Confissões

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POV Noah

Eu era o único no estúdio, tinha chegado muito cedo. Me sentei na cadeira e comecei a pensar em tudo que estava acontecendo.

Acho que agora voltaríamos a ser como antes. Sem julgamentos, sem olhares estranhos... Porque agora sabíamos que nenhum de nós era um assassino. O culpado já estava bem longe de nós, embora eu odiasse admitir isso...

Não sei por quanto tempo eu dormi pensando em Sina e em assassinatos, mas sei que eu estava quase no chão quando Any chegou.

"Minino, saí daí!" Ela disse segurando no meu braço e me levantando. "Você tá bem?"

"Não... Quer dizer, sim, mas..."

De repente, uma ideia surgiu na minha cabeça. Era uma ideia louca e sem sentido, mas...

"Any" Eu disse, aproveitando que ninguém mais estava lá. "Você já parou pra pensar... E se não foi Sina?"

Ela me olhou como se eu estivesse brincando.

"Noah, FOI a Sina! Você já tá chato com esse negócio de 'Ai, meu amor não faria isso', 'Ai Sina, porque você fez isso', 'Sina, Sina' Tudo Sina!"

Ficamos um tempo em silêncio.

"É que eu acho que ela não faria isso..."

Any se irritou.

"Noah, já deu. Eu sei que você ama ela, mas não vai ser por isso que ela é inocente. As aparências enganam. Foi ela e pronto, coloca isso na sua cabeça! As digitais estavam lá, Noah! Ela está na Febem há uma semana! Para de tentar não enxergar algo quando está ali na sua frente!"

Nesse momento, Heyoon chegou.

"Ihh, não cheguei em um bom momento, não é?"

"Tudo bem, Heyoon. Estou tentando colocar na cabeça desse ser humano que o amor dele matou sim as amigas dele" Any falou, irritada.

Heyoon começou a rir.

"Noah, ainda não caiu a ficha?"

Fiquei quieto.

Assim foram chegando os outros membros, arrumando suas coisas para mais um dia de ensaio.

As coisas já estavam melhores, estávamos conversando normal. Mas ainda não estávamos tão animados quanto antes. Claro né, dois de nós foram assassinados e um preso.

Kyle sentou no chão e pediu para que formássemos uma roda.

Cada um de nós foi se sentando. Acabei ficando do lado de Josh e Hina.

Kyle disse que queria fazer uma oração para Joalin, Sabina e, independentemente do que havia feito, para Sina, para protegê-la no lugar em que está. Oramos e Kyle disse:

"Vamos jogar um pouco para distrair?"

Nos olhamos. Um jogo?

Ele pegou uma folha de papel e cortou em 11 pedaços. 11... Se não fosse ela, seriam 14 pedaços...

Distribuiu entre a gente e deu uma caneta ao primeiro da fila: Bailey.

"Escrevam confissões. Coisas que estão guardadas aí dentro de vocês. Dobrem o papel e coloquem na minha frente. Cada um vai pegar um papel e não ler. Vai levar para casa e ler lá. Podem mudar a letra se não quiserem que a pessoa descubra que é você"

A caneta foi passando um por um, até chegar em mim.

Eu queria escrever que eu tive um caso com a assassina das nossas amigas. Queria falar o quanto eu sinto que não foi ela. Mas eu não podia. Escrevi que odiava picles, embora todo mundo soubesse.

Quando todos terminaram, colocamos os papéis na frente de Kyle e ele os embaralhou. Pela ordem, eu fui o penúltimo a pegar o papel. Queria ler logo ali, estava muito ansioso para saber o que era.

Ensaiamos um pouco e fomos para casa. Quem tinha pego o meu papel tinha se dado mal haha todo mundo sabia que eu odiava picles!

(...)

Cheguei em casa e tomei um banho bem gelado, para afastar aqueles pensamentos sem sentido.

Me sentei no sofá e liguei a TV. De repente, me lembrei do jogo. Da confissão.

Levantei, peguei minha mochila, abri e peguei o papel.

O abri e meus olhos não acreditavam no que viam. Precisei ler umas 4 vezes para entender:

Não foi Sina. Eu as matei. E se ousar dizer alguma coisa, você será o próximo.







𝐅𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐨 𝐓𝐞𝐫𝐫𝐨𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora