O Dragão e a Rainha

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CONTO I

Muitos anos atrás os países nem eram separados por nomes, poucos reis e rainhas conseguiam governar os territórios sem muitos problemas, as roupas e os luxos eram menos sofisticados e tudo parecia mais simples. Entretanto, o mundo era um lugar muito mais perigoso, criaturas e mais criaturas existiam por todos os locais, matando inocentes, comendo crianças e fazendo com que diversas pessoas desaparecessem. Um dos animais mais poderosos, se é que podemos chama-los de animais, eram os dragões. Criaturas gigantescas que cuspiam um fogo destruidor e devastador, mais forte que explosivos de pólvora descobertos anos mais tarde. Os dragões são criaturas domesticáveis, porém só obedece a ordens de uma única pessoa e pode se tornar totalmente agressivos com as outras pessoas.

Os ovos de dragão eram comercializados por aqueles que tinham coragem suficiente para subir nas grandiosas montanhas e matar os dragões fêmeas para roubar os ovos. Eram caríssimos! Uma antiga Rainha era dona de uma dúzia de dragões, o seu reino ficava onde hoje é Sagac. A Rainha era temida e conquistava todos os territórios que chegasse. Seu exército de milhões de homens nunca tirou uma espada da bainha, sempre eram os dragões que acabavam com qualquer conflito, queimando vivos os exércitos de seus inimigos.

Clarissa era uma mulher temida, exaltada e até adorada por muitas pessoas com quem conviveu. Uma de suas melhores amigas sempre falava que tinha um grande propósito de vida. Clarissa nunca acreditou muito nessas visões de sua amiga que se intitulava uma bruxa. As Bruxas ainda não eram vistas como ameaça para os reinos e conviviam harmoniosamente dentro das muralhas dos castelos até que uma grande desgraça aconteceu. Era a grande primeira guerra das nações.

- Amiga! Tu sabes que eu não acredito muito em suas histórias! É muito estranho você dizer que irás viver diversos anos até que se cumpra um propósito em sua vida.

- Você é Rainha, podes discordar de qualquer um!

- Não é essa a questão. Eu nunca vi ninguém viver mais de 120 anos e tu me dizes que viverás até a grande quinta guerra das nações. Se não tivemos nem a primeira imagine uma quinta?

Essa era a famosa Charlott a mãe adotiva do Henry. Que ela viveria diversos séculos para encontrar o filho da rainha Nar e cria-lo até um determinado dia.

- Eu sei! Eu tive a visão que um bebê será entregue em meus braços e todo o mundo conhecerá o poder desse menino que declarará a paz no mundo de uma vez por todas. É estranho, mas eu sinto que muitas coisas irão acontecer até esse dia chegar.

- Isso é maluquice! - A Rainha fala levantando de sua grande cama que estava deitada com a sua amiga e abre a cortina da janela do seu quarto. A torre desse antigo castelo era altíssima, construída durantes anos com pedras extremamente maciças e pesadas. Os 12 dragões voavam pelos céus fazendo barulhos aterrorizantes. - Acho que os meus filhos estão com fome.

- Eu não sei de nada! Tenho medo desses seres! - Charlott nunca gostou muito dos animais de estimação da sua amiga.

A rainha volta a sentar na cama e continua a conversa que havia parado com a sua amiga.

- Eu não acredito que a paz seja um dia conquistada. Como vamos viver sem conflitos e debates de ideias? As pessoas vivem disso, de sangue, de mortes. Não acredito que um único homem consiga acalmar todas as diversas nações de um planeta inteiro.

- Eu acredito na conquista da paz! - Charlott fala! - Mas serão necessárias várias outras mortes para que isso se concretize, espero que esse menino que um dia irei receber em meus braços não deixe o poder subir à cabeça e fazer bobagens com os poderes que ele receberá.

- É bastante engraçado essa sua confiança nas suas visões, eu nem irei duvidar muito, pois foi você que me disse que eu seria a mulher mais famosa das nações e aqui estou eu sento reverenciada por diversas pessoas.

Charlott sempre foi amiga da Rainha Clarissa antes mesmo de se casar com o rei. Foi escolhida para ser conselheira da rainha, mesmo que a rainha não tivesse muito poder de escolhas tinha o direito de ter uma conselheira íntima.

Uma pessoa bate rapidamente na porta de madeira do quarto da Rainha. As batidas parecem apressadas e nervosas. No mesmo momento as mãos de Charlott começam a tremer de forma estranha, involuntária e os olhos das duas amigas se fixam nas mãos trêmulas, pois elas sabiam o que isso significava.

- Não podes ser! - Charlott fala!

A porta de aberta e um soldado com uma espada na mão dá a informação que as duas temiam.

- Estamos sendo atacados por diversos Reinos reunidos, fizeram armas gigantes, uma espécie de lança pontiaguda e já derrubaram um dragão.

A Rainha não acredita no que escuta seus dragões nunca foram derrubados, nunca foram atingidos. Eles dançavam nos céus desviando de qualquer coisa que fossem arremessadas neles, destruíram flechas e mais flechas e vomitavam suas chamas destruidoras nos arqueiros.

- Como podes um filho meu ser morto dessa forma? Vamos Charlott! É hora de Lutar.

Antes que as duas amigas e o soldado chegassem ao final das escadas da torre outro soldado informa que outros dois dragões foram mortos, as chamas estão destruindo boa parte do reino, os dragões não sabem bem o que está acontecendo, o ataque foi feito pelos buracos de esgoto que ficam em baixo da cidade, foram invadidos de surpresa. O rei está na sala do trono segurando uma espada que futuramente iria ser possuída por Henry. Todos no são do trono esperam os invasores conseguirem entrar, pois isso já é mais que certo.

Clarissa está chorando e se dirige até a porta.

- Não abras essa porta! É muito perigoso, os dragões estão incontroláveis. - O rei Grita.

Os passos rápidos da rainha são impossibilitados por dois cavaleiros que estavam na sala do trono. Pegam-a nos braços, ela reluta.

Charlott observa a cena com muito medo.

A Porta da sala do trono é aberta. Invasores entram duendes, sereias, fadas, gigantes, selvagens, todos unidos para matar o reino dos dragões. Clarissa observa que nos ceús um dragão está se aproximando da porta de entrada, esse mesmo dragão vomita o seu fogo destruidor em todos que ali estavam e o fogo que já tinha matado todos na cidade destruiu o castelo. As chamas poderosas mataram a rainha e o rei e todos os invasores, a chamas matam tão rápido que não deu tempo de soltarem ao menos um gemido de dor. As pedras angulares foram destruídas, as torres do castelo caíam, fazendo com que a poeira subisse e se misturasse com as chamas. Charlott com um feitiço especial conseguiu sobreviver, fez um escudo de energia por volta dela e não foi consumida. Quando a explosão de chamas acaba, Charlott não consegue identificar quem é a rainha e quem eram os invasores, apenas membros partidos e totalmente carbonizados estão no chão, misturados com escombros do castelo e com chamas.

O dragão que matou todos do castelo está se debatendo de dor nos céus. Várias lanças estão cravadas em seu pescoço. Os outros onze dragões estão mortos. O ataque foi muito rápido, os dragões se assustaram e na tentativa de proteger a sua cidade e sua mãe acabaram matando todos. Um ovo sai da boca do dragão fêmea que está se debatendo nos céus, Charlott estende sua mão na direção do ovo que está caindo e um raio azul sai da palma da sua mão até o ovo e não o deixa quebrar ao cair no chão. O dragão cai em meio às árvores que estão em chamas. Ela corre em direção ao ovo que caiu e percebe que ele não sofreu nenhum arranhão.

Ela sabe que esse ovo será possuído pelo menino que nem sequer nasceu.

GUERRA ETERNA: O preço da paz.Onde histórias criam vida. Descubra agora