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Clinical Psychologist Duff, Fresno, CA - November 8, 2018. 04:15 PM.

Eu estava perdida.

A música que antes eu não ouvia me pegou em cheio, me fazendo lembrar que a festa ainda acontecia. Fui até a parte elevada quando uma buzina soou pelo lugar, era a segunda parte da brincadeira começando. Procurei pela minha mãe, encontrando ela e a Lauren atrás da enorme cortina conversando com a Anna.

Eu conseguia ver tudo de onde eu estava, inclusive achar quem eu queria. E lá estava ele, de um ponto ótimo que era possível ver atrás da cortina. De um ponto que ele encarava as três mulheres sorridentes. Não era paranóia minha, ele estava atrás delas e eu precisava fazer alguma coisa, nem que fosse gritar feito uma maluca.

Quando ele começou a andar na direção delas, eu corri com as minhas pernas bambas, com o meu coração disparado e segurando o choro para não ter a visão embaçada pelas lágrimas. Minhas pernas já estavam quase desistindo quando vi minha mãe sumir junto da Anna, sentindo meu corpo sendo amparado por Lauren no final da escada.

— Por que está correndo desse jeito? - Tentei me soltar de seus braços, mas ela me apertava ainda mais. - Só quero ajudar. O que foi?

— O Jason. - Apontei para o homem que parou de andar quando me viu apontando para ele, guardando alguma coisa no bolso antes de virar e ir na direção da saída. - Ele estava olhando vocês desde a hora que a dança começou e agora também. Minha mãe saiu de perto de você e ele estava indo atrás dela. Não estou ficando louca, tem um cara ou uma mulher atrás da minha mãe.

— Preciso que se acalme, Emily. Quem é Jason?

— Eu não sei quem está por trás da fantasia de Jason, mas nos filmes ele é um assassino e ele quer a minha mãe.

— Pode ser só um paciente que a reconheceu e quer dar um oi, Emily. Se acalma. - Como eu poderia ficar calma?Ele tinha alguma coisa na mão e estava indo atrás da minha mãe. Que porra de calma o quê. - Quer tomar alguma coisa?

— Ninguém acredita em mim. Ninguém acredita porque não sabem de nada. Eu preciso tirar a minha mãe daqui. Preciso dizer para ela que não estamos mais...

— Parou. - Lauren segurou meu rosto como Verônica tinha feito, me olhando nos olhos. Os seus eram idênticos aos meus e talvez eles me passassem... Calma?! - Vou pegar a sua mãe, a Aria e nós quatro vamos embora, tudo bem?

— Tem que ser agora, Lauren. Ele saiu, mas pode voltar a qualquer minuto.

— Vai chamar a Aria e eu pego a sua mãe.

— Emily? - A psicóloga Duff a chamou, tirando-a de suas lembranças, as mesmas que vinham perturbando sua cabeça. - Sinto muito por te fazer esperar no meio da nossa conversa, esse paciente está passando por um momento difícil.

— Tudo bem, todo mundo tem esse momento.

— Obrigada pela compreensão. Onde paramos? - Hilary procurou por uma anotação em seu caderninho, riscando alguma coisa quando encontrou. - Aqui está. Você estava dizendo que viu uma coisa e não tinha certeza do que viu.

— Sim, eu disse.

— E o que seria essa coisa, Emily?

— Uma pessoa morta. - Acredite ou não, Hilary ouvia muito daquilo com seus pacientes. Era cada história de arrepiar até os pelos dos pés. - Eu não sou louca, mas ele sumiu logo depois.

— Não, você não é louca, Emily. Vamos por partes para eu entender melhor. Em qual lugar essa pessoa morta costuma aparecer?

— Só foi uma ou duas vezes. Não me lembro direito.

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