Visita Inesperada

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POV Sina - 5 dias depois

Fui acordada aos gritos da policial batendo na minha cela:

"Aí loirinha, estamos precisando de gente para lavar os banheiros"

A olhei como se ela fosse louca. Mas eu estava naquele lugar há quase uma semana e só saía da cela durante 30 minutos, para comer.

Levantei e aceitei. Ela abriu a cela e eu saí. Três meninas a acompanhavam: aparentemente uma de 15, outra de 17 e outra de 13.

Fomos para os banheiros sem dizer uma palavra. Primeiro, iríamos lavar o banheiro feminino do refeitório. Acho que um outro grupinho foi lavar o perto das celas.

Pegamos baldes, rodos e panos e começamos a lavar.

O que será que elas tinham feito para estarem ali?

Vi duas delas cochichando e olhando para mim. Eram as que eu achava que tinham 13 e 15.

Continuei esfregando o chão, mas elas continuaram a chochiar. Até que a mais nova, aparentemente, disse:

"Você é a Sina?"

Hesitei um pouco, mas assenti. Elas se olharam. A outra menina não tinha parado de fazer o que estava fazendo.

"Você é nova aqui, né?"

Assenti novamente, sem dizer nada.

"Estão falando muito de você" A mais velha falou. "Falando que você matou três pessoas, a arma tinha suas digitais e você ainda continua negando"

Senti uma pontada no coração.

"Quem disse isso?" Perguntei.

"Tá todo mundo espalhando por aí"

Foi aquela garota... Como era mesmo o nome dela?

Ficamos em silêncio. Até que aquela garota que estava quieta resolveu abrir a boca:

"Ridículo isso, né? A polícia tem provas suficientes contra você e a pessoa ainda tem a cara de pau de falar que não foi ela"

Eu a olhei com raiva.

"Como a pessoa tem o sangue frio de matar suas amigas? Falaram também que ela deixava cartas, estilo serial killer!" Ela continuou.

Ela veio até mim, me olhou nos olhos e passou aquelas mãos geladas e sujas no meu cabelo.

"Você pode não saber o que eu fiz, mas eu sou mulher suficiente para assumir meus erros"

Levantei a mão para dar um tapa na cara dela, quando uma policial apareceu:

"Sina Deinert, visita para você"

(...)

Aquilo não podia estar acontecendo. Não, não, não...

As meninas na cela à minha frente me olhavam estranho. Todos sabiam sobre mim. Mas eu realmente não estava mais nem aí pra isso.

Aquela visita... Não podia ser verdade...
Comecei a chorar. Mas não era pelas mortes, não era de saudade, não era por eu estar ali.

Dei um grito. Um grito de raiva. Dane-se se havia pessoas ali. Dane-se se viriam policiais perguntando o que aconteceu.

E sabe o que tinha acontecido? Uma visita. Hoje. Agora. Para ferrar ainda mais com minha vida.

Meu choro era de ódio. Dela.




𝐅𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐨 𝐓𝐞𝐫𝐫𝐨𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora