Capítulo X

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IX - TAUFUS As Sereias e o Trono

O Castelo de Taufus era belíssimo. Uma torre altíssima no centro das enormes muralhas de pedra. Uma enorme cidade ao redor do castelo e poucas proteções. A falta de guerras e conflitos transformam as cidades em alvos fáceis. Esse é um grande erro da humanidade, não se previnir enquanto é tempo.

O enorme exército de Sereias estavam dentro da mata esperando o sinal da Sereia Mãe. Sim! Ellen é a sereia mãe. A grande mestra de todos os seres racionais aquáticos. Ellen queria sangue, cabeças, as sereias por muito tempo foram caçadas por pescadores. Iam para os mares pescar peixes e levar para suas casas uma cabeça de sereia como recordação. Os pais de Ellen foram vítimas da maldade das mãos humanas. Ela amava Andrew, era um dos homens mais bonitos que ela já viu, mas a vingança era mais impotente que o amor. Ela não queria viver um amor pensando nos outros amores que morreram.

As sereias passaram por momentos muito difíceis. Agora era hora de mostrar ao mundo que elas também possuem sentimentos e merecem respeito. Ellen sabia que na cidade pessoas do bem existiam, mas seus pais também eram do bem. A morte de todos habitantes de Taufus era inevitável.

Sereias e tritões estavam esperando o sinal da Sereia mãe para destruir o Reino por completo. Monstros dos Mares e Serpentes gigantes estavam esperando o sinal para causar tsunamis e terrores por todos os lugares do país.

Ellen admirava de longe, estava em pé em um monte olhando para a cidade e para as janelas do castelo. Por um momento pôde criar uma imagem mental do seu amado na janela acenando para ela. Dos dois governando juntos e em armonia, Sereias e Humanos juntos em prol da paz mundial, mas era tarde de mais para ter paz. Será que é possível haver paz? Ellen acredita que enquanto existir a busca pela justiça não haverá paz, a justiça só é buscada em locais que não há paz. E ela quer justiça.

Uma Idosa, com um vaso de barro na cabeça cheio de tecidos sujos está caminhando na direção da Sereia Mãe. Não estranha a presença da mulher que está parada em pé observando a cidade.

- A vista daqui de cima é linda, não é mesmo? - Pergunta a Senhora, sem perceber que estava sendo observada por milhões de seres dos oceanos.

Ellen permanece calada, sabendo que essa mulher seria a primeira morta.

- Você parece ser uma viajante. Muito bonita por sinal, parece até uma princesa. - Continua falando.

- Eu Serei Rainha. - Ellen Responde.

- Belo Sonho! Andrew é tão bonito quanto você. Vá em frente, quem sabe ele se apaixona por você. Nosso príncipe rei está solteiro. Em busca de um amor. Sonhar é muito bom Garota, eu já tive muitos sonhos, mas minha idade não permite mais realizá-los. Sempre falo a vocês jovens, façam logo o que tanto desejam, não sabemos quando tempo temos aqui na terra. Demonstrem sentimentos, Abracem, amem, lutem pelo que acreditam...

- E se for preciso matar pessoas para realizar o que tanto queremos? - Ellen pergunta.

A Senhora não consegue responder. Olha fundo para os olhos da Sereia e percebe que aquela mulher não é um ser terrestre. A Senhora não se espanta, permanece sã.

- Você vive nos mares, não é mesmo? Já conheci pessoas que vivem no mesmo lugar que você e entendo as suas dores. - A senhora coloca sua vasilha de barro no chão. - Eu não acredito que matar uma série de inocentes vá tirar a mágoa do seu coração. Você quer viver para sempre sabendo que fez o mesmo que as pessoas que você odeia?

- Você viveria sempre com medo? Medo de um anzol gigante ser cravado em sei pescoço? - Ellen questiona.

- Entre em um acordo com o Rei! Peça para os pescadores pescarem onde vocês não habitam.

GUERRA ETERNA: O preço da paz.Onde histórias criam vida. Descubra agora