CAPITULO 4 - NOVAS VIRTUDES

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Leon
" ...Viver aquilo também reduziu minha dor..."

O domingo amanheceu ensolarado, um clima seco, abafado e com pouca ventilação. Se passara uma semana em que me dediquei a pensar nas qualidades que iria focar e os pontos em que iria me desenvolver. Precisamos realizar com frequência o processo de autocrítica, estamos longes de ser perfeitos, mas temos de nos propor a fazer o melhor no que fazemos, ser o melhor que pudermos, assim era o meu mantra atual.

Os últimos meses estavam sendo difíceis, embora não transparecesse para as pessoas. Andava aflito, angustiado e as vezes, quando sozinho, chorava ainda sem acreditar ou me conformar com aquilo. O choro misturava os sentimentos entre raiva, tristeza e decepção, mas ainda assim me mantinha forte e principalmente determinado a me sair daquela situação.

Uma das situações mais chatas era chegar as festas e eventos da família e me perguntarem "Cadê a Vanessa? ". Aquela pergunta constrangedora e chata, no começo desconversava, mas depois fiquei saturado respondendo a quem perguntasse de forma seca que não estávamos mais juntos, outra situação que sempre que possível lançavam a frase "...logo, logo vocês voltam...". Por que as pessoas viviam dizendo isso? Deixem cada um viver em seu próprio ritmo. A traição é algo que nunca deixará de fazer parte de minha vida, daquele em momento em diante sempre conviveria com essa dor, não importando o quanto eu seja feliz futuramente ou até se encontrar outra pessoa que me ame de forma reciproca, é algo que depois que arremessado e ferido deixa uma cicatriz que será sempre lembrada.

Acelero os preparativos para receber Bruno, Alex e Apollo, em minha casa, dessa vez seria lá nosso encontro. Minha casa é algo que me orgulho muito de ter conquistado, comprei-a um pouco antes de conhecer a Vanessa, ela tem três quartos sendo dois com suíte. A sala tem as paredes em sua altura bastante ampliadas gerando um ambiente reconfortante e ventilado, em um branco gelo em quase toda superfície, exceto com uma parede que tinha a cor azul turquesa ressaltado com quadros e decorações sobre filmes e séries que eu gosto. O andar de cima ainda possui uma varanda com uma bela vista, garagem com vaga para 4 carros e um espaço gourmet ao fundo com Churrasqueira, uma mesa ampla em formato circular, cervejeira e piscina. Sem dúvidas era meu porto seguro e o lugar aonde eu gostava de passar a maior parte do tempo, a paz de meu lar era impagável.

Deixo tudo pronto para o churrasco com bebidas geladas e carnes, até que a campainha toca.

- Ô de casa! – Reconheci a voz do Bruno que logo em seguida bateu palmas atraindo ainda mais atenção.

- Incrível que para o churrasco ninguém nunca se atrasa né? – Questiono sorrindo e abrindo a porta, chegaram todos juntos. A presença deles me fazia bem e por um bom momento esquecia de toda angústia que vez ou outra retornava.

- Sabe que as melhores carnes costumam sair primeiro, não ia perder isso. – Respondeu Alex me dando um abraço.

- Como vai Sr. Qualidades? – Cumprimento o Apollo, abraçando-o em seguida.

- Um pouco triste, estou perto de perder meu reinado. – Caçoou fazendo uma cara de triste como sempre fazia.

Início os preparativos finais acendendo o fogo, ligando o som ambiente tocando um samba raiz e começamos a assar as carnes, nesse momento a cervejeira começa a ser esvaziada, menos o Bruno que está num momento mais saudável sendo adepto apenas de suco e água de coco. Particularmente não sou muito fã de cerveja, mas socialmente ainda encaro quando estou junto com meus amigos, minha preferência sempre foi mais com vinhos.

O Alex contou suas aventuras em um festival de Rock que ele foi e sobre uma menina vampira que ele encontrou, a marca dos dentes ainda estava em seu pescoço, gerando risos de todos sem parar, ainda mais pelo seu desespero ao retratar a cena.

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