6 - Momentos

3K 436 762
                                    

Amas já estamos aqui de novo? Sim, amores, agradeçam a minha mente perturbada. Eu não tive tempo de betar decentemente, então me perdoem eventuais erros de digitação. 

Havia tantos anos que Katsuki não se sentia tão em paz e satisfeito que chegou a se beliscar para ter certeza de que não estava sonhando

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Havia tantos anos que Katsuki não se sentia tão em paz e satisfeito que chegou a se beliscar para ter certeza de que não estava sonhando. As músicas e danças eram animadas, exóticas e roubavam sua atenção durante boa parte do tempo, e ele se perdeu encantado, observando o bailar dos tecidos leves e passos pelo chão descampado, acompanhando o ritmo da melodia ora com um balançar de cabeça, ora com o bater cadenciado dos pés ou mãos.

A atmosfera era simples e ao mesmo tempo envolvente, quente e hospitaleira. Ao ser convidado por Eijiro acabou sendo acolhido pelos demais que o trataram com respeito e animação, oferecendo de sua comida e bebida sem restrições, brindando-o com conversas, piadas ou mesmo histórias.

Katsuki pegou-se suspirando tranquilo, com um sorriso sincero no rosto enquanto observava a interação entre eles. Sentado no chão, uma perna flexionada a outra em descanso e o corpo apoiado pelo braço esquerdo, ele ouvia atento as palavras arranhadas e contos de causos fantásticos ou simplórios. Algumas vezes os pegou falando em outra língua, estranha aos seus ouvidos, mas não importava, seus semblantes nunca denotavam estar escondendo algo com isso e ele era apenas um visitante, nem tudo deveria ser compartilhado consigo.

Descobriu que Eijiro era um bom dançarino e se dava bem com alguns instrumentos musicais, sendo presenteado com algumas demonstrações. Felizmente ele não pegou o violão e ficou arranhando alguma música brega apenas para impressioná-lo, tendo feito apenas o que seu coração mandava, dedilhando e cantando embalado pelo próprio desejo, de olhos fechados enquanto sentia a música, e o ômega pôde jurar sentir a melodia vibrar em si.

Ou talvez fosse apenas efeito do alcool, já que ele estava tomando cerveja desde que chegou. Quem sabe a magia e encantamento que sentisse no ar, toda aquela aura de mistério e beleza, fosse apenas resultado dos sentidos alterados.

Podia ser, mas a beleza de Eijiro definitivamente não era ilusão. Ele apenas parecia mais vívido e iluminado em meio aos seus, com um sorriso dez vezes mais potente e encantador. Iluminado pelo clarão da fogueira parecia ainda mais deslumbrante, e tanto seu porte quanto seu espírito arrojado despertaram em Katsuki um desejo nenhum pouco sacro.

Aquela boca perfeita... ele poderia passar a noite toda beijando ela, sem dúvida.

Normalmente não se conteria perto de um alfa atraente e o alcool em si nada tinha a ver com sua desinibição. Como adulto ele se sentia livre para explorar as potencialidades do prazer sem necessidade de se envolver romaticamente com outro, até porque da última vez que permitiu que chegassem em seu coração o maldito simplesmente fez arruaça e o iludiu.

Katsuki não era tolo tampouco hipócrita ou um simples adolescente envergonhado, se queria ele simplesmente pegava, sem preâmbulos ou rodeios, aproveitando o momento, ainda que raramente chegasse às vias de fato. Mistérios e sonhos são para garotos apaixonados e ele já era um homem. Contanto que fosse consentindo por ambas as partes não haveria mal algum.

Caminhos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora