21 - Skye

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Julho de 1977 - Ilha de Skye, Escócia

O vento era gelado de fato mas não como no inverno quando parecíamos ser atacados por milhares de de alfinetes contra a pele. Freddie tinha as mãos no bolso e admirava a imensidão do oceano Atlântico no Neist Point. Ele tinha um sorriso que encobria os dentes, os óculos aviador não deixavam que eu visse o castanho dos olhos dele brilhar mas eu sabia que ele estava admirado.

"Sing me a song of a lass that is gone
Say, could that lass be I?
Merry of soul she sailed on a day
Over the sea to Skye" Eu cantarolei a antiga canção por trás dele o abraçando.

"Lass?" Ele perguntou com o cenho franzido rindo.

"Nossa forma de dizer moça nas terras mais lindas que existem." Falei e ele me puxou para frente dele me fazendo encarar a imensidão azul a nossa frente.

"Mull was asterm, Rum on the port
Eigg on the starboard bow
Glory of youth glowed in his soul
Where is that glory now?" Cantarolei mais um verso enquanto o sol imponente do verão ganhava o céu e aquecia meu rosto.

"Você nunca falou tanto como uma escocesa como nestes dias todos, sabe, é fofo." Ele apoiou o queixo dele no topo de minha cabeça e seus braços se apertaram mais conta meu tronco.

"Bom, estar em casa faz isso comigo. Meu avô costumava cantar essa música para mim quando vínhamos para Skye no verão, ele foi criado numa aldeia aqui perto." Falei sorrindo com a lembrança dos verões na fazenda onde tia Peggy morava.

"Isso me faz lembrar que ele é escocês." Ele falou com certo respeito o que me fez rir.

"Give me again all that was there
Give me the sun that shone
Give me the eyes, give me the soul
Give me the lad that's gone" Eu arrisquei mais uma parte da canção rindo ao final.

"Você canta muito bem kitten." Ele me virou para ele, o meu reflexo na lente do ray-ban dele era de felicidade pura e cabelos levemente bagunçados pelos ventos de Skye.

"Bom vindo de você que tem a voz mais pura e potente que conheço isso é um elogio e tanto mo ghràid." Falei sentindo o "r" carregado em minha forma de falar e ele riu enquanto as mãos dele seguravam meu rosto levando para ele.

"Eu amo você." Ele falou.

Dublin - dias atuais

Eu estava baixando a guarda no segundo dia de tour? Não sei, mas me sentia exatamente dessa forma. Conrad estava sentado em minha cama enquanto eu me olhava no espelho, meus cabelos assumiram cachos viçosos que eu mal acreditei que dormira com eles molhados algum tempo antes, a maquiagem como sempre estava leve e o batom era discreto – era uma tentativa idiota de que eu não iria chamar atenção dele para aquele ponto específico – Conrad por insistência me fez vestir uma saia longa plissada, com padrões floridos em um fundo carmim, a camisa branca com contas que imitavam pérolas também fora escolha dele, já que ela deixava a visão levemente transparente para minha lingerie de renda clara – o que também não me agradava – o casaco de couro sob os ombros e um escarpam cor champanhe. Era demais para um jantar com ele.

"Conrad." Eu comecei a ralhar com a minha imagem refletida no espelho.

Ele suspirou fundo e me olhando pelo espelho sorriu.

"Do que você tem medo?" Ele perguntou com a voz suave e eu fechei meus olhos.

"Eu- eu não sei do que eu realmente tenho medo." Falei exasperada sentindo todo meu auto-controle se esvair.

The Game Of Love {LIVRO II - SOMEBODY TO LOVE}Onde histórias criam vida. Descubra agora