena faca de sua cintura e cortou seu dedo uma segunda vez. Assim como antes, seu sangue concentrou-se na palma de sua mão, mas dessa vez formou a imagem de uma bainha.

― Veja, Nicolas. Essa é a bainha da poderosa espada Excalibur, a espada forjada com a ajuda de um dragão fazia com que você fosse capaz de derrotar os mais poderosos inimigos que se opusessem à sua lâmina. Sua bainha era capaz de curar qualquer uma de suas feridas, com ela você era praticamente invencível. Entende a importância desses objetos? O tempo não é páreo, não poderia destruí-los com tanta facilidade.

O garoto engoliu a saliva sem saber o que dizer. Não sabia se acreditava que algo de tamanho poder realmente havia existido algum dia, mas preferiu não se opor às palavras de Helena.

― Nicolas, encontre a bainha de sua espada. Só assim irei reconhece-lo como meu mestre, e o seguirei como antes. Oferecerei minha vida para você em batalha.

― Mas por onde eu deveria começar a busca?

Ela sorriu:

― Siga sua intuição. E faça sozinho. Anakin virá comigo, e no final do dia voltaremos nesse mesmo lugar para busca-lo.

― O que?! Como espera que eu encontre em um dia, algo que nem tenho pistas sobre onde começar?

Sem dizer mais nada e com um largo sorriso em seu rosto, Helena guiou Anakin para cada vez mais longe. O mesmo parecia relutante em deixar Nicolas sozinho, o olhava com preocupação, mas algo em seu coração dizia que precisava deixa-lo por enquanto. Resmungou um rugido para o garoto e logo desapareceu por entre as árvores junto de Parzival.

Nicolas estava agora sozinho e não sabia por onde começar, era a primeira vez que precisava fazer algo sem o seu companheiro desde a morte de seus pais. Começou a caminhar na beira de um lago chutando pedras e resmungando sobre isso ser uma missão sem sentido, quando algo lhe fez sentir que estava sendo observado. Procurou em todas as direções, mas ao ficar de costas para o lago percebeu que a aura sinistra e poderosa que fazia seu coração acelerar vinha de trás de si. Virou-se hesitante e ajoelhou-se para olhar no fundo do lago.

Seu reflexo o impedia de ver com clareza o que estava abaixo da água, o que o fez se aproximar ainda mais. Quando a ponta de seu nariz estava prestes a tocar a água, sua mente estava completamente vazia e seu coração acelerava cada vez mais, seus olhos pareciam refletir um brilho inexistente, como se algo o estivesse atraindo para o fundo do mar.

O brilho em seus olhos cessou quando percebeu algo se movendo cada vez mais próximo da superfície. Tentou distinguir o que era, mas antes que pudesse chegar a uma conclusão, um grande crocodilo saltou em sua direção, e por alguns centímetros não mordeu seu rosto.

Anakin: O Monstro RessurgeOnde histórias criam vida. Descubra agora