Capítulo 18 A viagem de trenó

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            Os três se aconchegaram em três grandes poltronas e frente à lareira que ardia em chamas bem altas e quentes, tomaram chocolate quente acompanhado dos melhores biscoitos amanteigados do mundo, Esperança lhes contou antigos contos de natal e os levou a uma janela para assistiram a um coral de duendes e gnomos.

__ Eu falei pra vocês que ele existia __ Lucas parecia não se conter de tanta felicidade.

__ Sim você disse __ Bernardo também parecia não se conter diante de tanta felicidade.

__ E o melhor de tudo é estamos na casa dele __ Lucas se jogou em sua confortável poltrona.

__ Não __ suspirou Mariana __ o melhor de tudo é que se tivermos fé tudo será possível, vocês sabem o que isso quer dizer?

__ Não __ respondeu Lucas e Bernardo ao mesmo tempo.

__ Quer dizer que eu vou voltar a andar se essas muletas __ Mariana não segurou a emoção e começou a chorar, Bernardo e Lucas foram abraçá-la com um sorriso enorme em seus rostos __ seus pais vão te amar de verdade Lucas e você poderá ser o que você quiser Bernardo.

__ O que eu quiser? Eu só quero ir pra casa ver minha mãe e talvez jogar meu caixote de engraxar fora __ Bernardo se sentiu mais aliviado ao dizer isso.

E os três meninos se abraçaram e juraram serem amigos eternamente, mesmo que nunca, mas se vissem seriam amigos de coração.

A grande porta de carvalho se abriu mais uma vez e para o espanto de Lucas o velho a atravessou vestido como ele sempre tinha imaginado com suas roupas vermelhas, botas pretas e gorro na cabeça, através dele uma aura iluminava toda a sala e enchia seus corações de luz e amor.

__ Vocês já entenderam o porquê eu os trouxe aqui, agora é hora de voltar para casa.

__ E que horas nós embarcaremos no expresso? __ Bernardo gostava daquele lugar, mas sentia uma enorme vontade de voltar pra casa.

__ Vocês não voltarão para casa de trem __ respondeu o velho sem dar muita atenção.

__ E como nós vamos voltar? __ Bernardo não entendia mais nada.

__ Eu mesmo os levarei nessa nova viagem __ papai Noel pegara Lucas pela mão e saiu levando-o para fora sendo seguido pelos outros.

__ E como nós iremos? __ Bernardo ajudava Mariana para não ficar para trás.

__ Vamos de trenó.

Os olhos dos três brilhavam como diamante ao verem parado do lado de fora um grande trenó prateado sendo puxado por suas nove renas sendo uma de nariz vermelho. Na sua frente acariciando as renas estava Gabriel com um grande sorriso estampado na cara.

__ Espero que vocês tenham gostado da viagem __ disse ele.

Gabriel largou as renas e deu um forte abraço nas crianças e em seguida uma a uma as embarcou no trenó.

__ Obrigada pelo bilhete __ Mariana o abraçou novamente __ nunca vou me esquecer de você.

__ Não me agradeça, apenas continue sendo essa pessoa maravilhosa que você é e isso vale pra você também Lucas.

__ Obrigado Gabriel __ Bernardo lhe deu um abraço inesperado que o anão quase caiu no chão.

__ Não precisa me agradecer, use o que você aprendeu aqui e mantenha a fé __ o anão fez um leve esforço e colocou o menino no trenó.

Papai Noel subiu no trenó tomou as rédeas em suas mãos e gritou bem alto.

__ Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago temos uma entrega especial nesse natal __ e as renas começaram a se agitar pulavam e batiam seus pés no chão e com um grande puxão nas rédeas elas dispararão a correr e corria cada vez mais e mais até que com um pulo elas levantaram voo e cortaram o céu como um cometa veloz.

__ Aquela é a minha casa __ apontou Lucas após algum tempo.

O trenó pousou de frente a um jardim onde, papai Noel e Lucas desceu; Noel ainda cochichou algo no ouvido do menino, algo que ninguém mais poderia ouvir, mas algo muito bom que fez com que Lucas sorrisse e o abraçou mais uma vez. Aquela cena se repetiu mais uma vez quando o trenó pousou mais uma vez para deixar Mariana na porta de sua casa. E novamente o trenó seguiu viagem, Bernardo se manteve em silêncio durante o resto do percurso.

__ Senhor __ chamou Bernardo ao descer do trenó __ eu não quero mais ser engraxate, quero voltar a estudar, ser alguém na vida.

__ Então abandone aquela caixa, se é isso que você quer, não fui eu que a colocou em sua vida e não serei eu a impedir que ela vá embora __ Noel ajoelhou diante do menino e pousou sua mão direita sobre seu ombro.

__ Mas sem ela eu não vou mais ganhar dinheiro e não vou poder mais ajudar minha mãe.

__ Se você tiver fé em mim eu estarei do seu lado, e nunca deixarei te faltar nada, na sua angustia e no seu desespero me chame e eu estarei lá, onde você for eu irei eu estarei sempre com você, bem aqui no seu coração.

__ Eu nunca vou me esquecer de você __ Bernardo já estava chorando __ e queria que esse dia nunca acabasse eu queria poder te ver outra vez.

__ E você me ver novamente, é só você querer, mas não vai ser dessa forma e nem com esses olhos, você poderá me ver com os olhos do seu coração e poderá me reconhecer em pequenos gestos de bondade e de amor __ concluiu Noel.

Bernardo e Noel mais uma vez se abraçaram, o menino entrou em sua casa, Noel subiu em seu trenó fazendo mais uma vez suas renas levantarem voo e cortarem o céu como se fosse um cometa. 

A volta do expresso polarOnde histórias criam vida. Descubra agora