5 - Slàinte Mhath

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A/N: Boa leitura ❤️

Eu sabia o que me esperava no restaurante, então eu me precavi de um vexame emocional, não que o que eu tivesse feito anularia meu sentimento de raiva ou seja lá o que for que podemos chamar isso, mas eu estava ligeiramente melhor, menos negativa e posso dizer que tinha até um sorriso idiota nos lábios. Conrad obviamente não gostou do meu jeito de solucionar o problema, mas eu fingi não entender o motivo do mau humor dele. Gavin estava para chegar em Munique e aqui era mais um plus na minha necessidade de necessidade de euforia. Obviamente eu tomei todos os cuidados para que principalmente John não notasse nenhum resquício do que eu tinha usado.

De fato eu estava certa na minha decisão de precisar de pequena ajuda, eu jurava que eu encontraria todos, menos ele. Eu cheguei cedo sabendo da mania irritante de atrasos que ele tinha, era sempre o último a chegar, mas obviamente desde que ele chegou em Munique tudo parecia jogar contra mim, estou sendo um pouco dramática, mas era como eu me sentia. Em um mundo tão grande e com tantas pessoas eu encontrei ele no Henderson Club, obviamente um dia depois ele estava pisando no meu lugar sagrado - o meu trabalho - e no mesmo dia, lá estava ele, bem a minha frente, com a barba por fazer, os cabelos curtos faziam cachos na ponta, os olhos castanhos tinham um ar de sarcasmos assim o sorriso, os dentes estavam escondidos por debaixo do lábio superior.

O silêncio entre nós dois era algo quase tangível, a mesa estava toda posta, a frente dele um copo do que provavelmente seria vodca, o cigarro que eu havia pego dele fumegando no cinzeiro que nos separava e a minha frente um copo de gin tônica.

Era estranho.

Em algum momento da vida conhecemos tanto um ao outro e agora parecíamos dois completos estranhos.

"Então, você sempre esteve em Munique?" Ele pegou o copo e levou aos lábios tomando uma boa quantidade da vodca.

"Desde quando você se importa com isso?"

Ele revirou os olhos e devolveu o copo a mesa, nos encaramos por alguns instantes, eu podia ouvir a pulsação do meu coração em meus ouvidos.

Eu não estava preparada para aquela situação.

"Sempre tão gentil. Você podia ao menos ter-"

"Não ouse em falar sobre o que eu poderia ter feito. Você poderia ter feito inúmeras coisas, mas eu apenas segui a minha vida." Eu peguei meu maço de cigarro em minha bolsa e acendi um rapidamente com meu isqueiro, ele me olhava incrédulo quando eu levei o cigarro aos meus lábios ele acompanhava os meus movimentos minuciosamente.

"O que você está fazendo?" Ele perguntou cuspindo as palavras e enquanto eu inalava a nicotina vagarosamente.

Ele estava incomodado e aquilo me divertia de uma forma inexplicável.

"Fumando?" Eu soltei a fumaça lentamente e pisquei para ele que pareceu se desconcertar por um momento.

"Desde quando você faz isso? Você nunca gostou!"

Apoiei meu queixo sobre minha mão e levei o cigarro novamente aos meus lábios enquanto ele tinha a boca entreaberta em descrença.

"E aquilo que você tinha de manter a pureza da sua voz, não é a mesma coisa, Mr Pluto?" Eu soltei a fumaça na direção dele.

"Não- isso não vem ao caso." Ele estava claramente irritado.

"Você não tem nada com o que eu faço da minha vida, eu trabalho para você e só isso." Eu bati as cinzas no cinzeiro e cruzei meus braços.

Ele estava em silêncio, parecia estar me analisando. A situação era inusitada, eu sabia que eu reencontraria ele um dia, éramos os padrinhos de Michael, nossos amigos eram os mesmos, mas ainda parecia surreal, ele ali na minha frente depois de quase dois anos. Era quase como eu lembrava dele, mas não parecia o -.

The Game Of Love {LIVRO II - SOMEBODY TO LOVE}Onde histórias criam vida. Descubra agora