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Ok Querido, venha cá — Jungkook chamou batendo em seu colo — Sabe Jimin, já faz uma semana, acho que já se acostumou certo? — Perguntou arqueando suas sobrancelhas, o que o deixou sexy, porém apenas assenti. Não havia me acostumado com nada mas afirmava que sim para meu consciente, talvez acreditar em mentiras poderiam realmente me fazer crer de fato que sim, que eu estava lidando com jungkook, ele é doentio, é fato, mas ele estava me deixando doente, me deixando sufocado, totalmente.

— Bem...— Deslizou suas mãos pelo meu corpo e com a outra mão, acariciou meu rosto. Estranhei aquele ato seu ato de apego, mas me manti quieto. — Quando te vi entrar pela porta da loja de conveniência, eu soube naquele momento que poderíamos dar certo, uh? - A medida que falava, fechava seus olhos, lentamente tombando a cabeça pra trás e sorrindo. Seu aperto em minha cintura se tornou mais forte, tanto que eu poderia sentir a marca de seus dedos um por um em minha pele

Ele abriu os olhos, levou seus dedos ao meu rosto e o acariciou delicadamente, como se eu pudesse quebrar com qualquer movimento indelicado.

— Você é tão bonito...sabe, deve ser por isso que aquele seu amigo goste tanto de você...como é o nome dele mesmo?

Yoongi

— J-jeon...eu te suplico, não faça nada a meus amigos. Yoongi e eu não temos nada, eu mal cheguei de viajem. — Involuntariamente, em desespero, agarrei suas mãos, olhando o nos olhos, com medo, mas temendo desviar.

— Eu não tenho interesse neles, Jimin. Oras...— Riu, me deitando sobre o sofá e subindo por cima de meu corpo, o que me fez tremer. Sua cabeça encaixou sobre meu pescoço e ele ficou ali, parado, sem nenhuma reação. Minhas orbes arregalaram-se com o que senti sua respiração bater continuamente no vão do meu pescoço, olhava o teto em branco enquanto sentia coisas em meu corpo que eu sabia mais do que ninguém que não deveria sentir.

— Sabe, Jimin...— Agarrou meus quadris, apertou minha carne e sussurrou em meus ouvidos — Se você realmente aceitasse ser meu, eu te daria o céu inteiro. Eu cuidaria de ti, estaria em primeiro na minha prateleira, eu moveria tudo por você, viveríamos juntos pra sempre, você não quer isso? Uh? — Moveu sua pélvis contra a minha, o que me fez levar minhas mãos até minha boca. Senti as lágrimas saírem de meus olhos e chorei, chorei por me sentir duro, chorei pela reação do meu corpo. Chorei por me sentir doente ao ponto de reagir aquela relação doentia que tínhamos.

Não era normal, eu sabia que não era, nenhuma vítima reagiria assim, não, eu não estava apaixonado por Jungkook, eu não o amava, eu não tinha afeto por aquele cara, o único sentimento que eu sentia era repulsa, nojo, ódio, e na maior parte do tempo, medo. Mas sem dúvidas, eu sabia admitir que ele era excitante, não tinha como eu não me envolver, afinal, eu estava na ponta de seus dedos, se ele quisesse jogar, eu simplesmente jogaria, porque isso tudo trata de sobrevivência, e eu quero mais do que tudo permanecer vivo, mas se for ao seu lado, que eu morra.

— Está gostando, amor?...

...

Jungkook adentrou a porta de ferro existente em seu quarto, bem, eu tinha minhas dúvidas quanto aquela porta, era mais do que óbvio que tinha algo ali.

Ele havia me deixado ficar em seu jardim, era fechado, o que impossibilitava minha fuga. Observei dali, a janela de seu quarto, e quando o vi adentrar aquela porta de ferro, foi impossível não teorizar sobre as coisas que teriam ali.

Jungkook segurava uma faca, sua blusa branca estava grudando em seu corpo e seu cabelo estava molhado. Mas o que me intrigou não foi exatamente o fato dele parecer ter saído de um banho, mas sim, o fato de suas costas amostra pela regata deixarem requecios de desenho em seu corpo.

Uma tatuagem?

Expremi meus olhos na tentativa de verificar, o que foi uma total falha. Jeon virou-se pra pra janela e deixou suas mãos apoiada no vidro, grudou o rosto no mesmo, e sorriu doentio ao me ver. Voltei aos meus afazeres, este, que consistia em plantar algumas mudas de primavera.

Seu olhar varia do opaco ao brilho psicótico, seus dedos faziam alguns movimentos no vidro, indicando algo.

Me levantei, me aproximando mais e erguendo meus olhos, vendo o sangue escorrer pela janela, com o seguinte desenho de um coração moldado no sangue.

Ele riu, jogou seus cabelos pra trás com a mão suja de sangue e saiu.

Minha respiração estava descompassada, meu coração descontrolado. Meu corpo estava cansado, minha cabeça, bagunçada. Meu corpo foi ao chão e eu só pude pousar minhas mãos na minha cabeça, na tentativa de aliviar aquela tontura, aquela martelação na minha cabeça, uma pulsação agonizante dentro de mim.

Eu senti minha garganta ser arranhada como se estivesse se fechando, eu senti meu corpo tremer de um modo incontrolável e eu entrei em pânico por não ter controle do meu corpo.

Eu estava entrando em uma crise de pânico, ansiedade, eu não sabia dizer, mas eram coisas que nunca me ocorreram.

Agarrei uma das mudas com a mão e a joguei no meio do jardim, na tentativa de jogar com ela o que eu sentia no peito. Aquela dor, aquele sentimento ruim.

Eu senti quando minhas mãos foram seguradas e meu corpo virado. Ele me olhava inquieto, perguntando com seu olhar o que estava acontecendo. Mas eu só tremia, e minha boca secara tanto que eu não conseguia dizer.

— O que aconteceu?

Sua voz soou áspera, séria.

Por que eles estava preocupado se a culpa era toda dele?

[. . . ]

— Tome, beba isso — Me estendeu um copo d'água, mas minhas mãos estavam trêmulas demais pra que eu pegasse, então vendo minha dificuldade, segurou meu maxilar e entendi, abri a boca, e deixei dar-me a água.

Inevitavelmente, não consegui desgrudar meu olhar dos seus, vendo o modo como ele estava se portando. Não, aquele ato poderia não significar muita coisa, mas eu percebi ali, que mesmo quase nula, havia um pouco de empatia.

Jeon não era alguém que não tinha sentimentos. Pelo contrário, ele os tinha, e os tinha em um nível absurdo.

Seu problema era que ele sentia demais. Sentia amor demais, ódio demais, desejos demais.

Ele era intenso.

E por mais estanho que fosse, mal percebi quando meu corpo tornara-se leve. Pensar em Jungkook e em como ele era intenso me fez de fato, me acalmar.

— Você está bem?

Não, eu não estou bem, Jungkook. Na verdade, eu sinto que nunca estive.

— Sim, estou.

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⏰ Última atualização: May 30, 2020 ⏰

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Human Doll / Ji.KookOnde histórias criam vida. Descubra agora