Sasuke rapidamente desligou o gravador.
— Por que você fez isso? — perguntou Sakura.
Ele a olhou por longo momento antes de responder.
— Tem certeza de que quer ouvir o que ele tem a dizer?
Ela umedeceu os lábios. Queria realmente ouvir? Trazer tudo às claras?
Quase em câmera lenta, estendeu a mão e apertou o botão play."— Posso imaginar que vocês dois estão querendo me matar neste momento."
A risada gravada de Itachi ecoou pelas paredes. Sakura olhou para Sasuke. Pela expressão do rosto dele, estava mais do que aborrecido com seu irmão caçula. Poderia ela culpá-lo por estar irritado?
Ela voltou sua atenção para a voz de Itachi:"— Não seria a primeira vez que um de vocês pensou em me matar, sei disso. Tudo bem, talvez eu tenha me exacerbado uma vez, quando pus vocês dois na cama juntos. Tudo que queria fazer era evitar que Sasuke cometesse um enorme erro. E casando-se com Karin, você cometeria, sem sombra de dúvida.
Não vou cometer mais um erro agora. Vocês dois estão apaixonados, mas são muito teimosos para admitir isso. Tudo que têm a fazer é olhar um para o outro e dizer as palavras. Agora é a chance de vocês. Não a desperdicem."Sasuke finalmente quebrou o silêncio:
— Você estava certa, Itachi acredita em finais felizes.
A voz dele era visivelmente hostil quando pronunciou aquelas palavras. Sakura sentiu seu coração doer. Estaria Sasuke constrangido pelo que o irmão dissera? Ela virou-se e caminhou até a lareira. Respirando fundo, falou:
— Tolice dele, não é?
— Será? Sakura, talvez...
— Ohhh, Sasuke — ela engoliu o resto da sentença como se de repente uma dor a atingisse.
— Então você se sente da mesma maneira que eu?
— Não tenho a menor idéia do que você está falando, mas duvido muito que estejamos sentindo a mesma coisa agora.Ela cambaleou um pouco e segurou-se na cadeira mais próxima.
— Oh, meu Deus — exclamou ele, como se, de súbito, notasse o que estava acontecendo. — Por favor, diga-me que não está em trabalho de parto — implorou, totalmente pálido.
— Muito bem se é o que quer, não estou em trabalho de parto — declarou ela com sarcasmo. — Quer ouvir mais algumas mentiras?
— Não é hora para piadas.
— Não estou brincando.Ela sentou-se na cadeira e massageou a barriga. A dor persistia, ia e vinha de tempos em tempos.
— Chamarei o médico — disse ele, correndo para a cozinha.
Sakura o observou, incrédula. Quanto tempo levaria para ele perceber que não havia um telefone? Obviamente, um instante, decidiu, enquanto ouvia portas de gabinetes baterem, seguidas por algumas pragas obscenas. Em momentos, ele voltou correndo para a sala.
— Não há telefone — anunciou, ofegante. Os cabelos, normalmente penteados, estavam completamente bagunçados, o que lhe dava um ar de garotão.
— Onde você procurou?
— Em todos os lugares inimagináveis — replicou ele, nervoso. — Até na caixa de lixo. Talvez haja uma casa por perto — completou, dirigindo-se para a porta.Ela meneou a cabeça.
— Itachi disse que este chalé era totalmente isolado, lembra-se?
— Não custa nada dar uma olhada. Não demorarei.
— Nem pense nisso. Você não vai me deixar sozinha... Ohhh... — outra contração a interrompeu.Sasuke correu para ela, ajoelhando-se ao lado da cadeira.
— Tenho que fazer alguma coisa? Ferver água?
— Por quê? Está querendo tomar um chá? — disse ela entre ofegos.
— Estava apenas tentando ajudar — desculpou-se Sasuke. — Espere, talvez seja um falso alarme. Você está ainda a duas semanas da data do nascimento.
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Destinos entrelaçados
FanfictionA única coisa que Sakura Haruno se lembra da festa da noite anterior é de ter pulado para fora de um ridículo bolo de três andares, usando uma igualmente ridícula fantasia, tudo para conseguir pagar o aluguel atrasado. Depois disso, as memórias fica...