HCE, Fresno, CA - December 12, 2018. 10:01 AM.
— Meninas? - A doutora DeVitto pediu pela terceira vez, elevando seu tom voz para ser ouvida. - Eu preciso que vocês quatro fiquem calmas ou ninguém vai sair daqui, nem mesmo eu.
— Essas Jauregui estão me tirando do sério, como vou ficar calma? - Hanna disse irritada, virando de costas para Spencer e Aria. - Tem que ser assim mesmo? Não pode ser só Emily e eu? Já temos que dormir todas no mesmo quarto, não aguento mais olhar para a cara delas duas.
— É fácil, querida. Tira seus olhos fora, assim não vai ver mais nada. - Spencer mostraria o dedo se Hanna tivesse olhado para ela. - Nem mesmo essa sua cara feia.
— É a mesma que a sua, idiota. Parece que é burra.
— Poderiam me falar como se sentem sobre o Christopher?
— Não acredito que quer falar desse lixo. - Spencer se jogou na poltrona que ficava do lado da cama de Aria, tirando o celular do bolso. - Eu me recuso a falar dele.
— Eu também. - Aria disse friamente.
— Hanna e Emily? Vocês duas viveram minutos de horror com ele.
— Posso falar por mim, que estou bem. - Hanna usou a mesma frieza de Aria. Ela sonhava com ele todos os dias, o odiava cada vez mais, mas não chorava por ele. - Ele era um homem ruim, fui enganada a minha vida toda, mas não via outro destino para ele.
— Todos desse hospital sabe que sempre odiei ele. O único medo que senti ao ver o Christopher, foi o medo do desgraçado matar a minha mãe. Eu mesma teria puxado o gatilho sem dó se tivesse uma arma.
— Viu só? - Spencer riu. - Concordamos em uma coisa, ele está melhor morto. Todos nós estamos melhor com ele morto.
— Emily e eu não estamos traumatizadas, se é isso que quer saber. - Hanna revirou os olhos quando viu Spencer sorrindo para elas. - Não sou dentista para ficar me mostrando seus dentes. Fecha a boca.
— Cala boca, idiota.
— Vocês não querem sair para liberar toda essa tensão entre vocês? - A mulher disse quando viu que Hanna iria retalhar as palavras de Spencer. - Sim ou não?
— Ainda não posso sair dessa cama, Torrey. - Emily olhou para Aria, que desviou seu olhar. - Não vejo a hora de encontrarem o Kyle, assim minha mãe leva nós três embora de uma vez.
— É isso mesmo que quer, Emily? - A garota assentiu para a psicóloga que Miranda arrumou para falar com elas. - Por que?
— Pensei que Fresno seria o nosso lar, um lugar que não precisaríamos sair correndo para se esconder de ninguém. Que teríamos nossos avós, nossas tias sempre por perto. - Torrey anotou algumas coisas, como o jeito que Emily falava e o jeito que as outras três ouviam. - Já ouviu falar que quando tudo vai bem, tem algo de errado?
— Você acha que tem algo de errado agora?
— Sempre teve. Se ninguém tivesse mentido, eu não estaria numa cama de hospital com algumas vértebras fraturadas, alguns ossos fora do lugar e não precisaria de mais uma cirurgia.
— Eu já pedi desculpa. - Aria disse com a voz embargada, secando rapidamente as lágrimas que caíram. - Eu não queria ter te empurrado de cima da casa, mas fiquei com raiva e quando vi, você já estava pendurada. Posso pedir quantas desculpas você quiser.
— Eu não aceitei da primeira vez, não vou aceitar das outras também.
— Perdoar é essencial para seguir a vida, Emily. Eu como psicóloga, já vi muitas vidas mudarem depois de perdoarem quem queria perdão.
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Mais Que Vingança
RandomVinganças consiste na retaliação contra uma pessoa que te causou uma enorme dor. Igualar as dores poderia haver paz interior? Uma vida em troca de uma vida era certo, não? . . . . Um dia eu volto para arrumar todos os erros!