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— Eu gosto de sua voz Jimin — Sussurrou perante meu ouvido — Eu necessito escuta-la, Jimin. — continuou — Porque eu preciso aprecia-la antes de cortar suas cordas vocais e te prender em minha parede, ChimChim.

. . .

JUNG

KOOK

Observei Jimin engolir em seco, o modo como seu olho tremeu em um tique, o modo como segurava a respiração e piscara erguendo seus cílios, eu observei cada detalhe de Jimin, observei seu desespero.

Seu desespero interno, que pra mim, não passava de mais pura diversão.

Porque eu era assim, eu gostava de premiliares, gostava de desacelerar o processo, gostava de me divertir cautelosamente. Assim, desse jeito, minha diversão durava por mais um tempo.

Jimin seria minha bonequinha, a mais linda delas, e se ele coperasse, seria a minha predileta.

. . .

Eu observava - da minha janela - as crianças correndo alegre pela vizinhança, observava o modo como todas pareciam contentes e extrovertidas, inocentes.

Papai colocou a mão em minha cabeça, me olhou sem um pingo de expressão e sibilou.

— Não seja como elas, Jungkook.

Assenti, colocando minha mochila nas costas e me virando, seguindo papai e mamãe.

— A nossa nova casa vai ser maior. Quem sabe assim, não caiba mais delas?

Papai riu, me deixando acompanhá-lo com a cabeça abaixada.

Eu não os entendia, mas era minha família, era o que eu deveria ser.

. . .

Jimin piscou os olhos e engoliu em seco com o que disse, ele parecia não conseguir absorver aquilo, parecia que iria surtar, ele conseguia ser mais psicótico do que eu imaginava, ele só não sabia ainda.

— Por...que?

— Porque eu quis, Jimin. Porque eu precisava de uma nova bonequinha, já que as minhas estão velhas e desgastadas.

Ri.

Eu não tinha o mínimo de empatia, muito menos algum remorso. Não pouparia da vida daquele garoto, eu nunca poupei a de ninguém. Meu corpo tremia em êxtase só de pensar nas maneiras de torturas que usaria, e pensar nos gritos, no sangue, e só de pensar em ver mais um ato feito através de minhas mãos, me deixava extremamente excitado.

  E então, quando ele estivesse em minha prateleira, eu iria atrás de outra presa. Usaria do meu charme, da minha educação e gentileza pra assim, atrair pessoas tolas, idiotas e burras.

Assim como Jimin foi, por mais que dentro de mim, algo dissesse que ele não era tão burro e tolo assim. Na verdade, eu deveria ter mais cuidado com aquele garoto, ele definitivamente, tinha algo estranho.

— Jeon, você é podre.

Ele disse, olhando nos meus olhos, pela primeira vez.

Abri um mínimo sorriso, levando meus dígitos aos seus fios loiros.

— Oh, estou lisonjeado.

. . .

— Jeon, ajude o papai.

Cautelosamente andei até ele, sentando no banquinho ao lado de sua maca e o vendo fazer seus procedimentos.

Eu gostei da casa nova, era grande e tinha um porão. Papai era um homem de muita grana.

Deixei minha cabeça ser apoiando pelos meus braços e apoiei os cotovelos em minha coxa, observando-o passar o maçarico pela pele que queimava, e o mais surpreendente de tudo era que após aquele procedimento, ela brilhava como porcelana.

— Amor, o pedido está pronto?

Mamãe entrou, com o telefone em mãos e o avental sujo de sangue.

. . .

JIMIN

Me levantei, saindo de perto de si e indo para o outro lado do quarto. Ele me seguiu com os olhos e veio em minha direção, esta, que de imediato, desviei.

— Pare com seus joguinhos, Park Jimin.

— Pare de me perseguir, Jeon Jungkook.

— É sério que vai pedir isso pra mim? Pra que eu pare de te perseguir? Eu sinto muito, anjo, mas estou obcecado por você nesse momento. E é por isso que quando te moldar, você vai ficar no meu quarto, preso na minha parede.

Recuei e ele avançou, me prendendo entre a parede e seu corpo. Ergui meus olhos porque eu sabia que uma das maneiras de meu escape – ou de adiantar a minha morte – seria encara-lo. Pessoas como Jungkook gostavam de gente fraca.

Eu era fraco, sim, eu era. Ele só não precisava saber disso.

Senti seus lábios molharem a maçã de meu rosto e travei, fechando meus olhos e repetindo pra mim mesmo que tudo aquilo iria acabar. Meu peito se disparou, ainda mais, quando seus lábios roçaram nos meus. Eu nunca havia beijado, então quando meu estômago se contraiu e meu corpo travou, senti mais do que nunca, que mais do que nunca, estava em suas mãos.

E não de um jeito bom.

Human Doll / Ji.KookOnde histórias criam vida. Descubra agora