HCE, Fresno, CA - December 10, 2018. 03:26 AM.
Camila respirava pesadamente enquanto via o sangue escorrer de suas luvas até o chão, formando duas pequenas poças do líquido vermelho. Os bips das máquinas disparados entravam por um ouvido e saíam pelo outro, igual as vozes chamando por seu nome.
— Camila? Fizemos tudo o que tinha que ser feito, precisa dizer a hora da morte. - Camila não se moveu, ainda estava em transe.
— O coração dela já não aguentava mais lutar.
— A culpa não foi sua. - O sangue estava em suas luvas, como não poderia ser culpa dela?
— Se quiser, eu falo com Cole e as filhas delas. - Como se tivesse levado um tapa de cada lado do rosto, Camila voltou a realidade. - Eu falo com elas.
— As minhas filhas são as filhas dela também. - Cuida das meninas para mim. Elas merecem uma mãe de verdade e eu não posso ser essa mãe. A voz falha de Lauren após levar um tiro apareceu na cabeça de Camila, junto com a primeira lágrima que escorreu por seu rosto. - Não está certo.
— Sentimos muito, Camila.
— Eu não sinto, não vou deixar ela morrer. - Camila se aproximou de Lauren, começando uma segunda massagem cardíaca, não deixando ninguém tira-la dali. - VOCÊ NÃO VAI MORRER.
— ELA JÁ MORREU. - Miranda gritou.
— ELA NÃO VAI MORRER ATÉ EU FALAR QUE ELA PODE MORRER. - Os médicos não sabiam o que deveriam fazer. Miranda mandava eles tirarem Camila de lá e Camila não queria sair, além de ser a chefe deles em quase tudo dentro do hospital. - VOLTA, LAUREN. ESTOU MANDANDO VOCÊ VOLTAR.
— VOCÊ NÃO É DEUS PARA DECIDIR QUEM MORRE E QUEM VIVE. A HORA QUE DEIXA DE VIVER, CAMILA.
— ELE ME DEU O DOM DE SALVAR VIDAS E EU ESTOU FAZENDO ISSO AGORA MESMO, MIRANDA. - Camila parou a massagem que parecia não funcionar, fechou o punho e acertou o peito de Lauren, sendo puxada para trás. - Não morre, seu coração é o meu coração. Não me mata, Lauren. Não me mata.
— Sinto muito... - Camila chorava nos braços de George, deixando seu corpo cair no chão ao lado do dele. Os bips das máquinas foram se reestabelizando, surpreendendo todos ali dentro. - Consegue ouvir isso? Ela voltou, Camila. Ela voltou para você.
— Vamos colocar ela em coma induzido enquanto vocês procuram o que está acontecendo com o coração dela. - Miranda não olhou para Camila, deu a ordem e saiu, não fazendo nenhuma diferente para a dona do hospital.
Camila não parou de chorar, Lauren estava viva novamente, mas poderia morrer a qualquer momento. Tinha quatro dias que tudo havia acontecido, quatro dias que Christopher tinha feito o disparo contra Lauren e morrido em seguida. Desde então Lauren sofria com problemas no coração e ninguém sabia o que era.
Dividindo suas atenções entre as quatro adolescentes dormindo e a televisão, Cole, Allyson, Normani e Dinah esperavam o jornal da madrugada voltar do comercial. A esperança de ter novas notícias sobre Kyle e Thomas era enorme.
— Voltamos agora com o caso que vem movimentando Fresno nesses últimos dias. - Os quatro olharam para a televisão, esperando a pausa dramática do jornalista acabar. - Para quem não lembro ou está sem saber, a família Jauregui teve uma reviravolta assustadora para uns e inacreditável para outros.
— Christopher Jauregui ou Heitor Valantaine como constava em sua certidão de nascimento, usava o nome de Christopher Von Uckermann, um cidadão do México que não sabia que seu nome era usado, forjou a própria morte depois de atropelar três crianças em um condomínio fechado de Fresno. Entre elas o sobrinho e agora sabemos que um dos garotos era seu filho.
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Mais Que Vingança
RandomVinganças consiste na retaliação contra uma pessoa que te causou uma enorme dor. Igualar as dores poderia haver paz interior? Uma vida em troca de uma vida era certo, não? . . . . Um dia eu volto para arrumar todos os erros!