Entre Razão e Emoção

CAPITULO 7 - O REMORSO

LEON

Acordei com uma ressaca daquelas no dia seguinte, uma dor de cabeça forte e uma sede que não parava. Um filme passava em minha mente com as cenas da noite anterior. Mas que porra foi essa que eu fiz? Como me deixo cair nos braços daquela mulher loucamente? Como transei com ela no banheiro de uma boate? E ainda fomos filmados, que diabo a pessoa que filmou irá fazer? E para piorar ainda nem usei camisinha, gozando tudo dentro dela.

Os raios de sol adentram em meu quarto pelas frestas da janela, desperto-me assustado e olho as horas, 06:50, terei que me apressar para chegar no trabalho no horário, às 08:00. O banho gelado repele a preguiça e ressaca moral que ameaçava me dominar e em poucos minutos já estou vestindo meu terno italiano preto, com calça social do mesmo tom, realçado por uma camisa social em harmonia com a gravata, estava bem vestido e essa era uma das melhores partes do trabalho. Olhando o relógio engulo rapidamente as panquecas com ovos e bebo um copo de suco, odeio sair apressado daquele jeito, mas sempre fui chato com horário e quero dar exemplo aos funcionários, é meu dever como chefe. O trânsito está lento devido a um choque entre dois carros e a ambulância demora para prestar assistência, assim como os agentes do transito a auxiliarem as vias, percebendo que não chegarei a tempo envio uma mensagem de texto para Bruna:

"Bruninha, estou chegando, Beijos".

" Vê se não demore seu chato, beijos". Ela respondeu.

Enfim chego ao meu destino, um escritório bem localizado no centro da cidade, em um prédio empresarial, ao entrar nele é possível identificar o toque profissional dado ao ambiente por uma arquiteta, com uma decoração com um jardim na recepção e flores pequenas com cores vivas junto a pedras brancas, uma das paredes tem o tom preto com as letras douradas com o nome Barone e Versalas advocacia se projetando, as demais paredes eram brancas e detalhes rústicos finalizando a composição do ambiente, em todo os seus amplos 200 metros quadrados.Sou um dos sócios da Barone e Versalas advocacia, a outra sócia é a Bruna Versalas que conheci na época da faculdade e construímos um bom relacionamento, tivemos um caso quente e explosivo no passado com muitas histórias no campus, mas hoje agimos profissionalmente um com o outro. As lembranças daqueles momentos ainda eram vivas em mim, foi marcante e excitante demais nossos tempos. A Bruna construiu uma relação de cumplicidade comigo ao longo do tempo tornando-se confidente de algumas revelações jamais feitas a outra pessoa, a retribuição vinha em seus desabafos sobre sua vida pessoal e a confusão envolvendo o marido e filhos, a segurança desenvolvida é responsável pelo sucesso de nossa empresa que atua há 10 anos no mercado.

O envolvimento e foco no escritório me ajudou a manter a atenção em outras coisas, pelo menos durante algum tempo concentrava nas inúmeras atividades de nossos clientes. Minha sócia soube de tudo que aconteceu também e se solidarizava comigo, tocando a empresa sozinha durante um tempo em que precisei me ausentar.

Após o episódio da boate Bruna foi a primeira pessoa que tive oportunidade de conversar já que na última noite sai da boate desesperado sem me despedir direito de Apollo, Alex e Bruno.

Quando fiquei sozinho com ela falei:

- Bruninha, você não sabe a merda que fiz ontem! – Ela percebeu meu tom sério.

- Você não toma jeito né Leon? O que houve dessa vez?

- Transei com a Vanessa ontem na boate Colinas.

- Como é? Você é maluco? Depois de tudo que ela fez com você, ainda se submete a isso?

- Estava bebendo, meio fragilizado, ela veio em cima de mim e juntou a vontade de dar dela com a minha vontade de comer. Mas estou muito arrependido. – O pesar de meu tom de voz confirmava.