Parte 12 O ataque da meia noite

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"Bernardo, eu sei o que você deseja e sabe que somente eu posso te dar isso, mas pra isso acontecer você tem que vir a mim, juntos nós a buscaremos sua mãe e daremos a ela uma vida de rainha, o seu pai eu pessoalmente o castigarei por ter te abandonado, você terá tudo aquilo que desejar, poderá assumir seu ódio suas angustias e frustrações, não vai mais sofrer, mas para isso acontecer você precisa descer desse trem e vir a mim" __ aquela fria voz soprava mais uma vez nos ouvidos do menino.

Bernardo acordou muito assustado, o trem havia parado com violência, parecia ter batido em algo, vários passageiros tentaram colocar suas cabeças para fora das janelas a fim de ver o que tinha acontecido, mas como mágica toda elas se fecharam ao mesmo tempo com uma espécie de blindagem.

Passou alguns segundos e o trem começou a tremer, parecia que tinha sido atingido por algo em sua lateral e mais uma e outra e mais outra. Eles sentiram um novo baque, o trem tentara andar novamente, mas algo o impedia.

__ O que esta acontecendo? __ Mariana parecia aflita.

__ Estamos sendo atacados __ respondeu o duende bilheteiro que passava as pressas pelo corredor.

Todos os passageiros se levantaram e começaram a correr aos berros, mas pararam de súbito quando o duende novamente tornou a gritar.

__ Quieto todos vocês, todos devem se mantiver calmos e em seus postos. Você __ o duende apontou seu fino e longo dedo indicador pra velha gorda __ você cuida das crianças __ e olhou para os três e pela primeira vez com certa simpatia.

O trem continuava a tremer e do lado de fora já se escutava uma gritaria infernal em meio a muitos uivos de lobos.

__ Tem alguma coisa em cima do trem __ berrou Lucas já escorrendo lagrimas em seu rosto.

O trem mais uma vez tremeu, dessa vez o tremor foi seguido de um estrondo que fez com que todas as portas e janelas se abrissem e todos puderam enfim ver o que estava acontecendo. Lobos enormes atacavam os duendes que resistiam lutando bravamente com pequenas adagas cor de prata, tinha um grupo de anões que também lutavam contra uma centena de gárgulas ferozes, Miguel enfrentava um gigantesco ogro que seguravam o trem e o impossibilitava de continuar.

A porta do vagão se abriu lentamente e um homem com o rosto desfigurado e vestindo uma grande capa preta com capuz entrou, o ar parecia ter congelado, Lucas tremeu dos pés a cabeça, Mariana tampou os olhos enquanto ele entrava, ele não falou nada apenas apontou seu dedo esquelético para Bernardo.

__ Nem pense em fazer isso __ à mulher gorda pulou na frente do menino ficando entre ele e o estranho homem __ eu não vou deixar você levá-lo, eles foram confiados a mim e eu vou protegê-los, custe o que custar.

A mulher enfiou a mão em sua bolsa e de lá retirou uma pequena bola de cristal que de imediato iluminou o vagão forçando o homem se afastar para um canto mal iluminado.

__ Afaste-se seu vampiro ordinário e imundo __ berrava ela sacudindo a pequena bola.

A batalha seguia do lado de fora, bolas de fogo eram atiradas no trem a todo instantes e a tripulação do expresso que em outras horas parecia ingênuas e frágeis, agora mostrava muita força e bravura lutando contra seus inimigos.

Mais três vampiros invadiu o vagão, a mulher gorda reagiu a eles atirando sua bola de cristal contra a parede e explodiu em um clarão que cegou a todos.

"Bernardo estou te esperando, é só você descer" __ aquela fria voz continuava a sussurrar em seus ouvidos.

Bernardo entrou em um estado de transe, não se lembrava de mais nada e quando acordou estava do lado de fora do trem, longe do campo de batalha, a sua frente estava àquela criatura que tanto lhe causava interesse e medo. Sua respiração ficou ofegante quando mais uma vez ela o envolveu em suas asas, um ar frio fez o corpo do menino amolecer. A criatura enfiou a mão por d e dentro da camisa do menino ate chegar ao peito e sentir seu coração disparado.

__ Eu quero entrar em você __ e fez menção ao coração.

O menino não respondeu e a criatura o levantou no ar e quando começou a desabotoar a blusa do menino uma pequena adaga rompeu o ar.

__ Largue ele sua criatura maldita __ era Lilian, seus olhos brilhavam com tanta a fúria, ela segurava ainda outra adaga em sua mão direita __ ele não vai com você.

A criatura abriu novamente suas asas e levantou vou, seus olhos mudaram de com mais uma vez para vermelho.

__ Quem você pensa que é para poder me enfrentar, sua criaturinha insignificante __ rosnou o anjo.

__ Não sou uma criatura, eu sou um duende e meu nome é Lilian __ a duende atirou a outra adaga contra o anjo, ele desviou e a adaga rasgou uma de suas asas e o fez cair.

O anjo se levantou do chão com um olhar ainda mais furioso do que nunca, sua asa direita estava rasgada e arrastando no chão.

__ Você nunca mais vai poder voar __ Lilian deu um sorriso debochado em seu rosto ao encarar o anjo que parecia imenso a sua frente.

__ É o seu fim __ seus olhos pareciam ainda mais vermelhos de tão grande era seu ódio pelo duende __ eu vou te matar __ rosnou ele.

__ Morrer seria uma experiência muito curiosa __ Lilian ainda sorria.

O anjo avançou contra o duende, mas um raio de luzdourado rompeu do alto de uma montanha, Bernardo só se lembrava de ter visto afigura de uma mulher junto ao Raio, mas logo tudo ficou escuro.

A volta do expresso polarOnde histórias criam vida. Descubra agora