Mas Ela Fez

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POV Any

Meu celular apitou. Era o grupo das meninas.

Sofya: Vocês vão no velório da Saby hoje à tarde?

Heyoon: Não estou no pique...

Diarra: Ninguém está. É um velório!

Shivani: Meninas, a gente devia ir sim. Sabina era nossa melhor amiga. Precisamos fazer isso por ela.

Hina: Que horas?

Sofya: O velório vai ser das 15:00 às 17:00 e o enterro às 17:30.

Por um instante, ninguém falou nada.

Heyoon: Será que os meninos vão?

Sofya: Gente... mesmo se eles não forem, precisamos ir. Vamos fazer isso pela Saby.

Fui me trocar. Coloquei uma calça preta, uma bota preta e uma camiseta de manga longa preta. Passei um rímel e um batom nude.

Por que Sina tinha feito aquilo? Sério... Ela não tinha motivos... Era uma ótima amiga, uma menina super doce e atenciosa...

Eu estava morrendo de medo de ser a próxima vítima depois que a Sabina morreu. Pelo menos agora estou tranquila. Sei que a assassina não está mais entre nós.

O Noah começou a me ligar. Até me assustei! Estava sozinha em casa, pensando naquelas coisas e ele liga assim do nada!

Eu: Que foi, criatura? Quase me mata do coração!

Noah: Haha, sorry Moany. Queria saber se você quer ir comigo no velório...

Eu: Hm, tá com medinho?

Noah: Você que tá aí toda assustada!

Começamos a rir.

Noah: É que... Eu preciso conversar com você e aí foi uma deixa.

Eu: Entendi. Pode sim.

Noah: Chego aí em 10 minutos.

Peguei minha bolsa, desci e fiquei esperando ele chegar.

(...)

POV Bailey

Estava tomando banho, me preparando para ir ao velório, quando Sofya me ligou.

Desliguei o chuveiro e deixei o celular no viva-voz.

Sofya: Oiii Baileey!

Eu: Oi Sofya.

Sofya: Você pode vir me buscar para ir lá?

Eu: Tá, mas vou demorar um pouco. Estou tomando banho.

Sofya: Tudo bem, eu espero.

Eu: Passo aí mais tarde.

Desliguei e continuei meu banho.

(...)

POV Any

Eu: Que isso, meu mel? Vai aonde?

Noah abriu a porta e saiu do carro. Estava todo chique, de calça e terno pretos.

Ele riu e entramos no carro.

Eu: O que você queria me falar?

Noah: Queria saber o que você achou disso tudo... Da Sina...

Eu: Ah... Eu não esperava isso dela, mas... Não podemos confiar em ninguém, né.

Eu vi que seus olhos estavam baixos e tristes.

Eu: Noah, você tá bem?

Ele olhou rápido para mim.

Noah: Sim, sim... É só que... Ah, deixa.

Eu: Ah não, começou, termina.

Noah: Eu e Sina estávamos muito próximos nesses últimos dias...

Dei uma risadinha.

Noah: O que?

Eu: Querido, eu sei de TUDO.

Noah: Que?

Eu: Sina contou TUDO pra gente.

Noah: TUDO?

Eu: Tudo.

Noah: Meu Deus... Por que as mulheres falam tudo uma pra outra?

Eu: Ah e vocês, garotos, não?

Noah: Não! Contamos o necessário.
Comecei a rir.

Eu: Garotos são bobos mesmo!

Noah: Ei!

Eu: Enfim, vocês estavam muito próximos...

O sorriso dele sumiu.

Noah: E eu não consigo acreditar que foi ela. Mas ao mesmo tempo eu sei que foi porque as digitais dela estavam lá! Não tem como falar que não foi! Mas eu não quero acreditar que foi ela! Entende? Estou muito confuso...

Eu: Isso porque você a amava, Noah.

Coloquei minha mão na perna dele. Ele me olhou.

Eu: Não queremos acreditar que a pessoa que amamos fez algo errado. Porque queremos protegê-la, porque a amamos. Você criou um sentimento diferente por ela. Não queria que ela te decepcionasse. Mas infelizmente as pessoas erram. E a pessoa que você tanto amava errou muito, e você não quer acreditar que ela fez isso. Mas, Noah, ela fez.

Ele ficou olhando para o nada durante um tempo, como se estivesse pensando em algo. Escutei uma buzina.

Eu: Noah, o farol abriu.

Ele ainda ficou parado. Mais buzinas.

Eu: Noah, o farol!

Nada.

Eu: NOAH JACOB URREA, O FAROL!

Ele se assustou e pisou fundo na marcha.

(...)

POV Bailey

Cheguei na casa de Sofya e buzinei. Ela saiu e estava de blusa preta e uma saia preta.

Ela abriu a porta do carro e sentou ao meu lado.

"Ai, que calor né" Disse, abanando as mãos em direção ao rosto.

Não respondi. Apenas acelerei.

"Você tá esquisito comigo. O que aconteceu?"

Olhei para ela. Sofya tinha ficado estranha para mim desde aquele dia no estúdio. Não sei, comecei a ter uma visão diferente dela.

"Nada, Sofya. Estou normal"

"Eu fiz alguma coisa para você?"

"Não, Soso"

Tentei ser delicado para ela pensar que estava tudo bem entre a gente. Mas não estava.



𝐅𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐨 𝐓𝐞𝐫𝐫𝐨𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora