Parte 14 O vilarejo

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O sol já estava alto quando Lilian mandou os três de volta aos seus lugares no terceiro vagão.

__ Não se preocupem crianças, em alguns instantes levarei o seu café da manhã ­­__ apesar do cansaço Lilian mantinha um sorriso em seu rosto.

Apesar de ter passado a noite inteira cuidando dos feridos, os três não pareciam cansados e sim muito dispostos e animados com o novo dia.

__ Eu estou faminto __ resmungou Lucas enquanto Lilian o servia com um bocado de biscoitos amanteigados.

__ Parece que você vive faminto __ Mariana observava a ferocidade que Lucas devorava seus biscoitos. Mais parecia um leão faminto devorando um indefeso cervo.

__ Parece não, ele sempre está faminto __ concluiu Bernardo rindo pelo canto da boca.

Lucas não se abalava com os comentários tudo que ele mais amava na vida era comer e comer mais ainda e se fartava com aqueles deliciosos e mágicos biscoitos.

O tempo foi passando lentamente ate que a mulher gorda encheu seu peito e com um grande suspiro anunciou a todos.

__ Chegamos!

Os três olharam de imediato pela janela e viram o que parecia uma cidade, na verdade não passava de um vilarejo, estava repleto de casas de madeiras com os telhados cobertos de neve, em suas vielas tinha muitas crianças e ao centro em uma grande praça lá estava uma linda e gigantesca arvore de natal.

O trem diminuiu sua velocidade e começou a rodear a vila, de dentro das janelas se via agora as crianças mais de perto e junto a elas as mais diversas criaturas dos contos infantis tinham duendes, gnomos, anões, fadas e elfos; tinha também diversas criaturinhas que os três não souberam identificar.

A velha locomotiva apitou e todos avistaram ao fim de uma curva sinuosa uma pequena estação de trem, ela era vermelha e tinha uma torre com um relógio em seu topo.

__ Nove horas __ resmungou a mulher gorda __ achei que iríamos nos atrasar.

O trem parou na estação e todos sem nenhuma exceção desceram.

__ Lilian__ chamou Bernardo __ e agora o que fazemos?

__ Vocês esperam, deve de aparecer algum guia __ respondeu o duende.

__ Mas nos não temos dinheiro para pagar um guia __ Bernardo parecia frustrado com o desembarque.

__ Quando você vai entender que aqui vocês não precisam de dinheiro __ respondeu o duende.

Os três desceram do trem e sentaram em um banco a beira da plataforma e ali não tardou muito e um ser pequenino os saudou.

__ Sejam bem vindos, como foram de viagem? __ os três reconheceram o anão que os presenteou com o bilhete __ meu nome é Gabriel e eu serei o seu guia, acompanhe-me, por favor.

O anão saiu em disparado fazendo os três correrem ao seu encalço, ele guiou os meninos por uma ruela de pedra, por todos os lados tinha lojas com roupas esquisitas e o mais estranho é que não havia preço e sim cartazes com os dizeres troca-se. Eles passaram enfrente a grande arvore de natal e o trio não resistiu e parou para admirá-la.

__ Vocês não viram nada __ sorriu o anão __ vocês tem que ver ela a noite, é realmente de se admirar.

E sem muita demora continuaram o seu passeio pelo vilarejo agora passando enfrente a um pequeno riacho congelado.

__ Gabriel, o que é aquilo __ apontou Mariana pra algo que parecia uma grande fabrica ao alto de uma colina.

__ Aquilo é a fabrica dos desejos __ respondeu o anão.

__ Fabrica do que? __ Bernardo parecia não entender o que o anão falava.

__ Fabrica dos desejos, ou dos sonhos como muitos a chamam, tudo que é desejado ou sonhado de bom no mundo é criado ali.

__ E nós podemos ir ate lá? __ perguntou Bernardo com não conseguindo disfarçar sua curiosidade.

__ Não, ninguém pode entrar lá respondeu o anão com um tom mais severo.

__ Por quê? __ Bernardo parecia indignado.

__ O homem não sabe controlar os seus desejos, pode manipular a criação de coisas ruins, da ultima vez que um humano entrou lá houve uma guerra terrível e o mundo quase acabou, entrar lá dentro é proibido desde então__ concluiu o anão.

A volta do expresso polarOnde histórias criam vida. Descubra agora